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Ex-ministro e senadora viram réus

senadora disse ontem que vai provar sua inocencia

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Senadora disse ontem que vai provar sua inocência
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Senadora disse ontem que vai provar sua inocência

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Brasília (AE) – Por unanimidade, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal aceitou ontem a denúncia contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. Com a decisão – tomada um ano e meio após o início da investigação formal -, a petista se tornou a primeira senadora ré na Lava Jato, acusada da prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O caso faz parte do conjunto inicial de inquéritos abertos em março de 2015 pelo Supremo contra parlamentares investigados no esquema de corrupção na Petrobras. A investigação foi convertida em uma acusação formal pela Procuradoria-Geral da República em maio deste ano, quando o casal virou alvo de uma denúncia.

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A senadora é a terceira congressista a responder a uma ação penal perante o STF na Lava Jato. Antes dela, viraram réus o deputado cassado Eduardo Cunha, por duas vezes, e o deputado Nelson Meurer (PP-PR). O Supremo tem mais sete denúncias já oferecidas pela PGR para serem analisadas e ao menos outros 31 inquéritos abertos conduzidos pelo Ministério Público e Polícia Federal.

Gleisi e Bernardo são acusados de receber R$ 1 milhão de propina, oriundos de um esquema de corrupção instalado na Diretoria de Abastecimento da estatal, chefiada na época por Paulo Roberto Costa – conforme relevou o jornal “O Estado de S. Paulo” em outubro de 2014. O dinheiro, segundo a investigação, serviu para abastecer a campanha da petista ao senado em 2010 e foi solicitado por Paulo Bernardo ao ex-diretor da Petrobras.

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O pagamento foi viabilizado pelo empresário Ernesto Kugler, que também se tornou réu pelos mesmos crimes. As delações premiadas de Paulo Roberto e do doleiro Alberto Youssef, as primeiras firmadas pelo Ministério Público, serviram para embasar a acusação. A partir da agora, o STF pode colher depoimentos de testemunhas da acusação e da defesa. O relator da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki, votou pela abertura da ação penal e foi seguido pelos demais integrantes da 2ª Turma: Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

“Há elementos que vão muito além das declarações prestadas em colaboração premiada, de modo que considero preenchidos os requisitos para o recebimento da denúncia e voto nesse sentido”, disse Teori. “Existe descrição clara dos fatos. Para embasar a peça acusatória.” Gleisi disse que recebeu com “profunda tristeza” a decisão do STF, mas que, a partir desta fase do processo, terá a oportunidade de provar a sua inocência. “Mas em seu voto, o ministro relator Teori Zavascki coloca que não tem certeza dos fatos ocorridos, portanto me dá o benefício da dúvida, coisa que eu não tive até agora”, disse em entrevista no Senado.

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O advogado da petista, Rodrigo Mudrovitsch, alegou que a denúncia não apresentava provas contra a senadora. Para a advogada Veronica Abdalla, que representa Paulo Bernardo, Paulo Roberto Costa foi intimado mais de uma vez “para se chegar à versão desejada pela acusação”. O advogado José Carlos Filho, que defende Ernesto Kugler, também questionou a denúncia: “Não podemos abrir mão da força normativa da Constituição”.

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