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Bolsonaro anuncia professor ligado à UFJF para Educação

ricardo velez facebook
Foto de perfil de Ricardo Vélez Rodríguez no Facebook (Foto: Reprodução)
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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou na noite desta quinta-feira (22) pelas redes sociais que o professor colombiano Ricardo Vélez Rodríguez será o futuro ministro da Educação. Crítico ao Enem e com afinidade ao Escola sem Partido, hoje ele é professor-colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da UFJF. “Gostaria de comunicar a todos a indicação de Ricardo Vélez Rodríguez, filósofo autor de mais de 30 obras, atualmente Professor Emérito da Escola de Comando e estado Maior do Exército, para o cargo de Ministro da Educação”, escreve Bolsonaro no Twitter.

A indicação do professor ocorre um dia depois de a bancada evangélica vetar o educador Mozart Neves, diretor do Instituto Ayrton Senna, para o cargo. Ele era crítico do projeto Escola sem Partido, uma das principais bandeiras do presidente eleito.

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À tarde, Bolsonaro se reuniu por 3 horas na Granja do Torto, em Brasília, com o procurador regional do Distrito Federal, Guilherme Schelb, que também era cotado para o cargo. Ao deixar o local, Schelb também admitiu ter apoio “muito significativo” da bancada evangélica e reafirmou ser a favor do movimento Escola Sem Partido. Depois que saiu o anúncio de Vélez Rodríguez, Schelb parabenizou o presidente pela indicação.

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Blog

O professor é um desconhecido na comunidade educacional. Ele mantém um blog em que, em 7 de novembro, conta que foi indicado pelo filósofo Olavo de Carvalho a Bolsonaro para comandar a pasta.

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No texto, ele diz que é preciso “refundar” o Ministério da Educação no “contexto da valorização da educação para a vida e a cidadania a partir dos municípios” e que será o ministro da Educação para “tornar realidade, no terreno do MEC, a proposta de governo externada pelo candidato Jair Bolsonaro, de Mais Brasil e Menos Brasília”. Diz ainda que Bolsonaro venceu porque representou a insatisfação de todos os brasileiros contra governos petistas. No blog, Vélez também deixa claro que foi indicado ao presidente eleito por Olavo de Carvalho.

O professor também é critico de outros nomes que foram pensados para o MEC, como a da presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Maria Inês Fini. Para o futuro ministro, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova da qual ela é responsável atualmente, é um “instrumento de ideologização”.

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Escola sem Partido

Sobre educação, Vélez escreve de maneira complicada, mas deixa clara sua afinidade com projetos como Escola sem Partido. Diz em seu blog que os brasileiros estão “reféns de um sistema de ensino alheio às suas vidas e afinado com a tentativa de impor, à sociedade, uma doutrinação de índole cientificista e enquistada na ideologia marxista, travestida de ‘revolução cultural gramsciana’, com toda a coorte de invenções deletérias em matéria pedagógica como a educação de gênero”. Para ele, essa educação atual estaria “destinada a desmontar os valores tradicionais da nossa sociedade, no que tange à preservação da vida, da família, da religião, da cidadania, em soma, do patriotismo.”

O professor também tem um livro em que critica o PT, de 2015, chamado “A Grande Mentira. Lula e o Patrimonialismo Petista”. Na contracapa, diz que o partido conseguiu “potencializar as raízes da violência”, mediante a disseminação “de uma perniciosa ideologia que já vinha inspirando a ação política do Partido dos Trabalhadores: a ‘revolução cultural gramsciana'”.

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Colega de departamento vê indicação com otimismo

Colega no departamento de Filosofia da UFJF por mais de 20 anos, o professor Juarez Gomes Sofiste vê com otimismo a indicação de Vélez para o MEC. Dispostos em pontos opostos no espectro ideológico da política brasileira, Sofiste conta que Vélez sempre foi uma pessoa “simples, de boa convivência” dentro da universidade, e nunca escondeu ser contra ao que chamou de “marxismo da educação brasileira”.

“De fato, ele já manifestou que seria um antimarxismo, que a educação brasileira tem esse perfil ideológico, do Paulo Freire, e que tem que voltar para uma educação mais técnica e menos ideológica. É uma posição dele e nunca escondeu isso”, conta.

Dentre as mudanças que poderão ser implementadas por Vélez, Sofiste acredita que a chegada do novo ministro poderá trazer uma maior perspectiva de valorização das disciplinas de ciências humanas, no âmbito da discussão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Outro ponto de destaque na gestão poderá ser o combate ao que chama de “patrimonialismo brasileiro” e um enfoque maior para a educação básica.

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“Ele é um cara ligado à educação, conhece os problemas que existem no trato da educação básica brasileira, que é um gargalo. Tenho uma perspectiva boa, que ele vá atacar problemas históricos da educação brasileira. Ele mesmo já falou, a valorização do professor é uma coisa séria nesse país”, conclui.

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