Atualizada às 19h08
Os servidores técnico-administrativos da UFJF entraram em greve por tempo indeterminado. Em assembleia realizada na manhã dessa segunda-feira (24), a categoria aprovou a realização do movimento que segue mobilização nacional contra o projeto de emenda constitucional (PEC) 241, conhecida como a PEC do Teto, que estabelece o congelamento de gastos do Governo federal pelos próximos 20 anos. A matéria foi aprovada em primeiro turno pela Câmara dos Deputados, no último dia 10, e deve ser votada em segundo turno esta semana. Os professores da instituição e do IF Sudeste Minas paralisaram as atividades, com um ato no Pórtico Norte durante toda a manhã e panfletagem pelo campus.
De acordo com o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (Sintufejuf), Lucas Simeão, a greve será mantida enquanto a matéria estiver tramitando. “Estamos em acordo com o movimento nacional, e o nosso objetivo é derrubar a PEC.” A paralisação atinge o campus e todas as outras unidades da UFJF. Hoje, o comando geral de greve irá realizar a primeira reunião para discutir as ações do movimento. A última greve realizada pelos servidores da federal aconteceu no ano passado e durou 132 dias. Na época, a categoria reivindicava reajuste salarial. O movimento teve adesão de cerca de 1.400 trabalhadores nas unidades de Juiz de Fora e Governador Valadares.
Professores
Atuando em consonância com as federações nacionais e também com o Sintufejuf, os professores da UFJF também se mobilizam contra a medida econômica que o governo pretende aprovar. Segundo a secretária-geral da Associação de Docentes de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes), Marina Barbosa, a categoria aguarda deliberações acerca da greve geral, em conjunto com as entidades sindicais, tendo paralisações marcadas para 11 de novembro. Em Juiz de Fora, os professores se reúnem em assembleia na sede da Apes no dia 3, às 17h, para definir sobre os rumos da conjuntura.
Além disso, os docentes da UFJF e outras organizações ligadas à educação se reúnem em ato hoje, às 16h30, contra a proposta de reforma do ensino médio, implantando uma frente municipal contra a ‘escola com mordaça’, em referência ao projeto de lei que cria a “escola sem partido”. A mobilização ocorre em frente à Câmara Municipal de Juiz de Fora.
Repúdio institucional
Na última sexta-feira, dia 21, a UFJF divulgou nota em que também se manifestou contra a PEC 241, a qual se referiu como “antessala da barbárie”. No texto, a instituição afirma que a matéria faz uma “restrição aos direitos sociais, afetando estruturalmente a efetivação do sistema único de saúde e a educação pública e gratuita de qualidade, e, por consequência, gerando um grave retrocesso nas universidades federais”. O texto diz, ainda, que trata-se de uma “ameaça à universidade pública”, com impacto no orçamento que impedirá o desenvolvimento de programas de bolsas, assistência estudantil, além do “dilema em manter vagas, cortar programas acadêmicos e deter o avanço da pós-graduação”.
Os estudantes da UFJF também já haviam se manifestado contra a PEC em assembleia realizada na Faculdade de Letras. Além de protestos nas universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e de Viçosa (UFV), alunos da UFSJ, em São João del-Rei, também ocuparam a reitoria da instituição na manhã de ontem contra a proposta de emenda constitucional.