Os professores da rede municipal de Juiz de Fora decidiram adotar posição contrária à reforma da Previdência Social apresentada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao Congresso Nacional no último dia 20. Em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira (27), a categoria definiu, inclusive, uma agenda de mobilização e programa paralisar suas atividades no próximo dia 22 de março. A data foi escolhida em atendimento a chamado de centrais sindicais que têm preparado mobilização contra a reforma. “Estamos construindo uma greve geral. Em Juiz de Fora, vamos procurar outras entidades para construirmos juntos este movimento”, afirmou a coordenadora-geral do Sindicato dos Professores (Sinpro), Aparecida de Oliveira Pinto.
“Abrimos discussão com relação à Previdência e mudanças na aposentadoria dos professores. É uma situação gravíssima. Estamos em um processo de perder nossa aposentadoria especial. Temos uma jornada completamente diferente de outras categorias. Temos uma jornada invisível, em que temos que preparar aulas e estudar sempre. Agora, o governo vem falar em idade mínima com contribuição de 30 anos. Temos que dar o exemplo de resistência como fizemos em 2017, quando a reforma apresentada pelo ex-presidente Michel Temer acabou paralisada”, reforçou Aparecida. Segundo a coordenadora-geral do Sinpro, os docentes também devem formar comitês para conscientizar pais e responsáveis de alunos da rede pública de Juiz de Fora sobre os efeitos da reforma da Previdência em tramitação no Congresso, considerados nocivos pela categoria.
Campanha salarial
Durante a assembleia desta quarta, o Sindicato dos Professores ainda fez um relato de ações realizadas pela entidade nos últimos meses, como a cobrança para a equação do atraso do pagamento do 13º, finalizado pela Prefeitura no último dia 15 de fevereiro, após a incidência de duas parcelas. Os docentes cobram ainda que o Município dê início às rodadas de negociação relacionada à campanha salarial dos docentes do exercício financeiro de 2019. Por meio de nota, a Secretaria de Administração e Recursos Humanos informou que “recebeu a pauta de reivindicações do Sinpro na última segunda-feira (25), durante reunião com o sindicato em mesa de negociação, e comunicou ao sindicato que fará o agendamento das primeiras reuniões nas próximas semanas.”
A pauta de reivindicações dos docentes, definida em novembro do ano passado, pleiteia reajuste linear com referência no índice de reajuste do piso nacional do magistério, de 4,17% segundo o Ministério da Educação (MEC), e ganho real de 3% como ferramenta de compensação de perdas salariais acumuladas em anos anteriores. “Está em pauta também a nossa ACVM (Ajuda de Custo de Valorização do Magistério), que não foi paga no ano passado, e a necessidade de realização de concurso público para a contratação de novos professores”, pontuou Aparecida.
Além da assembleia, os professores também realizaram uma paralisação de atividades nesta quarta-feira. Segundo o Sinpro, a adesão dos professores da rede municipal chegou a 60%. Já a a assessoria da Secretaria Municipal de Educação afirmou que “oito escolas aderiram à paralisação”. A mobilização desta quarta foi aprovada durante ato realizado pelos docentes no último dia 19. Na ocasião, a categoria se reuniu em frente à Câmara para reivindicar, entre outros pontos, o pagamento das rescisões e do salário integral de fevereiro para os trabalhadores temporários.