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Alunos devem retornar em até 60 dias para prédio histórico da Escola Estadual Delfim Moreira, diz Zema

inauguracao santa mafalda pedro moyses
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O governador Romeu Zema (Novo) cumpriu agenda em Juiz de Fora no início da tarde desta sexta-feira (24). Na cidade, Zema participou da solenidade de entrega da obra de restauração da Escola Estadual Delfim Moreira, localizada no Centro da cidade. Interditado pela Defesa Civil há dez anos, o prédio histórico, conhecido como Palacete Santa Mafalda, passava por obras desde 2019. O secretário de Estado de Educação, Igor de Alvarenga, também estava presente no anúncio. Ao todo, os investimentos somaram R$ 13 milhões.

A escola é referência em Juiz de Fora e funciona em três turnos, atendendo a estudantes dos anos finais do ensino fundamental, ensino médio, Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI) e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Segundo o governador Romeu Zema “a previsão é de que os alunos voltem em 30 ou 60 dias, pois faltam alguns pequenos ajustes. Algo rápido, que vai acontecer muito provavelmente neste mês de abril ou no mais tardar no início de maio” .

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“É uma satisfação estar novamente aqui em Juiz de Fora, principalmente se tratando de uma pauta tão positiva, tão relevante que é devolver para a comunidade, depois de mais de dez anos fechado, esse prédio que, para mim é um monumento histórico, para uso da população, e, mais importante ainda, para a educação”, afirmou o governador, em entrevista coletiva concedida antes da solenidade. Zema ainda destacou o investimento de R$ 13 milhões nas obras. “Nós tivemos, aqui, um investimento grande. Mais do que uma reforma, foi uma restauração, preservando as características originais do prédio. Qualquer um que entra aqui, fica bem impressionado sobre como está tudo muito bem feito, bem executado, bem preservado e isso é fruto de um governo austero.”

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Expectativa

Com a reforma, há agora a expectativa de que os cerca de mil alunos da Escola Estadual Delfim Moreira retornem ao Palacete Santa Mafalda. Há dez anos, os alunos foram realocados em prédio alugado pelo Estado, na Rua Santo Antônio. “Os estudantes serão alocados na unidade reformada nos próximos dias, considerando o período necessário para organização dos ambientes, dentre outros detalhes”, informou a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), em material divulgado à imprensa.

Ainda de acordo com a SEE, o Governo de Minas “também destinou quase R$ 650 mil para a aquisição de mobiliários e equipamentos diversos, para a aquisição de móveis planejados, que se adaptam às necessidades do centenário prédio escolar, além de intervenções de jardinagem e paisagismo”. “Os estudantes também vão encontrar, no espaço, novos equipamentos de informática. Para isso, foram investidos cerca de R$ 150 mil na renovação do parque tecnológico”, diz a pasta.

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Acessibilidade

Ainda de acordo com o Governo de Minas, todos os ambientes foram estruturados com acessibilidade para possibilitar a acessibilidade, incluindo a criação de um elevador que liga os dois pavimentos e rampas de acesso. “Mesmo com essa instalação, as escadas originais foram mantidas, a fim de preservar o patrimônio tombado. Destaque para a biblioteca e sala de informática que chamam a atenção pela amplitude do ambiente”, ressalta o Estado.

Obras de reforma

O atual ciclo de restauração do prédio, que é tombado pelo patrimônio histórico municipal, teve início em 2019, no primeiro ano do primeiro mandato do governador Romeu Zema. Entre as intervenções previstas no projeto de reforma estão a revitalização da fachada, a substituição do telhado, a restauração de portas, janelas, pintura, implantação de equipamentos de acessibilidade e outras melhorias que permitirão a modernização do espaço, sem descaracterizar o seu legado histórico.

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Em 2019, os custos com a obra de restauração no Palacete Santa Mafalda foram estimados em R$ 7.986.885,27, valor que chegou a R$ 13 milhões ao final da obra. Os trabalhos ficaram sob a responsabilidade do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG). No ano passado, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) reforçou que as intervenções levaram em conta todos os cuidados técnicos, uma vez que o imóvel é tombado.

Prédio histórico

Primeiro grupo escolar de Minas Gerais, o prédio, que é tombado pelo patrimônio histórico municipal, foi construído e decorado com mobiliário importado de Paris, no final dos anos 1850, por um rico proprietário rural da região, que o denominou Palacete Santa Mafalda e tinha a intenção de doá-lo para ser residência da família imperial. Em 1861, o imperador chegou a utilizar o casarão para inauguração da Companhia União e Indústria.

Porém, Dom Pedro II recusou a oferta, pedindo que a edificação fosse doada para abrigar escola ou obra de caridade. Cedido então, em um primeiro momento, à Santa Casa de Misericórdia, o prédio foi adquirido pelo Estado em 1907, que o transformou no primeiro Grupo Escolar.

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O palacete possui dois pavimentos com construção em estrutura de madeira e alvenaria de pedra e tijolos maciços. Sua fachada está alinhada com o passeio, com uma única porta de madeira ao centro e cercado por vãos em arco e janelas no modelo de guilhotina. O casarão apresenta elementos clássicos comuns nas construções no Brasil no final do século XIX e início do século 20.

Do lado de fora, protesto de setores ligados à educação

Enquanto ocorria a solenidade de entrega da obra de restauração da Escola Estadual Delfim Moreira, um grupo de manifestantes protestava do lado de fora, fato que incomodou o governador que, inclusive, questionou a mobilização. “Enquanto essa escola estava em ruínas, ninguém protestou”, disse Zema, logo na abertura de seu discurso. Coordenadora da subsede de Juiz de Fora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Victória Mello, afirmou à Tribuna que a mobilização reuniu “um conjunto de protestos”.

“Nós, trabalhadores de educação, estamos protestando pelo pagamento do piso salarial nacional e contra a perseguição que o Zema está implementando em relação ao Sind-UTE. Ano passado, ele pediu a suspensão da nossa greve e uma multa pro TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) e o Tribunal concedeu a ele a liminar da suspensão da greve, além de uma multa que hoje tá na casa de R$ 3,2 milhões e o bloqueio das contas do sindicato. É uma perseguição, por parte do governo Zema, em relação a entidades sindicais”, explicou a sindicalista.

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Segundo Vitória, a manifestação também mobilizou estudantes, como alunos da Escola Estadual Batista de Oliveira. “Eles tiveram o seu diretor exonerado essa semana, de forma completamente injusta. Ele não cometeu nenhum ato ilícito. Foi eleito com 80% dos votos da comunidade escolar. Então, há uma revolta muito grande na comunidade escolar com essa exoneração, que configura também um assédio moral por parte da Superintendência Regional de Educação.” Ainda de acordo com a sindicalista, os estudantes também protestavam contra a implementação do novo Ensino Médio na rede estadual de educação.

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