A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) divulgou, nesta terça-feira (6), que a maioria das cidades mineiras está em alerta contra a dengue. Na Zona da Mata, 17 municípios estão em uma situação ainda mais grave, com risco de surto das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. No total, 177 cidades têm risco de ocorrência de surto e outras 331 estão em situação de alerta, totalizando 508 municípios em estado de atenção por conta do índice de infestação do Aedes, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Os dados são baseados nos resultados do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (Liraa), realizados pelas prefeituras e encaminhados ao governo estadual. Ainda conforme a publicação, que reúne os levantamentos de cidades de todo o estado, outros 235 municípios tiveram resultados satisfatórios do Liraa. Ainda há 110 prefeituras que não encaminharam os resultados para a secretaria.
O Liraa foi realizado em janeiro e tem como base definições do Ministério da Saúde para classificação da situação de infestação. Resultados do Liraa de até 0,9% indicam condições satisfatórias; índices entre 1% e 3,9% apontam situação de alerta; e resultado maior que 4% significa risco de surto de dengue. Como o vetor de doenças como zika e chikungunya também é o Aedes, a preocupação com essas cidades é ainda maior, já que a infestação pode representar possível surto também dessas doenças.
Região
Em Juiz de Fora, o índice levantado pela Secretaria de Saúde é 3,9%, considerado já um alerta para a possibilidade de risco de surto de dengue. Na região, no entanto, a situação é ainda mais preocupante. Nas cidades pertencentes à regional de saúde de Juiz de Fora, Chiador e Matias Barbosa têm o maior Liraa verificado em janeiro: o percentual é de 6,6% em ambas as cidades, com risco de surto. Em Santana do Deserto, São João Nepomuceno e Mar de Espanha os índices verificados foram 5,7%, 5,6% e 5,4%, respectivamente, também acima do limite de 3,9% que define a situação de alerta.
Resultados preocupantes também foram constatados na regional de Ubá. Além da cidade-sede, cujo Liraa foi de 7,9%, Piraúba, Rodeiro e Mercês também apresentaram risco de surto. Os índices nessas localidades foram de 5,1%, 4,5% e 4,4%, respectivamente. Em Pirapetinga, relacionada à regional de saúde de Leopoldina, o Liraa é de 5,4%.
Municípios da Zona da Mata têm Liraa acima de 10%
Segundo os dados da SES, na região de Ponte Nova, há municípios com Liraa maior de 10%. Em Porto Firme, cidade localizada a 195 quilômetros de Juiz de Fora e a 36 de Viçosa, o resultado do Liraa foi de 11%, considerado risco muito alto de infestação pelo Aedes aegypti. Moradores da cidade, inclusive, já tiveram febre amarela. Segundo boletim epidemiológico da doença, já foram quatro confirmações de febre amarela, sendo duas mortes. Apesar de o Ministério da Saúde garantir que não está havendo transmissão urbana da doença, quando o vetor é o Aedes aegypti, esta é uma possibilidade caso o mosquito pique um ser humano ou macaco infectado com a doença.
Em Urucânia, também na região de Ponte Nova, o Liraa foi de 10%. Oratórios teve índice de 7,8% e São Pedro dos Ferros, 6,2%. Rio Casca, Raul Soares e Dom Silvério também têm risco de surto das doenças transmitidas pelo Aedes, com Liraa de 5,4%, 4,9% e 4,1%, respectivamente.