Seis municípios da região aguardam resultados de exames para constatar se há circulação do vírus da febre amarela em seus territórios. Além de Juiz de Fora, Lima Duarte, Pedro Teixeira, Piau, Rio Novo e Santos Dumont estão na lista de cidades em situação de alerta após registrarem mortes de macacos. Desde julho, outras cinco cidades obtiveram resultados positivos para a doença após óbitos de primatas: Além Paraíba, Mar de Espanha, Matias Barbosa, Santana do Deserto e Simão Pereira. Os casos de epizootia na Zona da Mata se unem aos outros 21 municípios de Minas Gerais com confirmação da circulação do vírus e engrossam o coro das autoridades sobre a necessidade de vacinar a população para evitar casos da doença em humanos.
Conforme boletim epidemiológico da pasta, divulgado na última sexta-feira (5), 26 municípios têm casos de epizootias em investigação (quando há morte de macacos com suspeita da febre amarela) e outras 50 cidades registraram óbitos, mas não puderam colher amostras dos corpos dos animais para análise. Na última semana, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou que a morte de um homem de 51 anos, morador da zona rural de Brumadinho, cidade localizada a cerca de 270 quilômetros de Juiz de Fora, ocorreu por conta da doença. Outro caso em investigação, de morador da mesma localidade, alerta para a importância de ações para evitar novos casos em humanos. Em 2017 foram registrados 435 óbitos em decorrência de febre amarela.
Segundo o superintendente regional da SES em Juiz de Fora, Oleg Abramov Júnior, Juiz de Fora, atualmente, está classificada como categoria 2, quando há suspeita de casos de epizootia e se intensifica a vacinação, realizando busca ativa na Zona Rural. Isso porque dois primatas mortos foram encontrados na cidade desde o início do ano. O registro mais recente ocorreu no Bairro Vitorino Braga, onde um animal foi encontrado em estágio avançado de decomposição. Por conta disso, não foi possível colher amostras para verificar a causa da morte do animal.
O outro caso ocorreu no parque do Museu Mariano Procópio, há uma semana, e ocasionou o fechamento da unidade até a finalização do exame realizado na Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. A expectativa é que o museu seja reaberto no início de fevereiro, considerando o prazo de 30 dias para divulgação do resultado. A situação é parecida com o ocorrido em abril do ano passado, quando o Parque da Lajinha ficou fechado por um mês até que se confirmasse que dois primatas encontrados mortos no local não tinham febre amarela.
Caso seja confirmado que o Bugio macho encontrado no parque do museu estava infectado com a doença, Juiz de Fora e os municípios vizinhos devem adotar medidas da categoria 3, quando há emergência epidemiológica, ampliando ainda mais as ações de vacinação.
Imunização
De acordo com dados da Superintendência Regional de Saúde, a cobertura vacinal média nas cidades da região é de 80%. Segundo o superintendente Oleg Abramov, o índice é um avanço, em comparação com a cobertura vacinal constatada no início do ano passado, quando houve um surto da doença. “Avançamos muito. No ano passado, realmente tínhamos um quadro muito preocupante, porque não havia casos da doença fazia muito tempo”, comenta.
A meta da SES é vacinar 95% da população. Devem se vacinar crianças com mais de 9 meses de idade e adultos com até 60 anos. Gestantes e idosos precisam de autorização médica para receber a vacina. Mulheres amamentando também devem procurar orientação médica. Em Juiz de Fora é possível se vacinar nas 63 Unidades Básicas de Saúde (UBS), no PAM-Marechal e nos departamentos de Saúde do Idoso e da Criança e do Adolescente.
Os quatro postos extras criados pela Prefeitura para vacinar moradores do entorno do Museu Mariano Procópio, nos pátios dos supermercados Bretas e Bahamas, na Igreja Quadrangular do Bairro Democrata e no Centro Cultural Dnar Rocha funcionam apenas até a próxima sexta-feira (12), das 8h30 às 16h.