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Ouvidoria solicita a ministro ação da PF em caso do tiroteio entre policiais

Tiroteio-Monte-Sinai

Crime ocorreu na última sexta-feira, quando policiais de São Paulo foram presos após a morte de agente da Polícia Civil de JF (Foto: Fernando Priamo)

Benedito Domingos Mariano
Segundo ouvidor, a quantidade de moeda falsa por si só justificaria a participação da PF (Foto: Arquivo Pessoal)
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O ouvidor da Polícia Civil de São Paulo, Benedito Domingos Mariano, encaminhou ofício à Polícia Federal (PF) e ao ministro da Justiça, Raul Jungmann, solicitando a determinação da entrada da Superintendência da Polícia Federal na investigação da participação de policiais civis de São Paulo e Minas Gerais no tiroteio que resultou na morte do agente juiz-forano, Rodrigo Francisco, de 39 anos, na última sexta-feira (19), no estacionamento terceirizado do Centro Médico Monte Sinai. Segundo Mariano, há três questões básicas que justificam a intervenção da PF no caso. “A primeira é porque se trata de ocorrência que envolve policiais de dois estados. A segunda, porque foi apreendido cerca de R$ 14 milhões em notas falsas. A competência para apurar falsificação de notas é mais da Polícia Federal do que das polícias estaduais. A quantidade de moeda falsa por si só justificaria a participação da PF”, ressaltou o ouvidor.

A terceira motivação, conforme ele, é a existência de indícios, pelo menos, de quatro crimes praticados pelos policiais de SP e de MG. São eles: lavagem de dinheiro, apontada nas primeiras investigações sobre uma possível troca ilegal de dólares por reais; estelionato, prevaricação por parte de todos os policiais envolvidos e organização criminosa, com envolvimento de empresários de São Paulo e de Minas Gerais.

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“Se ao final das investigações ficarem comprovadas lavagem de dinheiro e organização criminosa, os nove policiais de SP e os três de MG, direta ou indiretamente, estarão envolvidos nesses crimes. Considero que a PF, pela sua expertise em casos de lavagem de dinheiro em organização criminosa e de falsificação de notas, vai agregar valor às investigações, que já vêm sendo feitas pelas polícias de MG e SP. As duas corporações ganham com a incorporação da PF pela complexidade da ocorrência e gravidade e pela nebulosidade, porque ainda têm muitos fatos para serem esclarecidos”, pontuou Mariano.

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Ele afirmou que, do ponto de vista administrativo, os nove policiais de SP cometeram irregularidade, porque realizaram escolta vip em um indício de operação de câmbio ilegal. “A Corregedoria já apurou que dois dos nove policiais estavam de serviço no dia, o que é mais grave. Eles deveriam estar nas suas unidades e estavam em Juiz de Fora. Do ponto de vista administrativo, eles podem ser demitidos do serviço público. Os outros cinco serão avaliados, uma vez que não estiverem no estacionamento durante a troca de tiros, mas teriam ido à cidade mineira. Evidentemente, nos procedimentos administrativos, haverá dosimetria diferente em razão do grau de participação, principalmente no homicídio. Mas, se no final, ficarem comprovadas a lavagem de dinheiro e a organização criminosa, independentemente das questões administrativas, vão responder por esses crimes direta ou indiretamente.”

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