Como parte do movimento grevista encabeçado pelo Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação de Juiz de Fora (Sintufejuf), a rotina nas duas unidades do Restaurante Universitário (RU) amanheceu alterada nesta quarta-feira (26). A unidade do Centro não funcionou, enquanto no Campus da UFJF os grevistas promoveram um “roletaço”, ou seja, estudantes e servidores tiveram acesso às refeições sem precisar pagar por elas. A ação aconteceu durante o café da manhã e o almoço, e a previsão é que se repita no jantar e durante toda a quinta-feira. Em virtude do feriado em comemoração do Dia do Servidor Público, a Federal não funciona nesta sexta.
O presidente do sindicado, Paulo Dimas, explica que o sistema de transporte no campus também não funcionou desde o começo da manhã e que, na parte da tarde, o comando de greve irá definir se outras áreas também vão paralisar, como as centrais de atendimento e a biblioteca. “Em todo o país, 96% das universidades já aderiram ao movimento, que é contra aos desmandos deste atual governo.” Embora o final da greve esteja atrelado à tramitação da proposta de emenda constitucional (PEC) 241, que prevê corte nos gastos públicos, o sindicato a classifica como indeterminada, pois ainda não há definição da data para a próxima votação. A paralisação teve início na segunda (24) e combate outros projetos, como a reestruturação do Ensino Médio.
A ação do sindicato dividiu opiniões entre os alunos. Para o estudante de jornalismo Pedro Capetti, o movimento seria ainda mais prejudicial aos gastos públicos. “Sabemos que o custo do RU é alto, e fornecer alimentos de graça iria impactar ainda mais nos gastos, inclusive, em um momento de cortes como este”, questiona. Já o aluno do curso de turismo, Augusto Spinelli, engrossa o coro daqueles que aprovam a greve dos servidores. “Vejo isso como um protesto contra tudo o que o atual governo vem fazendo. Alguém precisa fazer esta cobrança”, apoia.
A estudante de direito Larissa Almeida ressalta que a UFJF precisa se unir, e a mobilização do movimento estudantil é fundamental neste momento. Alunos da Faculdade de Engenharia Ambiental e Sanitária, Lucas Efisio e Thiago Lamarca, ponderam sobre o fato de estarem em mais uma greve. “Não gosto de greve, pois elas sempre nos atrapalham, mas em virtude deste motivo, todos nós estamos em risco e temos que fazer algo para reverter esta situação”, destaca Lucas. Já Thiago pontua que, pelo fato de os servidores terem promovido sucessivas greves, muita gente pensa que esta não tem o seu valor. “Pelo contrário, os motivos desta fazem mais sentido para nós estudantes, pois não trata apenas de pautas da categoria”, observa.