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Bolsonaro tem 145 mil votos juiz-foranos no 2º turno

bolsonaro by felipe couri
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Eleito no último domingo (28), o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) será o 42º presidente do Brasil para comandar o país entre 2019 e 2022. Em sua primeira eleição presidencial, Bolsonaro bateu o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), no segundo turno, ao receber 57.797.847 votos (55,13% dos votos válidos) contra 47.040.906 (44,87%) de seu adversário. Bolsonaro também venceu em Minas Gerais, onde somou 6.100.107 e 58,19 % da votação válida, à frente de Haddad (4.382.952 votos, 41,81% da votação válida). O mesmo cenário se repetiu entre o eleitorado de Juiz de Fora, município onde Bolsonaro recebeu o apoio de 145.333 eleitores (52,36 %); enquanto Haddad totalizou de 132.237 eleitores (47,64 %). O deputado federal também já havia vencido em Minas e em Juiz de Fora no primeiro turno das eleições, que foi realizado no dia 7 de outubro.

O bom desempenho de Bolsonaro em Juiz de Fora também redesenha uma tradição na cidade. Desde 1989 para cá, apenas em uma ocasião, o candidato petista apresentado ao eleitorado não havia saído vitorioso das urnas. Até então, o único revés petista havia ocorrido em 1994, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) venceu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno. Nas eleições de 1989, 1998, 2002, 2006 e 2014, o PT sempre foi o mais votado na cidade, seja com Lula ou com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).  Numericamente, o melhor desempenho nas urnas juiz-foranas foi de Lula, que, em 2002, computou 225.524 na cidade. Seu adversário de segundo turno na ocasião foi Serra, que computou à época apenas 45.011 votos.

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Ao todo, Bolsonaro venceu em 752 das 1.178 urnas juiz-foranas, o que significa 63,84% do total; tendo sido derrotado em 420 (35,65%). Em seis seções, o deputado federal e Haddad empataram.

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Cidadão benemérito

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Nesta segunda-feira (29), o vereador Charlles Evangelista (PSL) anunciou na tribuna da Câmara Municipal de Juiz de Fora que deu entrada em um projeto de lei para conceder um título de cidadão benemérito ao presidente eleito, Jair Bolsonaro. Outra companheira de partido do futuro chefe do Executivo nacional, a vereadora Sheila Oliveira (PSL) também declarou ter assinado à proposição. No último dia 7 de outubro, Charlles e Sheila também obtiveram vitórias nas urnas e foram eleitos, respectivamente, deputado federal e estadual.

Fim da polarização

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A vitória de Bolsonaro coloca um ponto final em uma polarização nas eleições presidenciais que, desde 1994, foram vencidas apenas por candidatos do PSDB e do PT. Aliás, em um hiato de 20 anos, entre 1994 e 2014, os candidatos petistas e tucanos sempre se revezaram nas primeira e segunda colocações. Nos pleitos de 1994 e 1998, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) saiu vitorioso das urnas em primeiro turno, seguido por Lula. Em 2002 e 2006, Lula foi o vencedor batendo, respectivamente, os tucanos José Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) no segundo turno.

Bolsonaro será o 42º presidente do Brasil e vai comandar o país entre 2019 e 2022 (Foto: Tânia Rego/ABr)

Em 2010, a maioria do eleitorado permaneceu favorável aos petistas nas vitórias da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) contra Serra e Aécio Neves (PSDB). Agora, em 2018, apesar dos esforços de Haddad, Bolsonaro é o primeiro presidente fora do eixo PT- PSDB a sair vitorioso de uma eleição desde 1989, quando Fernando Collor de Mello (PTC, à época no PRN), superou Lula também no segundo turno.

Da facada à Presidência da República

Jair Bolsonaro vence a disputa pela Presidência da República após uma campanha atípica. Sem uma grande coligação, o presidente eleito não contou com tempo de rádio e TV e apostou nas redes sociais. O favoritismo na disputa já se revelou mesmo antes do início da campanha, uma vez que aparecia líder nas pesquisas estimuladas nos cenários sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Assim, a vitória de Bolsonaro se deu após uma campanha que apresentou, claramente, dois momentos. Antes e depois e depois do dia 6 de setembro, exatamente em uma visita à Juiz de Fora. Na ocasião, após ser recebido por uma multidão no Parque Halfeld, o então presidenciável acabou vítima de um atentado ao ser atingido por uma facada desferida por Adelio Bispo de Oliveira.

