A situação das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos Bairros Linhares, na Zona Leste, e São Pedro, na Cidade Alta, foi o tema de audiência pública realizada pela Câmara Municipal na tarde desta quinta-feira (25). A sessão, que foi proposta pelo vereador presidente da Casa, Juraci Scheffer (PT), também abordou questões relativas à disponibilidade do atendimento médico, à presença de profissionais, à marcação de consultas e à oferta de medicamentos para a população assistida.
Legenda: CMJF/Assessoria
Juraci Scheffer abriu a audiência cobrando a realização de obras de ampliação das estruturas das duas unidades, a fim de melhorar as condições de atendimento aos usuários das regiões onde estão inseridas. Segundo ele, no caso de São de Pedro, já existem recursos para as obras, mas é preciso dar início ao processo de licitação para iniciar os trabalhos. “É preciso agir para que, no ano que vem, essas obras já estejam prontas e em funcionamento para melhor realizar o atendimento da população”, cobrou. Conforme o vereador, a UBS do São Pedro tem uma estrutura pequena, inclusive com apenas um banheiro, que não comporta mais a demanda gerada na Cidade Alta em razão do crescimento populacional da região.
Os usuários da UBS de São de Pedro fizeram uso de palavra e também ressaltaram que o local foi construído há cerca de 50 anos, quando a realidade da região era outra. Eles argumentaram que, atualmente, a unidade não comporta o volume de demanda, uma vez que se trata de uma estrutura pequena, com apenas um banheiro não-adaptado para pessoas com deficiência.
No caso de Linhares, Scheffer ressaltou que a ampliação e a reforma da atual estrutura são urgentes, a fim de garantir um atendimento de qualidade à população daquela área da cidade. Usuários da UBS de Linhares usaram a tribuna da Câmara para destacar problemas enfrentados por quem busca a unidade para atendimento médico, como falta de uma reforma geral na estrutura do imóvel e carência de funcionários, além da questão de a unidade ser referência para atendimento de detentos do sistema prisional da cidade, mas não contar com estacionamento adequado para viaturas.
A ouvidora municipal de saúde, Samantha Borchear, que estava presente, lembrou que a atenção primária é importante para atenuar demandas, mas deve contar com número de profissionais, medicamentos e insumos adequados. “Não são só as UBSs de Linhares e São Pedro que se encontram nessa situação. Posso citar, por exemplo, Jóquei II, Grama, Granjas Bethânia, das quais as pessoas me procuram o dia inteiro por conta de falta de recursos humanos, insumos e por aí vai. Quero dizer que estou à disposição como órgão mediador do cidadão com o poder público, podem contar com nosso trabalho e nossa cobrança para chegarmos à atenção primária que precisamos e queremos”, disse.
PJF diz se esforçar para realizar licitação e concurso futuramente
A subsecretária de Relações Institucionais da Secretaria de Governo da Prefeitura de Juiz de Fora, Taiandre Nunes, afirmou que PJF está empenhada para que aconteça a licitação e o início das obras para melhoramento das UBSs. “Este ano, nosso esforço foi de terminar o projeto arquitetônico para visualização das UBSs, e foi tratada, junto com a Secretaria de Saúde e representantes da duas UBSs, a verificação dessas estruturas. Agora, estamos nos empenhando para que essa licitação saia o quanto antes, porque sabemos das grandes dificuldades que as duas comunidades têm e da importância disso para impactar de forma positiva a vida dos moradores”, enfatizou, lembrando que o dinheiro para essas obras ainda não está em conta e só estará disponível depois da abertura da licitação para as obras.
A subsecretária de Atenção à Saúde da Secretaria de Saúde da PJF, Joana D´arc Zanelli, também afirmou que as UBS são equipamentos importantes dentro da atenção primária e disse que a atual gestão municipal reconhece essa relevância. Todavia, ela ressaltou que área da saúde vem enfrentando desafios que vêm de um desfinanciamento do setor. “Pouco antes da pandemia, houve mudança na forma de financiamento, que é o Previne Brasil, que quer dizer que é preciso ter equipes cadastradas e produzindo para que haja recebimento de recursos. Então, infelizmente, isso penaliza os municípios, pois eles têm dificuldade de fazer essa organização para ter equipes constituídas e captar recursos. Isso é algo que precisa ser pensado de forma coletiva para a realização de nossas demandas”, disse, acrescentando que o Município, atualmente, pensa em organizar sua forma de gestão, porque tem um modelo de atenção primária tradicional e de estratégia de saúde da família que precisa de pessoas, e é necessário suprir o quadro pessoal em momentos cruciais. Conforme ela, a PJF vem estudando planos como o Saúde na Hora, para extensão e expansão de horários com atendimentos até depois das 16h, com o objetivo de garantir o acesso aos atendimentos médicos.
Sidney Castro, gerente de Departamento de Recursos Humanos da PJF, também presente no debate, afirmou que, quanto à questão de falta pessoal, por imposição do período de pandemia da Covid-19, não estão sendo realizados concursos, mas disse que a Administração está fazendo um diagnóstico para a realização de concurso público, com o objetivo de sanar o déficit nos quadros profissionais.