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Cida Oliveira espera ‘grandes embates ideológicos’ na Câmara

Cida Oliveira espera “grandes embates ideológicos” na Câmara
Cida Oliveira esteve na Rádio Transamérica nesta quarta-feira (Foto: Reprodução Transamérica)
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A Rádio Transamérica entrevistou, nesta quarta-feira (23), a vereadora Cida Oliveira (PT), na série com os vereadores eleitos em Juiz de Fora. Ela vai para o segundo mandato, após receber 5.884 votos.

Transamérica:  Projetos da senhora na atual legislatura geraram certa comoção de ambos os lados. Houve a rejeição do feriado municipal de 20 de novembro, com dez votos contra, a rejeição da proibição da arquitetura hostil, com nove votos contra, e a rejeição da obrigatoriedade de que construtoras reparassem danos provocados nas vias. Como a senhora pretende começar a aprovar mais pautas e aumentar o diálogo na Câmara?

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Cida Oliveira: O 20 de novembro, hoje, já é feriado nacional, porque quando perdemos a aprovação dele na Câmara, imediatamente, o presidente Lula sancionou. Em relação aos outros dois projetos, a nossa intenção é que a gente volte com esses projetos novamente. E eu sei que as dificuldades na Câmara são muitas para aprovar determinados projetos, mas a gente sempre faz a batalha porque nós acreditamos na possibilidade, na organização. E o melhor exemplo foi o feriado de 20 de novembro, porque a gente conseguiu mobilizar a população de Juiz de Fora. Fizemos abaixo-assinados, fizemos discussão. Então, vamos continuar apresentando os nossos projetos naquilo que a gente acredita. 

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Representantes do Fórum de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Planejamento Territorial se reuniram com a senhora cobrando a Conferência Municipal de Meio Ambiente que, segundo eles, não acontece desde 2013, mas até agora não há nenhuma resposta. O prazo é até 14 de novembro para que esse Fórum aconteça. Como anda esse pedido?

Primeiro, nós queremos dar continuidade à questão da preservação ambiental, que é uma batalha nossa, que a gente fez no mandato. Eu fui, de fato, procurada pelo Fórum, e a gente fez uma reunião muito positiva. Eu acho que, apesar de o prazo estar muito em cima, ainda tem possibilidade de fazer essa conferência. A gente fez a reunião na segunda-feira (21). Ontem, nós encaminhamos os ofícios para a Sesmaur [Secretaria de Sustentabilidade em Meio Ambiente e Atividades Urbanas], para a Prefeita Margarida Salomão (PT), para a Secretaria de Governo e para o Inácio [Delgado, secretário de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade]. Hoje, nós vamos entrar em contato, por telefone, para apressar, porque 14 de novembro está aí, mas tem possibilidade e achamos que essa demanda é extremamente importante no cenário que a gente está vivendo da questão ambiental. 

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Em quem a senhora pretende votar para a Mesa Diretora da Câmara, dos nomes que estão sendo especulados, ou a senhora mesmo pretende concorrer? 

Não, eu não pretendo concorrer. A gente está em discussão na Câmara, tem uma chapa, que é a do presidente atual, que é o vereador Garotinho (PDT). Então, a gente está em discussão com eles. Está ainda no início, e a gente vê uma perspectiva positiva do ponto de vista de ser ele o próximo presidente. Mas essa discussão está sendo feita em vários andamentos dentro da Casa, mas a nossa posição é em relação que a gente esteja caminhando com o Garotinho. 

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O que já está sendo articulado na nova composição da Câmara para ter a maioria em certas pautas e o que espera dessa nova legislatura?

Eu acho que sempre esperamos que a Câmara tenha um viés, um olhar para as demandas que Juiz de Fora necessita. Eu avalio que, ideologicamente, a gente vai ter uns embates grandes na Câmara Municipal. Eu espero que isso seja um ponto de discussão, mas não seja um ponto de grande divergência, porque eu acho que o sentido da Câmara é que você tenha pautas voltadas à questão ambiental, à questão da educação, porque eu sou uma professora e temos pautas muito caras para nós, e que nós vamos defender a ferro e fogo dentro da Câmara, junto com a categoria. Então, lógico que tem pautas que a gente já viu e já teve declaração a respeito, que para nós são muito caras. Nós vamos brigar muito, nós vamos debater muito, porque para nós, tem um sentido muito grande o magistério municipal, a educação, a defesa dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras naquilo que cabe a um vereador fazer dentro da Câmara. Eu espero que a gente consiga caminhar por isso. 

Em matéria recente da Tribuna, a senhora falou que “algumas mulheres, muitas vezes, estão em partidos que retiram direitos e investimentos, piorando condições de vida das mulheres”. Na atual ou na próxima legislatura, a senhora enxerga essa situação na Câmara de Juiz de Fora? 

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As pessoas falam: “nós precisamos de mais mulheres na política”. Eu concordo em parte com essa frase. Nós precisamos de mais mulheres na política, mas nós precisamos de mais mulheres que tenham a pauta da mulher trabalhadora, porque, senão, é falsear que eu estou na condição de mulher e estou defendendo a pauta da mulher, mas não é isso que acontece. Então, a gente espera que não seja o centro. A luta de classe sobrepõe a luta identitária. Do meu ponto de vista, eu acho que as coisas se somam, é um conjunto de pautas, mas a gente não pode sobressair a pauta unicamente do direito das mulheres, porque aí vem o direito dos homens, o direito LGBTQIA+, o direito do povo negro, e assim segue. Então, eu acho que a luta de classe é essencial, e eu espero, honestamente, que as vereadoras que lá estejam tenham esse olhar, o olhar da luta de classe, que eu acho que tem que ser o centro da discussão de todas nós.

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