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Bolsonaro, que chegou a correr risco de morte, foi obrigado a ficar 24 dias internados e a passar por dois processos cirúrgicos – um deles na Santa Casa de Juiz de Fora. Neste período, sua campanha, praticamente, restringiu-se à internet. Após receber alta no dia 29 de setembro, o presidente eleito retomou suas atividades externas de forma paulatina. Sua condição de saúde serviu como escusa para que o presidenciável se recusasse a participar de sabatinas em veículos de comunicação e de debates. Mesmo após a liberação por parte dos médicos, Bolsonaro, estrategicamente, furtou-se a participar de embates cara a cara com Fernando Haddad. Levando em consideração os resultados das urnas, a estratégia foi acertada. Até porque, ao longo de toda a campanha, sempre foi destacada uma suposta fragilidade de Bolsonaro no enfrentamento e no embate de ideias com seus adversários.

Zema obtém 67,4% dos votos em JF

Governador eleito teve o maior percentual de todos os candidatos a governador que disputaram o segundo turno em 13 estados do país, com 71,8% dos votos em Minas (Foto: Divulgação)

Com o maior de percentual entre todos os candidatos a governador que disputaram o segundo turno em 13 estados do país e no Distrito Federal, Romeu Zema (Novo) irá assumir o Poder Executivo de Minas Gerais a partir de 1º de janeiro de 2019. No último domingo, o governador eleito computou 6.963.806 votos e atingiu 71,80% da votação válida. Com o resultado, já em sua primeira experiência eleitoral, Zema venceu o senador e ex-governador Antonio Anastasia (PSDB), que recebeu o apoio de 2.734.452 eleitores – 28,2% dos votos válidos. Em Juiz de Fora, o desempenho percentual do candidato do Novo foi um pouco inferior e, com 165.649 votos, ele teve 67,4% da votação válida.

A trajetória de Zema no atual processo eleitoral não deixa de ser surpreendente, tanto de ponto de vista pessoal, quanto do ponto de vista partidário. Novidade no cenário político, o empresário levou o seu partido, o Novo, ao seu primeiro êxito em uma eleição majoritária. Em agosto, as pesquisas de intenção de votos davam ao empresário 5%, muito atrás de Anastasia, que liderava na ocasião, e do governador Fernando Pimentel (PT), que tentava a reeleição e acabou alijado da disputa de segundo turno.

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O crescimento, de fato, deu-se na semana que antecedeu o primeiro turno, realizado no dia 7 de outubro. Especialmente após debate realizado na TV Globo, no dia 3 de outubro. Em suas considerações finais após o enfrentamento com os demais adversários, o empresário afirmou que “aqueles que querem mudança, com certeza, podem votar aí nos candidatos diferentes, que são o Amoêdo (João Amoêdo, à época candidato à Presidência pelo Novo) e o Bolsonaro”. A declaração provocou reprimendas de seu partido, mas, mais do que isto, colocou Zema na crista da onda que garantiu a Bolsonaro e candidaturas correlatas boas votação há três semanas.

O bom desempenho nas urnas garantiu a vantagem de Zema no segundo turno. Nunca o empresário chegou a ser ameaçado por Anastasia nas pesquisas de intenção de votos. Assim ao longo das últimas semanas, o governador eleito basicamente reforçou o discurso de que ele seria a única novidade capaz de colocar ponto final à alternância dos mesmos grupos políticos no comando do Executivo estadual, baseando seus discursos em um tom liberal na economia e conservador nos costumes, a la Bolsonaro. Tanto que, nos últimos dias antes da eleição deste domingo, colocou na rua o slogan “BolsoZema”, tentando associar, definitivamente, seu nome ao do presidenciável do PSL. Ao final, a estratégia mostrou-se vitoriosa.

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