A deputada federal Margarida Salomão (PT) foi a convidada do programa Pequeno Expediente desta quinta-feira (24). Na atração veiculada pela Rádio CBN Juiz de Fora, a petista evitou falar sobre uma possível candidatura à Prefeitura de Juiz de Fora, que, caso ocorra, pode ser a quarta tentativa da ex-reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) de chegar ao Poder Executivo municipal. Instada pelos entrevistadores, a parlamentar evitou fazer maiores projeções em torno de seu nome e de especulações que já surgem sobre uma possível candidatura do vereador Roberto Cupolillo (Betão, PT), que se elegeu deputado estadual nas eleições de outubro e toma posse na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no próximo dia 1º de fevereiro.
“Neste momento, eu não tenho isto (uma nova candidatura à PJF) definido. Não posso dizer que eu não sou candidata e nem posso dizer este ou aquele será o candidato. O Betão seria um ótimo candidato, como a outros bons candidatos passíveis de serem lançados pelo PT. Mas o partido irá desempenhar um papel central nas eleições municipais”, afirmou a parlamentar. Para reforçar tal expectativa, Margarida lembrou inclusive que o PT chegou ao segundo turno nas últimas três eleições para prefeito, sempre tendo a própria deputada como candidata, e obteve outros bons resultados nas urnas. “Nesta eleição, conseguimos dois mandatos parlamentares (o dela, reeleita deputada federal, e o de Betão). Sou a deputada federal majoritária da cidade”, destacou, reforçando o fato de ter sido a mais votada nas urnas juiz-foranas entre todos os candidatos à Câmara dos Deputados.
‘Oposição responsável’
Além do cenário municipal e projeções para 2020, a deputada ainda comentou o atual momento nacional e suas expectativas para seu terceiro mandato no Congresso Nacional a partir do dia 1º. Neste sentido, fez diversas críticas ao Governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), citando as suspeitas envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) – filho do presidente – e críticas ao decreto que flexibiliza e facilita aos cidadãos brasileiros a posse de armas de fogo. Neste sentido, a petista defende “uma oposição responsável”. Margarida ainda falou sobre a eleição da Presidência da Câmara e considerou prematuras avaliações que colocam o atual presidente da Casa, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), como favorito. Para ela, a aproximação de Rodrigo do PSL, partido de Bolsonaro, pode resultar em perdas para os anseios do parlamentar carioca de se manter à frente da Casa.
Assim, a petista acredita na formação de um bloco parlamentar formado por partidos de oposição ao Governo, que pode trabalhar ainda uma aproximação com legenda mais ao centro do espectro político, “sem que haja um compromisso de que, neste bloco, exista uma única candidatura”. “O mais importante é ter um bloco formado. Assim vamos poder influir de uma forma decisiva no compartilhamento do espaço legislativo, o que é muito importante, e também definir quem vai ser o presidente da Câmara caso haja segundo turno”, avaliou a petista. A deputada falou ainda sobre a possibilidade de o PT apoiar uma possível candidatura do deputado estadual eleito Marcelo Freixo (PSOL-RJ). “O PT ainda não chegou a esta solução. É uma possibilidade, caso não haja consenso que coesione o bloco para a Presidência.”