No início da noite desta quinta-feira (30), o prefeito Antônio Almas (PSDB) se reuniu com os integrantes do Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19. Na pauta do encontro, o Município fez um balanço das ações tomadas até aqui para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. As discussões em torno da possibilidade de retomada de algumas atividades econômicas atingidas por medidas restritivas adotadas na cidade, como o funcionamento de comércios considerados não essenciais, por exemplo, estiveram na pauta. Até aqui, interlocutores afirmam que o entendimento do Poder Executivo é o de que as informações disponíveis não dão segurança para flexibilização das regras adotadas e, assim, as previsões dos decretos municipais vigentes, que, por exemplo, vedam o funcionamento de boa parte do comércio em geral, proíbem eventos com aglomerações de pessoas e suspendem as aulas da rede municipal, devem ser mantidas.
Durante o encontro, o prefeito afirmou ao integrantes do comitê que a Prefeitura tem avaliado as orientações feitas pelo Governo de Minas Gerais dentro do programa Minas Consciente, que estabelece protocolo para que os municípios do estado possam se embasar para a retomada de suas atividades econômicas. “Usando apenas um dos critérios epidemiológicos do Minas Consciente, que é a porcentagem de leitos de UTI ocupados, podemos afirmar que não está na hora de tomar qualquer decisão de flexibilização.” Segundo Almas, a cidade tem hoje 84% dos leitos de UTI ocupados.
Após se reunir com o comitê, Almas deve usar suas redes sociais para levar à população o balanço da situação, com a realização de uma live inicialmente marcada para as 11h da manhã desta sexta-feira (1º de maio). A transmissão deve ser feita nas contas do Instagram de Almas (@antonioalmasoficial) e da Administração Municipal (@prefeiturajuizdefora). A avaliação da situação desta quinta era bastante aguardada uma vez que, no dia 1° de abril, o prefeito chegou a afirmar a representantes de entidades do setor produtivo de Juiz de Fora a manutenção das restrições ao funcionamento de estabelecimentos comerciais e de serviços ao menos até 30 de abril.
A data, todavia, não integra os decretos e suas alterações, que resultaram na adoção das medidas restritivas para tentar barrar o avanço do coronavírus na cidade. Assim como já vinha sendo realizado nas últimas semanas, o Município seguirá avaliando permanentemente a situação da pandemia, o que será utilizado como termômetro para a decisão de flexibilização das regras, possibilidade que também será reavaliada de forma permanente diante da situação do contágio na cidade. Até esta quinta, números da Secretaria Municipal de saúde apontavam que Juiz de Fora tem 2.239 casos suspeitos e 179 confirmados de Covid-19, sendo que foram registrados seis óbitos confirmados e outros cinco estão em investigação.
O Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 foi criado no último dia 15 e é composto por 11 órgãos, como as polícias Militar e Civil, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Corpo de Bombeiros, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Conselho Municipal da Saúde, hospitais particulares da cidade, 4ª Brigada de Infantaria Leve do Exército, Ministério Público e Câmara Municipal.
Servidores municipais
Também nesta quinta-feira, representantes da Prefeitura voltaram a se reunir com lideranças de sindicatos que defendem os interesses dos servidores da rede municipal. Como antecipado pela Tribuna nesta quarta, diante das dificuldades financeiras provocadas pela pandemia, o Município estuda alternativas para quitar os salários dos servidores nos próximos meses e medidas mais contundente como escalonamentos do pagamento, congelamento de vencimentos e redução de subsídios de servidores, em um primeiro momento, de cargos comissionados, são avaliados. O cenário foi comunicado oficialmente aos sindicalistas.