Rio (AE) – O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse ontem que a decisão do Governo de suspender propostas de reajuste salarial dos servidores federais que estão tramitando no Senado valerá pelo menos até o fim da votação do processo do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. O início do julgamento no Senado está marcado para 25 de agosto, com previsão de término no fim do mês.
“A decisão é do colegiado do Governo. A conclusão foi de que não havia clima na base, na bancada do Governo, para aprovar reajustes, e era necessário suspender esse tipo de tratativa pelo menos até depois da votação do processo de impeachment”, disse o ministro. Questionado sobre casos específicos, como o aumento dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro negou que eles possam ser contemplados no momento. “Até passar o impeachment, o governo não falará (em reajuste) para nenhuma categoria. Não houve especificação, houve generalidade: o governo não voltará a dialogar porque sua base não aceitou. O governo manda um projeto de lei, mas quem define é o Congresso Nacional”, afirmou Padilha, que participou, no Rio, de uma entrevista sobre o balanço da Olimpíada, com o prefeito Eduardo Paes (PMDB).
O Governo apoiou os reajustes de várias categorias de servidores este ano. Boa parte deles já foi aprovada na Câmara e no Senado, e aguardam sanção do presidente em exercício, Michel Temer. Ontem, Padilha também anunciou que o Governo já decidiu que não vai aumentar impostos este ano e em 2017 para alcançar a meta fiscal.