Um homem suspeito de espancar o enteado de 3 anos até a morte foi preso em flagrante, no final da manhã desta terça-feira (2). O flagrante aconteceu no IML de Juiz de Fora, quando o padrasto, 33, voltou ao local a fim de encontrar com a mãe da criança. A prisão dele aconteceu graças a uma ação que contou com a participação de policiais da Delegacia Especializada em Homicídios e da Inspetoria Regional de Investigadores.
O homem é suspeito de ter cometido o crime, na noite de segunda-feira (1º), na residência onde ele vivia com a sua companheira, com a vítima e mais uma enteada de 6 anos, no Bairro Poço das Pedras, na cidade de Lima Duarte, a cerca de 60 quilômetros de Juiz de Fora.
De acordo com o delegado Rodrigo Rolli, à frente do caso, sua equipe foi acionada pela médica legista do IML, que informou que, nesta madrugada, deu entrada na unidade o corpo de uma criança, a qual teve como causa de morte múltiplas lesões abdominais e torácicas. Segundo o policial, em entrevista à médica, a mãe do menino, uma mulher de 26 anos, confessou que o garoto havia sido espancado pelo padrasto na noite de segunda com socos e chutes.
Diante das informações, uma equipe de policiais ficou de campana na sede o IML à espera do suspeito, uma vez que ele iria voltar ao local para encontrar com sua família. Quando lá ele apareceu, foi abordado e capturado. Conforme Rolli, o homem confessou o crime, afirmando que só havia desferido socos contra a vítima. O motivo da agressão seria porque o menino estava passando pela fase de deixar as fraldas e urinou e defecou na cama do casal. O homem teria ficado nervoso com a situação e investiu contra a criança.
Todavia informações coletadas pelo delegado dão conta de que o padrasto já havia agredido o menino em outras ocasiões. Diante das circunstâncias, o homem foi levado para Delegacia de Santa Terezinha, onde prestou depoimento e teve sua prisão confirmada, sendo encaminhado ao Ceresp. Rolli ressaltou que o suspeito irá responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado por sua motivação e pelo meio de execução.
Homem cumpria pena em Muriaé
Ainda de acordo com a apuração, a família da vítima era assistida pela Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) de Lima Duarte, uma vez que o casal e as crianças vieram da cidade de Muriaé, onde o suspeito cumpria pena no presídio daquele município por crimes contra o patrimônio, como roubo, furto e receptação.
Como apontou Rodrigo Rolli, o casal se conheceu enquanto o suspeito ainda cumpria pena. Eles começaram um relacionamento, e, quando ele ganhou a liberdade, foram para Lima Duarte, onde chegaram em fevereiro de 2020. O relacionamento tinha sete meses. “Como fomos informados, já havia um histórico de maus-tratos e abandono por parte da mãe da criança”, ressaltou o delegado, lembrando que a mulher tem uma filha de 6 anos de outro relacionamento e está grávida de dois meses do suspeito.
Segundo ele, a investigação continua, inclusive, para apurar a conduta da mãe durante o episódio que resultou na morte da criança. “Vamos buscar informações junto aos vizinhos do casal e tomar as demais medidas necessárias, uma vez que o prazo para conclusão do inquérito é de dez dias”, afirmou Rolli.