Candidato ao Governo de Minas Gerais, o ex-deputado Marcus Pestana (PSDB) lançou sua campanha em Juiz de Fora, nesta terça-feira (16), além de inaugurar seu comitê de campanha na Rua Benjamim Constant 936. Ao lado de Paulo Brant (PSDB), candidato a vice pela chapa, Pestana mantém seu discurso baseado na experiência política e reafirma sua candidatura como uma opção baseada no “diálogo”, tendo como referências os políticos Itamar Franco, Tancredo Neves e Juscelino Kubitschek, que já estiveram à frente do Governo em Minas.
Não à toa, Pestana escolheu o Memorial Itamar Franco, na Rua Benjamin Constant, no Centro de Juiz de Fora, para lançar oficialmente sua candidatura ao Governo. “Muitas vezes a política de Minas é feita por gestos e não por palavras. O Itamar Franco tem uma importância muito grande, foi o único presidente da República da Zona da Mata e o último governador (oriundo da Zona da Mata). Ele é um ícone, o político mais importante da nossa região e é fonte de inspiração para o Governo de Minas”, destacou à imprensa.
Natural de Juiz de Fora, Pestana pretende ser o próximo governador mineiro oriundo da Zona da Mata. “Meu vínculo é muito forte com a história do Itamar, e o Brasil está precisando de pessoas com ele. E (o lançamento da campanha no Memorial) é um pronunciamento claro de que a gente acredita na boa política como ferramenta de transformação do país”, disse. Para a região, Pestana afirma ser preciso uma “ação multilateral” para que o processo de “letargia econômica” pelo qual atravessa a Zona da Mata seja revertido.
Para isso, citou o investimento na agropecuária, em ciência e tecnologia, além de atrair novos investimentos e valorizar as vocações locais, como a produção de mudas no município de Dona Euzébia e o polo moveleiro de Ubá . Este município, inclusive, esteve na agenda de campanha de Pestana nesta terça. “A Zona da Mata tem que se reinventar, e o Governo tem um papel essencial e tem ferramentas, mas sempre no sentido de ser um agente de coordenação e um estimulador do desenvolvimento. E vale nossa experiência, que somos desse ramo, isso não é coisa para amador”, destacou o candidato em referência à sua formação e à de Paulo Brant em economia.
Marcus Pestana é economista de formação e possui 40 anos de vida pública. Foi vereador em Juiz de Fora em 1982 e secretário de Governo da PJF entre 1993 e 1994. Em 1998, assumiu a Secretaria de Estado de Planejamento e, em 2003, a de Saúde. Foi secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente em 2002 e deputado federal por dois mandatos, entre 2011 e 2018.
Candidatos não veem contradição em candidatura de Paulo Brant
Já em sua pré-candidatura ao Governo, Pestana se colocava como opção da “terceira via”, criticando não só a polarização criada entre o atual governador Romeu Zema (Novo) e Alexandre Kalil (PSD), mas a atuação de ambos. O atual vice-governador, Paulo Brant, eleito com Zema em 2018, é novamente candidato a vice-governador, mas agora com Pestana. Questionado pela imprensa sobre a circunstância, Marcus Pestana destacou que o PSDB não pediu “nenhuma participação” no atual governo e destacou que Paulo Brant foi eleito, em disputa, inclusive, contra Antonio Anastasia (PSDB), em 2018. À época, Paulo Brant estava filiado ao Novo.
“O PSDB, até pela sua vocação parlamentarista, é um partido cooperativo, temos uma visão republicana. Dada a crise que foi deixada pelo PT, infelizmente, nós fomos os primeiros a dar a mão ao governo Zema, mas não pedimos nenhuma participação no Governo. Demos apoio em situações difíceis”, disse, não sem criticar o partido. “O Novo está cada vez mais velho. Tinha no estatuto do partido que era contra reeleição, agora o governador está indo pra reeleição. Era contra alianças e coligações partidárias, agora está reunido com o que é de mais atrasado em Minas Gerais.”
Paulo Brant aproveitou para destacar suas divergências em relação ao Novo e destacou sua saída do partido em março de 2020. “Continuei (no Governo) porque fui o vice-governador eleito, não o vice-governador do Governo Zema. Mas as minhas divergências de pensamento foram colocadas em carta e explicitadas em todo momento durante esse período. Até porque, dentro da democracia, a convivência de divergência de opinião é absolutamente saudável e essencial. Então não há nenhuma contradição. As divergências que eu hoje explicito na chapa junto ao Pestana são as mesmas que eu explicitei em março de 2020”, disse.