Assim, Marcos Ribeiro se apresentou como um cidadão que conhece os problemas da cidade e que pretende pôr fim a práticas que chamou de troca de favores e interesses de grupos políticos para o preenchimento de cargos públicos dentro da Administração municipal. “Sou cidadão comum e vivo todos os problemas vistos na cidade.” Para exemplificar a assertiva, o candidato ressaltou em várias possibilidades sua ligação com a Zona Norte da cidade, uma vez que é morador do Bairro Nova Era. “A Zona Norte não nasceu para andar na garupa”, afirmou, em referência a estratégias de grupos políticos de buscar o apoio de representantes locais como linha auxiliar de projetos para a cidade. “A região tem a tradição de entregar bons vices”, disse, ao mesmo tempo em que tenta assumir o protagonismo para romper tal cenário. “Hoje, a Zona Norte e os bairros periféricos estão abandonados.”
Fomento ao comércio local
Já em suas primeiras respostas, Marcos Ribeiro citou a intenção de manter um olhar especial para o desenvolvimento econômico de áreas periféricas da cidade, por meio do fomento ao comércio local. “Nós somos acostumados a resolver tudo no Centro. Mas temos que dar oportunidades para os bairros terem seus comércios fortes. Temos que fazer essa política de dar apoio ao micro e pequeno empreendedor para que atue nos bairros.” Assim, ele disse ainda que pretende trabalhar para incentivar a chegada de lojas-âncoras aos bairros. Para o candidato, é importante também que seja adotada uma política de modernização do Distrito Industrial e do minidistrito industrial do Bairro Milho Branco, ambos na Zona Norte.
Ligação direta com o Centro
Falando mais especificamente sobre a Zona Norte, o candidato da Rede defendeu a adoção de um modelo diferente no transporte coletivo urbano, em que os ônibus que saem dos bairros da região sigam diretamente para o Centro, sem efetuar novas paradas para a entrada de passageiros. Para isso, Marcos defende que, após a entrada de usuários nos pontos de ônibus dentro do seu bairro de origem, o coletivo só pare novamente no Centro. “Isso seria para dar comodidade para os cidadãos.” Caso aprovada, a medida poderia ser levada para outras regiões. “Lá, dando certo, vamos estudar uma ampliação para outros bairros.”
Replanejamento do sistema de transporte
A medida de que os ônibus façam viagens expressas Centro/Bairro é apontada como um paliativo. Desta maneira, Marcos Ribeiro não descarta a necessidade da realização de uma nova licitação para o sistema de transporte coletivo urbano, caso as previsões de contrato não estejam sendo cumpridas e não seja possível uma readequação para que seja entregue um serviço de qualidade “como consta no contrato”. “Minha visão como cidadão é que isto está uma vergonha”.
Mototáxi e transporte por aplicativo
Marcos Ribeiro afirmou que pretende avançar na regulamentação dos serviços de transporte por aplicativo, além de garantir condições de competitividade aos taxistas. Neste sentido, disse querer regulamentar também a atividade de mototáxi. “Juiz de Fora cresceu. Os bairros cresceram. Temos que discutir o uso dos mototáxis dentro dos bairros para facilitar a vida dos cidadãos.
Ampliação da arrecadação
“Não temos como fugir disso. No nosso plano de governo, temos algumas propostas para ampliar a arrecadação.” Assim, Marcos Ribeiro defende que sejam adotados programas na cidade para incentivar que o consumidor exija a nota fiscal e também um programa para a legalização de imóveis irregulares, ampliando a base do IPTU. Para o reaquecimento da economia e a geração de empregos, o candidato sinalizou a intenção de incrementar a divulgação dos potenciais da cidade para a atração de novas empresas, além de disponibilizar terrenos do Município a novos investimentos. Marcos Ribeiro revelou ainda a possibilidade de reduzir tributos municipais para alguns setores da economia de forma transitória. “Temos que pensar na recuperação e na geração de empregos. É preciso fazer uma análise, mas, o Município tendo condições de ajudar, vamos ajudar.”
Saúde
Marcos Ribeiro afirmou que pretende priorizar a atenção primária. “Se a gente consegue identificar os problemas de saúde no início, isso gera uma economia grande para o sistema”. O candidato afirmou que é papel político do prefeito liderar uma mobilização pela conclusão do Hospital Regional, que, no modelo consignado, carece de recursos oriundos do Governo do Estado. “Temos que criar uma força política com prefeito, vereadores e deputados e buscar recursos públicos e parcerias com a iniciativa privada para terminar essa obra. O Município tem que assumir a responsabilidade de brigar pelo término dessa obra. Se for preciso, até acampar em Belo Horizonte para alcançar isto.”
Aulas na rede municipal
Para o candidato, o futuro prefeito deverá iniciar o ano de 2021 disposto a ouvir professores e pais de alunos da rede municipal de educação em busca de um modelo adequado para o próximo ano no letivo, após as restrições impostas pela pandemia da Covid-19. “Essa pandemia escancarou nossa realidade social. Hoje, a grande maioria das crianças não teria um celular, acesso à internet ou mesmo um lugar em casa para estudar. Temos que avaliar três possibilidades: aula on-line, ensino por meio de entrega de material e o retorno da aula presencial”. Assim, o candidato não descarta a possibilidade de adoção de um modelo híbrido de ensino ou mesmo a retomada às aulas presenciais. “Se a aula on-line ou a entrega de material não estiver funcionando, talvez seja possível aguardar uma vacina. Tem que se avaliar. O que não pode é o aluno ficar sem educação.” O candidato ainda sinalizou a intenção de realizar concurso público para minimizar o déficit de professores efetivo no quadro do Magistério Municipal.
Segurança pública
“Queremos trazer para Juiz de Fora o conceito do COP, de Belo Horizonte”, afirmou, em referência ao Centro de Operações da Prefeitura (COP-BH), que coordena as ações conjuntas órgãos como Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, BH Trans, Cemig, Copasa, Gasmig, Fiscalização, Defesa Civil e Samu, entre outros. Marcos Ribeiro defendeu ainda que sejam feitos esforços políticos para ampliar o programa Olho Vivo na cidade, de forma a levar a iniciativa para os bairros. Marcos Ribeiro falou também sobre Guarda Municipal, que, em uma gestão da Rede Sustentabilidade, seria integrada ao planejamento de segurança. Contudo, quaisquer mudanças na legislação sobre o uso da Guarda Municipal ou mesmo a adoção de armamento letal pela corporação passaria por diálogos com a categoria e por treinamentos.
Profissionais de eventos e cultura
“Como nos restaurantes, tem que se criar protocolos para a realização de eventos em Juiz de Fora. Os profissionais vivem uma situação que corta o coração, estão proibidos de trabalhar. Temos que dar oportunidades para eles trabalharem”, afirmou o candidato, que também ressaltou que pretende fomentar o turismo cultural na cidade.