Minas Gerais tem novo governador eleito. O empresário Romeu Zema (Novo) tem 6.963.914 votos e atinge 71,80% da votação válida até o momento, deixando para trás o senador e ex-governador Antonio Anastasia (PSDB), que computa, até agora, o apoio de 2.734.535 eleitores, ou 28,20% dos votos válidos. Zema sai vitorioso das urnas logo em sua primeira experiência eleitoral e irá debutar em um cargo eletivo a partir de janeiro de 2019 para exercer um mandato que se estenderá até dezembro de 2022.
A trajetória de Zema no atual processo eleitoral não deixa de ser surpreendente, tanto de ponto de vista pessoal, quanto do ponto de vista partidário. Novidade no cenário político, o empresário teve uma trajetória, de certa forma, meteórica e levou o seu partido, o Novo, a seu primeiro êxito em uma eleição majoritária. Em agosto, as pesquisas de intenção de votos davam ao empresário 5% das intenções de voto, muito atrás de Anastasia, que liderava na ocasião, e do governador Fernando Pimentel (PT), que tentava a reeleição e acabou alijado da disputa de segundo turno.
O crescimento, de fato, deu-se na semana que antecedeu o primeiro turno, realizado no dia 7 de outubro. Especialmente após debate realizado na TV Globo, no dia 3 de outubro. Em suas considerações finais após o enfrentamento com os demais adversários, o empresário afirmou que “aqueles que querem mudança, com certeza, podem votar aí nos candidatos diferentes, que são o Amoêdo (João Amoêdo, à época candidato à Presidência pelo Novo) e o Bolsonaro”. A declaração provocou reprimendas de seu partido, mas, mais do que isto, colocou Zema na crista da onda que garantiu a Bolsonaro e candidaturas correlatas boas votação há três semanas.
O bom desempenho nas urnas garantiu a vantagem de Zema no segundo turno. Nunca o empresário chegou a ser ameaçado por Anastasia nas pesquisas de intenção de votos. Assim ao longo das últimas semanas, o governador eleito basicamente reforçou o discurso de que ele seria a única novidade capaz de colocar ponto final à alternância dos mesmos grupos políticos no comando do Executivo estadual, baseando seus discursos em um tom liberal na economia e conservador nos costumes, à la Bolsonaro. Tanto que, nos últimos dias antes da eleição deste domingo, colocou na rua o slogan “BolsoZema”, tentando associar, definitivamente, seu nome ao do presidenciável do PSL.
O empresário afirma que vai transformar o Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador, em um museu, mas não descarta a venda do local. Sobre as áreas de saúde e segurança, em diversos momentos, Zema alterou o plano de governo. O candidato do Novo disse ser favorável à utilização de parcerias com empresas de segurança privada na área rural e que pretende contar com instituições filantrópicas para finalizar a construção de hospitais.
Histórico
Romeu Zema é natural da cidade de Araxá, no Triângulo Mineiro. O candidato tem 53 anos e é pai de dois filhos. Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (SP), iniciou sua trajetória profissional ainda jovem. Em 1991, assumiu o controle das Lojas Zema, que hoje possui 430 lojas nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia e Espírito Santo.
Atualmente, Romeu é membro do Conselho do Grupo Zema, composto por empresas que operam em cinco ramos: varejo de eletrodomésticos e móveis, distribuição de combustível, concessionárias de veículos, serviços financeiros e autopeças. O grupo conta com cinco mil empregados diretos e aproximadamente 1.500 indiretos.