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Eleições não devem ameaçar 1º escalão da PJF

bruno fernando
(Foto: Fernando Priamo)
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Ao contrário do que aconteceu em 2016, último ciclo eleitoral, o prefeito Bruno Siqueira (MDB) iniciou o ano com certa tranquilidade com relação à manutenção de seu secretariado e, ao menos no horizonte de momento, não deve ser forçado a fazer qualquer tipo de reforma em seu primeiro escalão por conta de possíveis ambições de seus agentes de confiança com relação ao pleito de outubro. Há dois anos, porém, o cenário foi bastante distinto e seis nomes deixaram seus cargos em abril, tempo hábil para garantir legalmente o direito de se aventurarem nas urnas em outubro daquele ano.

Na ocasião, as saídas foram dos então secretários municipais de Desenvolvimento Social, Flávio Cheker; de Agropecuária e Abastecimento, Francisco Canalli; de Esporte e Lazer, Carlos Bonifácio; além de outros nomes que ocupavam a chefia de setores da Administração indireta, como o diretor-geral do Demlurb, Marlon Siqueira; o superintendente do Procon, Nilson Ferreira Neto; e do diretor-presidente da Emcasa, Luiz Carlos dos Santos. Na maioria dos casos, as exonerações motivadas por anseios pessoais resultaram em insucesso, uma vez que os seis quadros se candidataram a uma das 19 cadeiras na Câmara e apenas Marlon, que saiu candidato pelo MDB, conseguiu se eleger para a Legislatura 2017/2020.

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Com a opção de disputar as eleições de 2016, Cheker, Bonifácio e Luiz Carlos perderam espaço no alto escalão da Prefeitura. O mesmo ocorreu com Nilson, que acabou nomeado para comandar o Serviço de Defesa do Consumidor (Sedecon) da Câmara a partir de janeiro do ano passado. Canalli chegou a ser renomeado para a Secretaria de Agropecuária em Abastecimento em outubro de 2016, mas acabou preterido na reconfiguração do secretariado para o segundo mandato do prefeito Bruno Siqueira, iniciado em janeiro do ano passado.

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Por outro lado, entre os quadros escolhidos para substituir o sexteto que deixou o primeiro escalão para disputar as eleições em 2016, três conseguiram dar sequência a seus trabalhos e permanecem exercendo as suas funções. São os casos de Abraão Ribeiro, mantido no comando da Secretaria de Desenvolvimento Social; de Ricardo Francisco, que é irmão do ex-deputado Roberto Jefferson e segue chefiando a Emcasa; e de Eduardo Schröder, que permanece à frente do Procon.

Especulações em torno de nome de Bruno persistem

Se as movimentações para as eleições de outubro não devem afetar o primeiro escalão da Prefeitura, isto não significa, entretanto, garantias de que a atual configuração do secretariado irá emplacar seu segundo ano consecutivo sem trocas. Isto porque ainda há muita especulação acerca de um possível pedido de exoneração do próprio prefeito Bruno Siqueira (MDB). Desde as eleições de outubro de 2016, pululam nos bastidores da política local diferentes cenários em que Bruno é colocado como candidato, ora ao Senado, ora à Câmara dos Deputados. Mais recentemente, até mesmo suposições de que o emedebista poderia tentar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e retornar ao Poder Legislativo estadual, após seis anos, vêm sendo aventadas.

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Contribui para as especulações o posicionamento adotado por Bruno ao longo de 2017 e nas primeiras semanas de 2018. Sempre que questionado sobre a possibilidade de disputar as eleições, o prefeito faz poucas projeções e destaca que ainda não é o momento de definição, visto que o PMDB mineiro ainda claudica entre uma candidatura própria a ser encabeçada pelo deputado federal Rodrigo Pacheco (MDB) e o apoio à reeleição do governador Fernando Pimentel (PT), cenário este que parece ser o mais provável neste início de ano. Algumas vezes, o prefeito garante que sua preocupação está focada na gestão da cidade. Ao menos, neste momento.

Assim, sem um posicionamento definitivo do prefeito, as especulações povoam o imaginário dos corredores políticos juiz-foranos e assuntam que o caminho a ser seguido por Bruno depende de uma análise profunda das conjecturas. Até mesmo uma possível troca de partido, em movimento pendular que poderia ser encabeçado por Rodrigo Pacheco, é aventada. De certo, o fato é que o chefe do Executivo juiz-forano é visto por lideranças do MDB e de outras legendas como um player relevante na região, visão esta que já foi defendida publicamente em Juiz de Fora pelo vice-governador Antônio Andrade (MDB) – rompido com Pimentel – e pelo próprio deputado Rodrigo Pacheco.

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Uma possível empreitada de Bruno nas urnas em outubro resultaria em sua exoneração em abril. Com o afastamento, a chefia do Executivo juiz-forano cairia no colo do vice-prefeito Antônio Almas (PSDB). Tal cenário significaria o retorno dos tucanos à Prefeitura após cinco anos, uma vez que o ex-prefeito Custódio Mattos (PSDB) deixou a cadeira em 2012. Curiosamente, quando Custódio tentou a reeleição naquele ano, acabou sendo alvo de questionamentos apresentados pelo então candidato Bruno Siqueira, que se apresentava como novidade.

