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Após quase sete meses, Parque Estadual do Ibitipoca reabre nesta quarta-feira

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Reabertura estava agendada para o fim de setembro, mas precisou ser adiada por conta de um incêndio que ocorreu no local no último dia 27 (Foto: Leonardo Costa)
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O Parque Estadual do Ibitipoca, localizado em Lima Duarte, distante cerca de 64 quilômetros de Juiz de Fora, será reaberto para visitação nesta quarta-feira (7), depois de quase sete meses fechado por conta da pandemia de Covid-19. Para isso, entretanto, a administração do parque criou novas regras e protocolos que visam a garantir a segurança do público com relação ao coronavírus. As três normas principais são a limitação de entrada de 500 pessoas por dia na unidade, o agendamento eletrônico para a realização dos três circuitos com atrativos abertos ao público e a limitação de cinco pessoas no mesmo grupo.

Além disso, o estacionamento do parque terá limitação de 25 veículos, e as vagas serão preenchidas por ordem de chegada. Será obrigatório o uso de máscara durante todo o período em que o visitante estiver no interior do parque. Foram definidos ainda horários específicos para algumas atividades. Para a trilha do Circuito Janela do Céu serão permitidos dois intervalos de saídas, em grupos de até 55 pessoas por horário. Estão disponíveis os horários de 7h e 9h diariamente. Já na trilha do Circuito Pico do Pião, a administração do parque vai permitir três saídas, nos horários de 8h, 10h e meio-dia. O número máximo de pessoas por horário também será de 55 pessoas. Na trilha do Circuito das Águas serão liberados quatro horários de saída: 8h30, 10h30, 12h30 e 14h, com a limitação de 56 pessoas por horário. Já os visitantes interessados em fazer observação da vida silvestre devem solicitar a autorização diretamente pelo e-mail peibitipoca@meioambiente.mg.gov.br. Todas as informações estão disponíveis no site www.parqueibitipoca.eco.br, onde serão feitos os agendamentos.

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A gerente do parque, Clarice Silva, orienta as pessoas a evitarem aglomerações e priorizarem horários com menor circulação de pessoas. “A preocupação do parque com relação à visitação nesse período de pandemia é a aglomeração na portaria, então o agendamento vem justamente para evitar essa aglomeração. Nosso objetivo é minimizar os riscos à saúde dos visitantes, da equipe do parque e da comunidade local”, afirma.

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Agendamento

A intenção é, inclusive, manter o agendamento para o período pós-pandemia, como uma das melhorias que o parque já estava estudando justamente para reduzir filas e aglomerações e facilitar a vida dos visitantes. O agendamento eletrônico será obrigatório, mas o pagamento do ingresso de acesso ao parque seguirá sendo feito na entrada da unidade. O valor da entrada é de R$ 20 durante a semana (segunda a sexta) e R$ 25 aos fins de semana e feriados. Já o valor cobrado pelo estacionamento é de R$ 20 para motocicletas, R$ 25 para veículos com até sete pessoas e R$ 65 para veículos para mais de sete pessoas (como vans e ônibus). Nesse primeiro momento, a área de camping ainda não estará disponível.

Solidariedade impulsiona formação de brigadistas para vila

A reabertura do parque estava agendada para o fim de setembro, mas precisou ser adiada por conta de um incêndio que ocorreu no local no último dia 27 e consumiu 23% de área preservada da unidade de conservação. O estrago só não foi maior por conta da ação do Corpo de Bombeiros e de uma equipe de quase cem pessoas, formada, em sua maioria, por brigadistas voluntários.

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Um deles é o guia turístico Gabriel Fortes, que trabalha há 26 anos levando visitantes ao parque. Na noite do terceiro dia de combate às chamas, o guia, que também é brigadista há 20 anos, voltava para sua casa em Lima Duarte após atuar no debelamento das chamadas quando colidiu contra outro automóvel no caminho. “Não tive nenhum dano físico, graças a Deus. Porém, tive um prejuízo grande no meu carro, que é a minha ferramenta de trabalho, e ainda tem o outro carro envolvido também”, contou, à Tribuna.

Veículo envolvido no acidente foi usado por Gabriel nos trabalhos de combate ao incêndio que atingiu o parque (Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução)

Rapidamente, em uma corrente de solidariedade, amigos e pessoas próximas a Gabriel se juntaram em uma campanha para arrecadar a quantia necessária para o conserto do veículo. “O pessoal se mobilizou para fazer uma vaquinha para mim, mas acabou que um amigo anônimo se comoveu com a minha situação e disse que tentaria bancar todos os custos que eu tive com o meu carro.”

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O guia, entretanto, não deixou a mobilização inicial morrer, tomando a iniciativa de reverter a quantia arrecadada para uma causa coletiva: a formação de uma brigada contra incêndios para a vila de Conceição do Ibitipoca. “Foi aí que eu tive a ideia de aproveitar o pessoal que estava sensibilizado com a minha situação e canalizar esse esforço para a gente tentar montar uma brigada para a vila. Essa não é uma ideia só minha, é algo que já vem de um tempo atrás. Eu só tentei direcionar a comoção para essa causa coletiva. O parque tem a sua equipe de brigadistas voluntários, mas a vila eu sinto que fica à deriva às vezes, quando tem fogo próximo a ela.”

Prevenção

Gabriel, então, encaminhou a quantia arrecada à Associação de Moradores e Amigos de Ibitipoca (Amai), que coordena a ação. De acordo com o secretário geral da entidade, Ronaldo Champak, há tempos circula a ideia de se formar uma equipe de brigadistas da vila e, agora, pela conjunção de algumas circunstâncias, essa ideia tomou forma. “Além das frequentes ocorrências de queimadas aqui na região, que facilmente se transformam em incêndios florestais, temos que estar prevenidos para ocorrências dentro da vila”, explica o representante.

Além da doação mobilizada por Gabriel, outras estão sendo recebidas pela Amai em forma de equipamentos e também de dinheiro. No fim da campanha, a entidade planeja ter disponível peças de vestuários apropriados para o combate a incêndio e o recurso necessário para investir em treinamentos dos brigadistas. Interessados em contribuir podem entrar em contato com a Amai pelo WhatsApp (32) 984549102.

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