Ainda sem chegar a um entendimento com a Prefeitura de Juiz de fora (PJF) sobre as atuais negociações da campanha salarial 2018, os professores da rede municipal podem paralisar suas atividades por tempo indeterminado a qualquer momento. Em assembleia realizada na tarde desta terça-feira (29), a categoria deliberou pela aprovação de estado de greve.
Após a reunião realizada no Ritz Hotel, que teve seu auditório lotado pela presença dos docentes, os professores fizeram uma passeata em direção à Câmara, em esforço para buscar um diálogo com o Poder Legislativo pela revogação de um gatilho legal que, desde 2015, autoriza ao Executivo a conceder reajustes diferenciados nas situações em que os salários dos professores municipais da base da carreira estiverem abaixo do piso nacional da categoria. O polêmico artigo 9º é visto como prejudicial por, conforme aponta a categoria representada pelo Sindicato dos Professores (Sinpro), resultar em um achatamento do plano de carreira dos servidores.
A assembleia desta terça-feira havia sido convocada pelo Sinpro para esta terça com paralisação de atividades. A mobilização, no entanto, não prejudicou as aulas na rede municipal, uma vez que o dia letivo já estava comprometido por decisão do próprio Poder Executivo, que, por conta dos problemas de desabastecimento causado pela greve dos caminhoneiros, já havia suspendido as aulas da rede municipal ao longo desta semana.
Um novo encontro dos professores está agendado para a próxima quinta-feira, dia 7 de junho, quando, uma vez mais, a categoria é chamada a cruzar os braços. Durante a discussão, a deflagração da greve pode ser debatida e, assim, não está descartada. Uma nova rodada de negociações entre Sinpro e PJF deve acontecer no dia 6. Entre os principais pleitos dos docentes, além da retirada do “artigo 9º, está o respeito à data-base e ao reajuste do piso nacional definido anualmente pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), que, no entendimento dos docentes, deve ser aplicado a todo quadro de carreira.
Greve geral
Além da aprovação do estado de greve, os professores também aprovaram moções a serem enviadas a entidades sindicais a favor da construção de uma greve geral da classe trabalhadora em defesa dos direitos, da soberania nacional e da democracia; pela realização de eleições democráticas e livres; pela revogação da Emenda Constitucional 95, que estabelece teto de gastos para o Governo federal e das legislações que definem a reforma trabalhista e Lei da Terceirização irrestrita; e contra a possibilidade de privatização da Petrobrás.