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Em Contagem, Lula discursa sobre questões econômicas e condições financeiras dos brasileiros

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Agendada para esta quarta-feira (11), a visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será a primeira passagem de um pré-candidato à Presidência da República à cidade, em 2022, ano de eleições gerais. Nos últimos dias, Lula cumpriu extensa agenda de pré-campanha por Minas Gerais, marcada por presenças em atos políticos e encontros com a militância em Belo Horizonte, na segunda-feira, e em Contagem, na terça-feira. Estes são os primeiros compromissos regionais de Lula após a oficialização da pré-candidatura lançada no último sábado, em evento realizado em São Paulo.

Em sua passagem por Minas Gerais, Lula tem reforçado um discurso focado em questões econômicas e na defesa da necessidade de se garantir melhores condições financeiras aos brasileiros. Conforme publicado pelo jornal O Tempo, de Belo Horizonte, Lula ressaltou, nesta terça, que a prioridade do trabalhador é ter uma casa e um emprego para sustentar a família. “Depois, o que queremos? O celular, o computador, o carro… Depois disso queremos fazer um churrasquinho e tomar uma geladinha.” A fala foi feita em Contagem, cidade que, assim como Juiz de Fora, também é comandada pelo PT, no caso, pela prefeita Marília Campos.

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Lula esteve em Contagem nesta terça-feira, de onde segue para Juiz de Fora (Foto: Reprodução Redes sociais)

Aliás, Juiz de Fora é considerada umas das principais cidades governadas pelo PT no país, após as eleições municipais de 2020, com a vitória da prefeita Margarida Salomão (PT). Conforme a agenda oficial publicada pela equipe de Lula, o ex-presidente participará de uma plenária popular na cidade nesta quarta-feira, às 16h, no ginásio do Sport Club Juiz de Fora. O pré-candidato também vai atender a imprensa local em entrevista coletiva agendada para o fim da tarde.

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Cuidados

Nos bastidores, os temas relacionados à visita de Lula à cidade têm sido marcados por cuidados. Principalmente, com relação a aspectos relacionados à segurança. O encontro com a militância será realizado em local fechado, a exemplo do que aconteceu em Belo Horizonte na última segunda-feira. A procura de interessados em participar da plenária tem sido intensa e dois credenciamentos chegaram a ser abertos nos últimos dias, cadastros que solicitaram informações como CPF e e-mail. Por sua vez, pessoas contrárias à candidatura do ex-presidente já sinalizaram a possibilidade de organizar protestos contra a presença de Lula na cidade.

Os cuidados com a segurança do ex-presidente são recorrentes em atos pelo país e já aconteciam mesmo antes do ano eleitoral. Em Juiz de Fora, um triste histórico da cidade mantém todos ainda mais em alerta, uma vez que foi aqui que o presidente Jair Bolsonaro (PL), então deputado federal e candidato à presidência pelo PSL, sofreu um atentado ao ser esfaqueado por Adelio Bispo de Oliveira, em ato público realizado na Rua Halfeld.

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Defesa da unidade

Durante a passagem pelo Estado, a presidenta nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT), destacou a importância de Minas para a consolidação do projeto que pretende elevar Lula novamente ao Palácio do Planalto, o Movimento Vamos Juntos Pelo Brasil, que reúne sete partidos, além de movimentos sociais e sindicatos. “Nosso movimento reúne sete partidos, PT, PC do B, PV, PSB, Rede, Psol e Solidariedade, todos irmanados numa causa, junto com movimentos sindicais e movimentos sociais. Não tinha lugar melhor para começar que Minas Gerais. Darcy Ribeiro dizia que Minas é o nó que ata o Brasil. Nosso propósito é o de fazer do Brasil uma grande nação com soberania. Tenho certeza que vamos resgatar este país, que ele vai ser de novo do povo brasileiro”, disse Gleisi, nesta terça-feira, em Contagem.

Em Juiz de Fora, Lula foi o mais votado na maioria das eleições

Com a visita programada para esta quarta, Lula volta à cidade em que obteve sucesso nas urnas na maioria dos processos eleitorais que disputou, nas cinco vezes em que se lançou candidato à Presidência. Desde 1989 para cá, apenas em duas ocasiões, o candidato do PT apresentado ao eleitorado para a disputa da Presidência da República não foi o mais votado nas urnas de Juiz de Fora.

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Os únicos reveses aconteceram em 1994, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) venceu Lula no primeiro turno; e em 2018, quando o presidente Jair Bolsonaro (PL), então no PSL, venceu o ex-ministro Fernando Haddad (PT) nas urnas da cidade nos dois turnos, somando o apoio de 145.333 eleitores contra 132.237 de Haddad no segundo turno.

Nas eleições de 1989, 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014, o PT sempre foi o mais votado na cidade, seja com Lula ou com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Numericamente, o melhor desempenho nas urnas juiz-foranas foi de Lula, que, em 2002, computou 225.524 votos na cidade. Seu adversário de segundo turno na ocasião foi o ex-ministro José Serra (PSDB), que reuniu à época apenas 45.011 votos.

‘Governar só é possível se você coloca o coração’, diz Lula

Em seu segundo dia de visitas a Minas Gerais, o ex-presidente Lula cumpriu extensa agenda de pré-campanha em Contagem, na Região Metropolitana do Estado. Em discurso realizado pela manhã, o pré-candidato à Presidência afirmou que pretende governar colocando as pessoas em primeiro plano. “Como eu disse no lançamento (da pré-campanha), governar só é possível se você coloca o coração. Tem gente que acha que é só pensar em contabilidade, olhando os números da receita e da despesa. Na verdade, temos uma dívida social com 215 milhões de brasileiros que precisam viver com dignidade. Você precisa começar a discutir o orçamento por baixo, porque se você deixar o povo por último, nunca vai sobrar dinheiro para nada. É preciso pensar no trabalhador pobre para começar a mudar as coisas”, afirmou Lula.

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Como fez durante seus mandatos à frente da Presidência, entre 2003 e 2010, Lula usou a metáfora “colocar o pobre no orçamento”, para sinalizar compromisso político com a população mais humilde. “Por isso digo sempre assim, é muito fácil governar o Brasil se você coloca o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda. Essa lógica vale para a família, vale para qualquer coisa no mundo, a gente precisa cuidar de quem necessita. A maioria dos governantes brasileiros não gosta do povo pobre, não gosta de trabalhador”, discursou o ex-presidente.

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