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Notícia sobre interdição de represa em Guarani é falsa

guarani camara CAPA
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Uma notícia falsa espalhada pelas redes sociais na manhã desta quinta-feira (7) preocupou moradores de Guarani, a cerca de 70 quilômetros de Juiz de Fora. A informação indicava que a Defesa Civil do município teria interditado uma represa supostamente da empresa GE Embalagens, por conta do aparecimento de rachaduras, correndo o risco de se romper. Em vídeo publicado em seu perfil no Facebook, o prefeito de Guarani, Paulo César Neves, desmentiu o comunicado que, inclusive, era assinado em seu nome.

Em sua postagem, o prefeito afirma que a informação não possui fundamento, tranquilizando a população, especialmente os moradores das proximidades da rodoviária da cidade, que haviam sido alertados diretamente pela notícia falsa. “Estou aqui para desmentir e dizer que vamos usar todos os nossos argumentos, todos os nossos ingredientes para encontrar a pessoa maldosa que vem soltando esses boatos infundados em Guarani”, disse Paulo César no vídeo. A empresa preferiu não se pronunciar.

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Em entrevista à Tribuna, o secretário de Agropecuária, Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente da Prefeitura de Guarani, João Batista de Mendonça, explicou que moradores das proximidades da represa entraram em contato com a administração municipal, apreensivos com o que estava sendo compartilhado. Mendonça ainda reforçou que a informação não era verdadeira. A Defesa Civil esteve no local da represa para averiguar a situação, constatando que não houve nenhum vazamento, segundo o secretário. “Fizemos uma avaliação emergencial. Porém, ainda vamos realizar outra avaliação de risco, mais técnica, com pessoal especializado.”

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Fake news e educação

A informação da interdição da represa de Guarani é classificada como “fake news” e está ligada a outras propagadas nas últimas semanas, após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, que causou alerta em relação às estruturas de represas. De acordo com matéria publicada pela Agência Estado, na última segunda-feira (4), pelo menos 30% das notícias mais divulgadas sobre a tragédia de Brumadinho na última semana eram falsas ou incorretas, como apontou um estudo da Diretoria de Análises de Políticas Públicas (DAPP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Para Teresa Neves, professora da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), combater as fake news é uma tarefa complexa. “Barrar as fake news é um trabalho que não tem resultado. Fake news vão continuar existindo. O que temos que fazer contra isso é buscar informação qualificada e amparada em subsídios confiáveis.” Em uma realidade onde as informações estão cada vez mais acessíveis, para Teresa, a questão das fake news está diretamente relacionada à qualidade da educação.

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“O mundo está muito mais difícil de viver do que já foi há anos ou séculos atrás, e tudo requer um grau de informação mais sofisticada, mais elaborada e mais consistente. Esse é o problema: queremos viver em um mundo extremamente complexo, com informações muito simplificadas”, explica. “Quando temos educação pouco qualificada, que orienta mal os usuários dessa educação, eles estarão mais sujeitos à informação desqualificada e sem fundamento. Se queremos combater a fake news, temos que melhorar nossa educação”.

 

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