Prefeituras da Macrorregião de Saúde Sudeste mantiveram uma série de contatos e de agendas nesta segunda-feira (8) e há uma expectativa de que o Governo de Minas Gerais possa classificar a região, que é polarizada por Juiz de Fora, na onda roxa do Programa Minas Consciente. A Tribuna tentou contato com a Secretaria de Estado de Saúde (ES) para obter um posicionamento da pasta sobre o cenário regional, mas, até a edição deste texto, não havia retorno.
No fim da noite, após uma reunião entre representantes dos municípios, do Ministério Público de Minas Gerais, de parlamentares locais e do secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, a possibilidade de a macrorregião ser classificada na onda roxa do Minas Consciente foi confirmada pelo prefeito de São João Nepomuceno, Ernandes José Silva (PSB). “Amanhã (terça), teremos uma nova reunião e, provavelmente, nossa região vai regredir para a onda roxa”, afirmou em transmissão ao vivo em suas redes sociais.
“Estou dizendo para todos se prevenirem. Isto é quase inevitável. Nossa região de atendimento hospitalar está quase com capacidade de 100% dos leitos ocupados. Isto foi determinante para o secretário nos convocar para uma reunião de emergência. A situação de Juiz de Fora, anunciada neste domingo, acendeu uma luz vermelha para toda a região”, considerou. O prefeito de São João Nepomuceno afirmou ainda que uma nova reunião deve acontecer nesta terça, com a presença de representantes de municípios das microrregiões de Juiz de Fora e Leopoldina.
Restrição estadual prevê toque de recolher entre 20h e 5h e pode valer para JF
A criação da onda roxa do Minas Consciente foi anunciada pelo governador Romeu Zema (Novo) na última quarta-feira. A faixa estabelece regras mais rígidas para a circulação de pessoas e o funcionamento de atividades econômicas e não é opcional, mas compulsória para todos os municípios da região classificada nesta segmentação.
Assim, caso a Macrorregião Sudeste seja inserida na onda roxa, suas prerrogativas também valerão para Juiz de Fora, que está fora do Minas Consciente desde a última semana de janeiro. A cidade, no entanto, já vive regras rígidas de fechamento e está na faixa roxa do programa Juiz de Fora pela Vida, que permite apenas o funcionamento de atividades essenciais e, inicialmente, tem validade até o fim da semana.
Já na última quarta, quando do anúncio das mudanças, as macrorregiões do Triângulo Norte, cuja cidade referência é Uberlândia, e do Noroeste do Estado, onde fica Patos de Minas, foram classificadas na onda roxa do Minas Consciente. Neste sábado, as medidas mais restritivas também foram estendidas ao Triângulo Sul e à Macrorregião Norte.
Entre as medidas impostas pela onda roxa do plano Minas Consciente está o toque de recolher das 20h às 5h e aos finais de semana. Nesta faixa, que, a princípio, tem duração de 15 dias, só será permitido o funcionamento de serviços essenciais e a circulação de pessoas fica limitada aos funcionários e usuários desses estabelecimentos. “O deslocamento para qualquer outra razão deverá ser justificado e a fiscalização será feita com o apoio da Polícia Militar”, diz o Estado.
Entre os serviços considerados essenciais na onda roxa do Minas Consciente estão os setores de alimentos (excluídos bares e restaurantes, que só podem operar via delivery); de saúde; bancário; de transporte público; de energia, gás, petróleo, combustíveis e derivados; de manutenção de equipamentos e veículos; de construção civil; de indústrias (apenas da cadeia de atividades essenciais); de lavanderias; de serviços de TI, dados, imprensa e comunicação; e de serviços de interesse público, como de água, esgoto, funerário e Correios.