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Em JF, Kalil afirma que irá revogar regime de recuperação fiscal em possível governo

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Kalil fez caminhada pelo Calçadão junto à prefeita Margarida Salomão (PT) e candidatos ao legislativo (Foto: Leonardo Costa)
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Exatos 27 dias após sua última visita a Juiz de Fora, o candidato ao Governo de Minas Alexandre Kalil (PSD) retornou à cidade nesta quinta-feira (1°) para cumprir uma rápida agenda eleitoral. Nos dois eventos em que esteve presente, o político criticou fortemente o Regime de Recuperação Fiscal que foi instituído pelo atual governador Romeu Zema (Novo), afirmando que, em uma possível vitória, revogaria prontamente o dispositivo de reorganização econômica.

“A lei é muito clara: o Estado está proibido de contratar. Revogar o Regime de Recuperação Fiscal não vai ser um dos meus primeiros atos como governador, mas sim o primeiro. É um regime medíocre, que não tem ampliação de nada, que não abre um posto de saúde e que matou o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul”, argumentou Kalil em uma entrevista coletiva realizada durante sua caminhada no Calçadão da Rua Halfeld.

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Já quando questionado sobre a retomada das obras do Hospital Regional, localizado no Bairro São Dimas, na Zona Norte da cidade, o político afirmou que esta seria uma questão a ser resolvida diretamente com Lula, presumindo assim uma possível vitória do ex-presidente na corrida pelo Palácio do Planalto. “A promessa que está aí hoje é mentira. O próprio regime econômico não permite a contratação de médicos, então eu vou rechear esse hospital com o quê?”, questionou.

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Virada nas urnas

Faltando 30 dias para o fim da campanha eleitoral e diante de um cenário de estagnação nas pesquisas eleitorais, Kalil, que é o segundo colocado nas pesquisas de intenções de voto, afirmou que acredita em uma virada do cenário até o final da campanha. “É o que nós vamos provar nesses 30 dias. E sobre as pesquisas, ele mesmo (Zema) ganhou o Governo de Minas com essa mentirada aí em sete dias”, afirmou.

Pesquisa DataFolha divulgada nesta quinta sobre a corrida eleitoral para o Palácio da Liberdade mostra Zema com 52% das intenções de voto contra 22% de Kalil. Por uma virada de cenário, Kalil cita exemplo da campanha do próprio Romeu Zema há quatro anos. Em 2018, no mesmo período da eleição, o cenário das pesquisas não era nada favorável ao atual governador, então candidato. Em pesquisa divulgada pelo Ibope (atual Ipec) no dia 29 de agosto daquele ano, Zema era o terceiro colocado na disputa, com somente 3% das intenções de voto.

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Na semana anterior ao primeiro turno das eleições de 2018, Zema assumiu o terceiro lugar da disputa eleitoral, com 10% das intenções de voto. A grande virada que possibilitou sua ida para o segundo turno foi a associação ao então candidato e atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), no final de um debate da TV Globo. Com a continuidade da campanha garantida, o atual governador declarou oficialmente apoio a Bolsonaro e adotou o bordão “Bolsozema”, vencendo então o ex-governador Antônio Anastasia (PSDB na época) com 71,8% dos votos. Na atual campanha, no entanto, Zema tem buscado distanciamento das discussões acerca da disputa presidencial.

‘Quem abraça Zema está contra Lula’

Desta forma, Kalil, tem apostado fielmente em uma associação direta ao ex-presidente Lula (PT) durante toda sua campanha. A aliança, portanto, é vista como um catalisador de uma possível virada no cenário eleitoral. Quem segue o mesmo caminho é o atual senador e candidato à reeleição Alexandre Silveira (PSD), que esteve ao lado de Kalil em Juiz de Fora.

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Quando perguntado sobre a importância da extensão de seu mandato para Juiz de Fora e região, Silveira afirmou que quer continuar defendendo o desenvolvimento de Minas Gerais, com o estado voltando a ter prestígio no cenário nacional. “A Zona da Mata e o Campo das Vertentes são muito importantes para o desenvolvimento do nosso estado, e precisam ser respeitadas como tal”, apontou o parlamentar. O candidato assumiu a cadeira no Senado que pertencia anteriormente a Antônio Anastasia (PSD) em fevereiro deste ano, quando o ex-governador de Minas foi empossado como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

A política do café com Margarida

Candidato ao Governo de Minas se reuniu com políticos e apoiadores e tomou “cafézinho” em estabelecimento na Rua Batista de Oliveira (Foto: Leonardo Costa)

Kalil, que é cidadão honorário de Juiz de Fora, por honra concedida pela Câmara em maio deste ano, foi recebido pela prefeita Margarida Salomão (PT) assim que chegou para sua caminhada no Calçadão da Rua Halfeld. Após sair do carro em que estava, ambos tomaram um café em uma pastelaria localizada na esquina com a Rua Batista de Oliveira. Em seguida, ao lado de alguns candidatos a deputado estadual e federal, a maioria do PT, além de alguns integrantes do secretariado municipal, o candidato subiu o Calçadão acompanhado da militância política.

A associação entre os políticos se deve, principalmente, à coligação entre o PT e PSD na sucessão estadual. Já no cruzamento entre a Rua Halfeld e a Avenida Barão do Rio Branco, Kalil concedeu uma entrevista coletiva à imprensa, tendo seguido até a esquina com a Rua Santo Antônio, onde entrou em um veículo, finalizando assim sua rápida passagem pela cidade. Kalil seguiu no início da tarde para Varginha, no Sul de Minas, onde cumpre agenda nesta sexta-feira (2).

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Agenda enxuta de Kalil e contrapontos a Zema

A posição de Kalil sobre o Regime de Recuperação Fiscal é completamente antagônica à de Zema. Em sua visita à cidade nesta quarta-feira (31), o atual governador apontou em um almoço com empresários locais que o dispositivo de reorganização econômica é o que permite que Minas cresça daqui para frente. Durante sua entrevista para a TV Integração, Kalil afirmou incisivamente que o regime não irá colocar o Estado “em uma situação espetacular”.

Em relação à continuidade das obras do Hospital Regional, Zema voltou a sinalizar que vai lançar a licitação de retomada dos trabalhos “ainda este ano”. O candidato à reeleição admitiu que entraves na transferência do terreno do Hospital, que até então era do município de Juiz de Fora, atrasaram a abertura do certame. Porém, afirmou que o dinheiro para construção do equipamento de saúde já está garantido e reservado em uma conta bancária. Em contraponto à argumentação do governador, Kalil afirmou que este é “um dinheiro ensanguentado da Vale” e que nada adianta finalizar a construção do empreendimento se este não poderá contar com novos médicos. “Não podem ser contratados”, disse, apontando vedações trazidas pelo regime de recuperação fiscal defendido por Zema.

Outro contraste notável foi a agenda mais enxuta do candidato do PSD, que concedeu entrevista à TV e caminhou no Centro da cidade, tendo assim finalizado sua passagem na cidade antes das 13h. Por outro lado, no dia anterior, o atual governador e candidato do Novo teve uma agenda que se iniciou no começo da manhã, numa visita a um empreendimento imobiliário, e que finalizou no final da noite, em um evento fechado com apoiadores.

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