Também declararam apoio a Bolsonaro três tucanos (João Doria, Eduardo Leite e Reinaldo Azambuja), os dois governadores do DEM (Ronaldo Caiado e Mauro Mendes), os dois do PSC (Wilson Lima e Wilson Witzel), Romeu Zema (Novo), Gladson Cameli (PP), Ratinho Junior (PSD). A centro-direita completa esse grupo com Mauro Carlesse (PHS), reeleito para governar o Tocantins.
Quatro outros governadores eleitos por partidos do centro ou apoiaram o candidato derrotado Fernando Haddad (PT) – caso de Belivaldo Chagas (PSD, eleito em Sergipe em coligação com o PT) e Renan Filho (MDB, reeleito em Alagoas) – ou ficaram neutros no segundo turno, como ocorreu com os emedebistas Ibaneis Rocha (DF) e Helder Barbalho (PA).
Nordeste
A onda conservadora ficou afastada apenas da Região Nordeste, onde todos os eleitos apoiaram Haddad. Foi ali que o PT conseguiu reeleger três governadores – Camilo Santana, no Ceará, Rui Costa, na Bahia e Wellington Dias, no Piauí – já no primeiro turno e eleger ontem um quarto – Fátima Bezerra – no Rio Grande do Norte.
O PT foi o partido que mais elegeu governadores. E esse ponto dá a dimensão do tamanho da fragmentação partidária nesta eleição. De fato, em 2014, o MDB fizera sete executivos estaduais. Naquele ano, o PT havia conquistado cinco Estados, mesma quantidade obtida então pelo PSDB. Os três partidos que juntos haviam eleito a maioria dos governadores (17) conquistaram em 2018 dez executivos estaduais.
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Depois do PT, os partidos que mais elegerem governadores neste ano foram o PSL de Bolsonaro, o PSB, o PSDB e o MDB, cada um com três. Outros três partidos do centro-direita – DEM, PSD e PSC -, que compõem o Centrão no Congresso, conseguiram eleger dois governadores cada um. Os socialistas e os democratas são os dois únicos partidos que terminaram a eleição de 2018 com o mesmo número de governadores eleitos em 2014.
A fragmentação fica ainda mais evidente quando o quadro atual é comparado com o registrado após as eleições de 2010. Naquele ano, apenas seis legendas conseguiram eleger governadores, sendo que PSDB, MDB, PSB e PT reuniam 24 dos governadores eleitos. Os tucanos eram então o maior partido nos Estados – tinham oito -, seguido pelo PSB (6) e pelo PT e MDB, cada um com cinco. Sobravam então três governos, divididos entre o DEM (2) e PMN (1). Desta vez, cinco partidos conquistaram um único executivo estadual: o PP (Acre), o Novo (Minas), o PHS (Tocantins), o PDT (Amapá) e o PCdoB (Maranhão).
Renovação
A renovação também foi a marca dessa eleição. Ao todo, 15 governadores eleitos são de legendas diferentes das que haviam conquistado os executivos estaduais em 2014. Houve dez reeleições neste ano e o partido da situação governista conseguiu se manter no poder com outro candidato em apenas dois estados – São Paulo e Paraíba.
Em 2014, 11 governadores foram reeleitos e quatro eram os candidatos apoiados pelos chefes de executivo, deixando apenas 11 para serem ocupados pelos opositores aos governos de então. Símbolo da renovação deste ano são os governadores eleitos pelo Novo em Minas e pelo PSC no Rio. Tanto o empresário Romeu Zema quanto o ex-juiz federal Wilson Witzel eram candidatos pouco conhecidos em seus Estados e derrotaram os favoritos – o tucano Antonio Anastasia, em Minas, e o democrata Eduardo Paes, no Rio.