Pesquisa do Ibope contratada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e divulgada nesta quarta-feira (26) mostra que o cenário eleitoral da corrida residencial permanece em aberto a 11 dias do pleito de 7 de outubro. De acordo com o levantamento, 28% dos entrevistados consideram “muito alta” ou “alta” a possibilidade de mudar de votos e deixar de apoiar o candidato de sua preferência para evitar que outro nome, de sua rejeição, saia vitoriosa das urnas. Outros 18% ainda classificam como “média” a possibilidade de recorrer ao chamado voto útil, o que significa que quase metade (46%) dos eleitores ouvidos admitem rever seus posicionamentos nos próximos dias, conforme o desenrolar da campanha. Por outro lado, 48% considera “baixa” ou “muito baixa” tal possibilidade e 6% não souberam ou responderam ao questionamento feito pelo instituto.
No recorte apresentado pelo Ibope, a possibilidade de voto útil se dará mais para evitar que um nome repudiado por parte do eleitorado chegue à Presidência. Isto porque apenas 16% dos entrevistados consideram como “alta” ou “muito alta” a possibilidade de trocar seu voto para apoiar um candidato que tenha mais chances de sair vitorioso no processo eleitoral que se inicia no próximo dia 7 de outubro e pode ser finalizado no dia 28 do mesmo mês, caso ocorra a necessidade de segundo turno – cenário considerado provável pelo estudo.
Dentre os candidatos colocados na disputa, o Ibope afirma que Jair Bolsonaro (PSL), que tem liderado as pesquisas, registra o eleitorado mais consolidado. Entre os entrevistados que afirmaram que irão votar no deputado federal, 55% afirmaram que sua decisão é definitiva e que, de forma alguma, mudarão suas posições. No caso de Fernando Haddad (PT), tal índice é de 49%, enquanto Ciro Gomes (PDT) tem 31%; Geraldo Alckmin (PSDB), 26%; e Marina Silva (Rede), 22%.
Com relação à possibilidade de recorrer ao voto útil, os eleitores de Alckmin e Ciro parecem mais disposto a mudar de posição. Segundo o Ibope, 36% dos entrevistados que declararam apoio ao ex-governador de São Paulo consideram como “alta ou muito alta” a possibilidade de mudar de posição para evitar que um candidato que o desagrada vença as eleições. No caso do ex-governador do Ceará, o índice chega 35%. Entre os eleitores de Fernando Haddad, tal possibilidade é admitida por 31% dos ouvidos; de Marina, por 28%; e de Bolsonaro, por 22%.
Rejeição
Jair Bolsonaro segue com a maior rejeição entre todos os concorrentes. Assim, 44% dos entrevistados pelo Ibope afirmaram que não votariam de forma alguma no deputado federal. Marina e Haddad dividem a segunda maior rejeição, com 27% cada. Na sequência, aparecem Alckmin, com 19%; Ciro, com 16%; Cabo Daciolo (Patriota) e Henrique Meirelles (MDB), com 11%; Eymael (DC), com 10%; Alvaro Dias (Podemos), Guilherme Boulos (PSOL) e Vera Lúcia (PSTU), com 9%; João Amôedo (Novo), com 8%; e João Goulart Filho (PPL), com 7%. Dois por cento dos entrevistados disseram que podem votar em qualquer um dos envolvidos na disputa, enquanto 7% não souberam se posicionar ou não responderam.
Encomendada pela CNI, a pesquisa ouviu dois mil eleitores em 126 municípios entre sábado (22) e segunda-feira (24). O nível de confiança do levantamento é de 95%. A consulta foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com número BR-04669/2018.
Ibope aponta Bolsonaro com 27%; Haddad, 21%; Ciro, 12%
Feita em um recorte temporal muito próximo da última pesquisa do Ibope/Estado de S.Paulo/TV Globo, divulgada na última segunda feira (24), o levantamento contratado pela CNI retificou um cenário muito similar ao último levantamento publicado pelo instituto. Jair Bolsonaro (PSL) permanece consolidado na dianteira e aparece com o apoio de 27% dos entrevistados ouvidos no levantamento contratado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na segunda posição vem Fernando Haddad (PT), com 21%, seguido por Ciro Gomes (PDT), com 12%; Geraldo Alckmin (PSDB), com 8%; e Marina Silva (Rede), com 6%. Assim, considerando a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, Alckmin e Marina estão tecnicamente empatados.
Na sequência aparecem ainda João Amoêdo (Novo), com 3%, e Alvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB), ambos com 2%. Assim, os três estão em empate técnico com Marina Silva. Por fim, Guilherme Boulos (PSOL) computou 1% e Cabo Daciolo (Patriota), Vera Lúcia (PSTU), João Goulart Filho (PPL) e Eymael (DC) não pontuaram, estando todos empatados tecnicamente com Amoêdo, Alvaro Dias e Meirelles. Ainda de acordo com o atual levantamento do Ibope, 11% dos entrevistados disseram que pretendem anular o voto ou votar em branco, e 7% não sabem ou não souberam responder.
Projeções de segundo turno
O instituto fez quatro projeções de segundo turno, todas com Jair Bolsonaro. Segundo os números do Ibope, o atual líder nas pesquisas seria derrotado por Ciro Gomes e empataria tecnicamente contra os demais adversários. No embate com Ciro, o levantamento aponta 44% para o candidato do PDT contra 35% do deputado federal. Haddad teria vantagem numérica contra Bolsonaro, 42% contra 38%, mas estaria empatado com o parlamentar no limite da margem de erro. Mesmo cenário é observado quando se sugere um duelo entre Alckmin e Bolsonaro. O tucano tem vantagem numérica – 40% contra 36%, pontuação que configura empate técnico. Por fim, a situação se inverte com Marina colocada na disputa, em simulação que dá vantagem numérica a Bolsonaro – 40% contra 38% -, também estando os dois postulantes tecnicamente empatados.
A consulta ainda mensurou a expectativa dos entrevistados com relação ao resultado das eleições. Quando questionados, 44% dos ouvidos afirmaram acreditar que Bolsonaro será eleito presidente; 20% apostam em Haddad; 8% em Ciro; 7% em Alckmin; 3% em Marina; e 1% em Álvaro Dias e Meirelles. Por outro lado, 16% não souberam e posicionar ou não responderam. Os demais candidatos foram mencionados por menos de 1% dos entrevistados.