“É vergonhoso como a Polícia Militar está recebendo os manifestantes. Uma manifestação pacífica recebida com muita repressão, muito gás lacrimogêneo e muita bala de borracha. O choque todo na rua contra a gente. Mas não vamos recuar. Estamos aqui lutando pelos direitos de toda classe trabalhadora”, classificou a assessora do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora e Região, Laiz Perrut, ainda durante a mobilização. O representante do Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista (Mais), Felipe Fonseca, também reforçou a sensação de repressão relatada pelos manifestantes. “No momento em que chegamos na rua que faz limite com o Congresso, a Polícia montou uma barreira e desde então jogaram bomba sobre os manifestantes. O Governo está reprimindo pois sabe que o poder e a pressão popular é muito forte.”
Integrante da direção regional da CUT e coordenadora-geral do Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro), Aparecida de Oliveira Pinto analisou a mobilização convocada por centrais, sindicatos e movimentos sociais. “Demos um recado para o Governo golpista de que os trabalhadores não vão se calar e não vão ficar inertes a este desmonte do Estado e da Previdência e a esta reforma trabalhista que ataca brutalmente os direitos dos trabalhadores”, afirmou. “São propostas que atingem diretamente a toda a classe trabalhadora. Queremos diretas já”, reforçou.
Apesar dos enfrentamentos com forças policiais, a diretora da Associação dos Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes), Marina Barbosa, também fez avaliação positiva. “Brasília viveu um grande ato. Mais de cem mil pessoas e paralisação do trânsito e das atividades na cidade. Categorias e movimentos do Brasil inteiro e centrais de sindicais com palavra de ordem unificada pelo Fora Temer e contra as reformas. Conseguimos fazer uma manifestação e chegar até a Esplanada. Mas fomos muito reprimidos no final, com bastante enfrentamento com a polícia”, afirmou, antes da chegada das tropas do Exército às ruas de Brasília.
Em JF
À tarde, representantes de sindicatos e movimentos sociais que permaneceram na cidade realizaram uma ação na região central com panfletagens e corpo a corpo com populares. Entre as entidades presentes, integrantes do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino de Juiz de Fora (Sintufejuf) e da Apes. As duas categorias paralisaram atividades nesta quarta-feira (24). De acordo com o Sintufejuf, até 90% dos servidores da UFJF teriam cruzado os braços ao longo do dia, comprometendo atividades no Restaurante Universitário, em bibliotecas, na Central de Atendimento, em serviço de transporte interno, entre outros. Já os professores da UFJF e do IF Sudeste, contatados pela reportagem à tarde, ainda não haviam feito mensuração acerca da adesão à paralisação.