Atualizada às 15h
Sindicatos já contam como certa a adesão de diversas categorias na Greve Geral, marcada para todo o território nacional, nesta sexta-feira (28), contra as reformas propostas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB) no Congresso Nacional. As reformas da Previdência e Trabalhista estão nas miras dos trabalhadores que pretendem cruzar os braços, afetando os setores de transporte, saúde e educação. Em Juiz de Fora, motoristas e cobradores dos ônibus municipais, professores, médicos, bancários, policiais civis, servidores municipais e comerciários entre outras categorias prometem paralisação durante todo o dia (ver quadro abaixo). Com os diversos serviços suspensos nesta sexta, a expectativa é de que a procura por eles aumente na terça-feira, já que segunda é feriado do Dia do Trabalhador.
Os ônibus do transporte coletivo urbano irão paralisar as atividades às 8h30 de sexta-feira e só retornarão por volta das 15h do mesmo dia. A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Sinttro), Vagner Evangelista Corrêa, que garantiu 100% de adesão dos trabalhadores da categoria ao movimento. Ainda segundo ele, a Prefeitura, a Polícia Militar e os Consórcios Integrados do Transporte Público (Cinturb) foram comunicados com 72 horas de antecedência, de acordo com a lei. No entanto, o sindicalista ressaltou que a adesão ao movimento tem como pauta a manifestação contra a reforma da Previdência e contra a terceirização propostos pelo Governo federal. “Nós vamos trabalhar durante a manhã e após o meio da tarde para que as pessoas que necessitem de ônibus nestes períodos consigam cumprir seus compromissos. Após às 8h30, todos os carros serão recolhidos à garagem. Não haverá ônibus parado nas ruas”, garante.
Todavia, segundo a assessoria de imprensa dos Consórcios Integrados do Transporte Urbano (Cinturb), não houve qualquer informação oficial sobre o ato marcado para a sexta. No entanto, explicou que os consórcios vão fazer todo o possível para garantir a operação do sistema normalmente, buscando maneiras para fazer a circulação dos ônibus nos horários previstos.
Panfletagem nas ruas
O vice-presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio, Wagner França, ressaltou que, desde a última segunda-feira, funcionários do órgão vêm fazendo panfletagem nas ruas de Juiz de Fora para chamamento da classe à adesão da greve. “Não temos o poder de fechar as lojas. Assim, estamos aconselhando a categoria à aderir ao movimento. Neste momento, entendemos que precisa haver consciência geral e união de todos, não apenas do trabalhador, mas do patrão também. Essas atitudes tomadas pela Câmara Federal e pelo Senado estão indo de encontro aos interesses dos trabalhadores, dos patrões e do povo brasileiro no que diz respeito à questão da aposentadoria. Além disso, estamos informando que não haverá transporte, por isso, o ideal é unir com o sindicato”, ressalta Wagner, acrescentando que o órgão o qual representa faz parte da nova central sindical do município, que compreende 11 sindicatos, como os panificadores e enfermeiros, entre outros. Segundo ele, todos estão tomando a mesma conduta e chamam todas as categorias para se reunirem, na Praça da Estação, no Centro, nesta sexta-feira, a partir das 9h.
Em nota, enviada à Tribuna nesta quinta-feira, o Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF), afirmou que o comércio da cidade irá funcionar normalmente durante todo o dia.
Mobilização deve atingir mais de 50 entidades
De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu), mais de 52 entidades estarão nas ruas engrossando o movimento de Greve Geral na cidade. “Acreditamos que essa mobilização será um sucesso e contará com a participação dos rodoviários. O objetivo é fazer uma grande passeata em Juiz de Fora, contando com servidores públicos, iniciativa privada, comércio, metalúrgicos para poder fazer uma paralisação maior do que aquela de 15 de março”, ressaltou o presidente do Sinserpu, Amarildo Romanazzi.
Já o secretário geral do Sindicato dos Bancários, Carlos Alberto de Freitas Nunes, confirma que a mobilização deve atingir mais de 40 estabelecimentos e cerca de 700 trabalhadores. “Vamos para as portas das agências de manhã para uma conversa com a categoria. Depois seguiremos para a concentração na Praça da Estação. Na Caixa Econômica e no Banco do Brasil, temos a certeza de que os funcionários irão aderir de fato à greve, porque algumas das medidas afetam as questões internas desses bancos, principalmente, no que diz respeito aos correspondentes bancários e lotéricas, por exemplo.”
Correios em greve
Na noite de quarta-feira, depois das 22h, funcionários dos Correios, em todo o Brasil, deram início a uma paralisação por tempo indeterminado. Além disso, a categoria aprovou, em assembleia, no último dia 17, a adesão à paralisação de amanhã. Conforme o diretor de formação sindical e relações do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Reginaldo de Freitas Souza, a classe, além de lutar contra as reformas propostas pelo governo do presidente Michel Temer, reivindica uma pauta específica. “Temos pendências dentro dos Correios que precisam ser sanadas e também estamos contra a privatização e a terceirização de todas as estatais.” Ele pontua que, a princípio, o sindicato conta com a adesão total da categoria, que tem hoje em atividade, na cidade, cerca de 800 trabalhadores.
Carona solidária
Nos grupos de amigos, a carona solidária será a mão na roda para quem não pode deixar de trabalhar. As pessoas ontem já estavam se organizando em grupos para poder compartilhar o carro, uma vez que o transporte público será interrompido. Entre as empresas ouvidas pela Tribuna, A MRS informou ontem que sempre incentiva caronas solidárias e que tem um canal em sua rede social corporativa para isso.