Os trabalhadores dos Correios de Juiz de Fora vão continuar em greve pelos próximos dias, apesar de liminar do Tribunal Superior do Trabalho (TST) concedida nesta segunda-feira (25), que decreta a garantia de efetivo mínimo de 80% por unidade durante a paralisação. A informação é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicação Postal, Telegráfica e Similares de Juiz de Fora (Sintect/JFA), João Ricardo Guedes. De acordo com ele, cerca de 50 trabalhadores estão de braços cruzados em Juiz de Fora, somando 80 funcionários em greve em toda a região.
Segundo os Correios, a liminar impõe multa diária de R$ 100 mil às federações representantes dos trabalhadores. Apesar disso, segundo João Ricardo, a orientação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect) é a de manter o movimento. “A justificativa da empresa é que o serviço prestado é essencial para a população, mas se assim o fosse, os prazos não estariam dilatados como estão. Estamos respeitando os 30% de efetivo mínimo, mas o movimento está crescente, e a expectativa é de crescer ainda mais a partir desta quarta (27), quando os trabalhadores das agências do Rio de Janeiro e de São Paulo também aderirem à greve.”
Ainda conforme o presidente, a proposta da empresa de 3% de reajuste nos salários e benefícios a partir de janeiro de 2018 e a manutenção do acordo coletivo 2016/2017 deve ser recusada. “A empresa brinca com o trabalhador efetivo. Esse valor não é justo para um trabalhador que, a cada dia, vê seu poder de compra mais reduzido e não tem dinheiro para ter uma vida decente. Entendemos a proposta do reajuste de acordo com a inflação, mas a proposta de manter o acordo coletivo só foi feita diante do movimento paredista.”
Por meio de nota, os Correios afirmaram que nesta terça-feira (26), 90% do efetivo continuaram trabalhando no Brasil. Em Minas, o percentual é de R$ 94%. No último fim de semana, os Correios realizaram mutirões em todas as cidades onde há paralisação com o objetivo de evitar os impactos da greve no atendimento à população. Segundo levantamento da empresa, na ocasião, 1,7 milhão de encomendas foram entregues.