Na Câmara, seis são especulados como candidatos

Entre os detentores de mandato com domicílio eleitoral em Juiz de Fora, não é apenas o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) que tem seu nome especulado como possível candidato nas eleições de outubro. Na Câmara, pelo menos seis vereadores já se movimentam para tentar viabilizar candidaturas e testar os prestígios de seus mandatos nas urnas. A maioria mira a Assembleia Legislativa. Mesmo exercendo seus primeiros mandatos, uma cadeira no Legislativo estadual é objetivada pelos vereadores Adriano Miranda (PHS) e Sheila Oliveira (PTC). Ambição eleitoral similar é compartilhada por veteranos como Roberto Cupolillo (Betão, PT), em seu terceiro mandato no Palácio Barbosa Lima, e Cido Reis (PSB), que cumpre sua segunda legislatura.

Também podem colocar seus nomes à prova, o estreante Charlles Evangelista (PP) e o presidente da Câmara, o vereador de quarto mandato Rodrigo Mattos (PSDB). Nas conjecturas de momento, os dois são colocados como candidatos a uma cadeira no Congresso Nacional. Aliás, a decisão de Rodrigo pode até mesmo implicar no caminho a ser seguido pelo prefeito Bruno Siqueira, caso o chefe do Executivo decida deixar a Administração e disputar o pleito de outubro. Por conta da dobradinha entre o MDB e o PSDB no Município, tucano e emedebista devem evitar disputar votos na cidade por uma mesma cadeira legislativa.

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No entanto, há outras variáveis. Rodrigo estaria disposto a brigar por uma vaga na Câmara federal, independente de partido. Se o senador Aécio Neves (PSDB) for disputar para deputado federal, o vereador mudará de partido. A razão está no ponto de corte. Com Aécio no páreo, quem quiser se eleger pelo PSDB vai precisar de mais de 100 mil votos, e ele não quer correr este risco. Ademais, não faltam convites de outros partidos.

Cabe ressaltar que, ao contrário do que aconteceria com o Bruno ou com algum secretário municipal interessado em participar das eleições, os vereadores possuem a prerrogativa de não serem obrigados a se desincompatibilizar de suas funções para participar do pleito. Assim, o sexteto citado acima pode acumular, no segundo semestre, as atividades parlamentares e a agenda de candidato. Um afastamento da cadeira legislativa municipal só ocorreria em caso de sucesso nas urnas. Assim, alguns suplentes ficam na torcida pela herança de uma cadeira. Vários ex-vereadores se encontram em tal situação.

Suplente

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No caso da coligação PSDB/PV, de Rodrigo, o primeiro suplente é o ex-vereador José Laerte (PSDB). Já na PT/PROS, de Betão, o primeiro da fila é Juraci Sheffer (PT), que também já desempenhou mandato na Câmara. No caso do PSB, de Cido, a vaga ficaria para Jucelio Maria (PSB), integrante da Legislatura 2013/2016. Na chapa PSD/PTC, de Sheila, o primeiro suplente é o também ex-vereador Nilton Militão (PTC). Uma possível eleição de Charlles (PP) abriria vaga para o novato Wagner França, primeiro da fila na dobradinha PP/PTB. Por fim, no PHS, de Adriano, a cadeira também pode ser herdada por um estreante: Disney de Lima (PHS).

Deputados devem tentar reeleição

Enquanto alguns vereadores planejam alçar alguns degraus na escada legislativa e se tornar legisladores em outras esferas, a maioria dos deputados estaduais e federais de Juiz de Fora devem correr mesmo pela reeleição. Entre os parlamentares estaduais, Antônio Jorge (PPS), Isauro Calais (PMDB), Márcio Santiago (PR) e Noraldino Júnior (PSC) devem tentar renovar seus mandatos nas urnas. A exceção é Lafayette Andrada (PSD) que, depois de aguardar sua vez na hierarquia familiar, tentará pela primeira vez uma cadeira na Câmara dos Deputados, após a saída de cena seu pais, o deputado federal Bonifácio de Andrada (PSDB).

O mesmo cenário deve se repetir entre os deputados federais juiz-foranos. Mais votada na cidade nas eleições de 2014, Margarida Salomão (PT) volta às urnas após sofrer seu terceiro revés na disputa pela Prefeitura em 2016 para tentar emplacar seu terceiro mandato consecutivo. Já Marcus Pestana (PSDB) também tende a buscar a reeleição. Neste caso, poderá ser ver obrigado a competir por votos em Juiz de Fora com outro cacique tucano da cidade, uma vez que o presidente da Câmara Municipal, Rodrigo Mattos (PSDB), também ensaia uma candidatura ao Congresso Nacional. Por fim, após ser especulado como possível candidato ao Senado pelo PSB, Júlio Delgado (PSB) é outro que deve buscar votos para emplacar sua quinta legislatura.

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