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Ione Barbosa pretende realizar concurso para professor e rever licitação do transporte coletivo

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Candidata do Republicanos foi a convidada desta quinta do projeto “Voto & Cidadania (Foto: Leonardo Costa)
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Disputando um processo eleitoral pela primeira vez já como candidata à Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), a delgada licenciada da Polícia Civil Ione Barbosa (Republicanos) foi a sétima entrevistada do projeto “Voto & Cidadania”, que reúne as equipes da Tribuna e da Rádio CBN Juiz de Fora. A série irá sabatinar todos os onze nomes colocados como postulantes ao Poder Executivo municipal. Convidada desta quinta-feira (22), Ione aproveitou o espaço para se apresentar uma vez mais ao eleitorado local. “Dizem que sou uma novidade política e partidária, mas a política do bem eu já fazia antes”, pontuou, em referência à sua atuação na Polícia Civil.

“Comecei a trabalhar com 13 anos e sempre precisei da saúde e da educação públicas e do serviço público em geral. Tive que trabalhar para estudar. Sou a caçula de sete irmãos e precisava trabalhar para ajudar em casa. Fiz Edificações no antigo CTU, montei uma empresa e depois fiz Direito. Advoguei por muitos anos, fui procuradora do Município, professora universitária e me tornei delegada”, resume. A partir do relato, Ione considerou que o momento em que se viu motivada a contribuir com a cidade pela via eleitoral se deu quando ela acabou removida do comando da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, em março de 2019.

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Fato político

“Foi a primeira vez, em Minas Gerais, que as pessoas foram para as ruas pedir o retorno de uma delegada para determinada delegacia. Isto criou um fato político. Muitas pessoas me procuraram para vir candidata. Nunca havia sido candidata a nada e nem filiada a qualquer partido”, pontuou Ione, que considerou ainda que sua saída da Delegacia de Mulheres se deu por interferência política. Sobre uma possível participação de atores da cidade em sua saída da delegacia especializada, Ione diz não poder provar, mas admitiu que há indícios de que a decisão possa ter sido influenciada por movimentação de grupo político ligado à Sheila Oliveira (PSL), sua adversária na disputa pela PJF. “Não posso afirmar, embora existam indícios.”

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Concurso público para professores

“A questão do concurso é imprescindível. Há mais dez anos não temos concurso. Isso gera uma angústia muito grande para os profissionais, que não sabem se serão recontratados ou onde estarão no ano seguinte. Eles vivem em uma instabilidade sem saber do amanhã. Isso acaba prejudicando a qualidade de ensino”, considerou Ione, ao ser questionada sobre como equacionar o déficit de professores efetivos no quadro do magistério municipal. “O futuro prefeito tem que ter coragem de colocar a mão nisso. Isso eu quero fazer nos primeiros dez meses”, sinalizou, assumindo compromisso com a realização da seleção pública para novos profissionais da educação. Sobre possível revisão no plano de carreira da categoria, Ione afirmou que qualquer mudança passará por diálogos, inclusive, com o sindicato que representa os docentes.

Credenciamento de nova UPA

Ione Barbosa falou ainda sobre o que pretende fazer para incrementar a prestação de serviços de saúde para a população de Juiz de Fora. A candidata considerou que a área precisa ter um olhar especial da futura gestão, citando o fato de que os reflexos da pandemia ainda tendem a ser sentidos por mais tempo, diante do represamento de procedimentos eletivos que chegaram a ser suspensos ao longo de 2020 para evitar o contágio pelo novo coronavírus. Para melhorar os indicadores de saúde, a candidata afirmou que pretende dar prioridade às ações preventivas da atenção primária e avançar nas estratégias do Programa Saúde da Família, ampliando sua cobertura, inclusive para as regiões mais centrais. Ela revelou ainda a intenção de credenciar junto ao Ministério da Saúde mais uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade, a fim de garantir valores repassados pela União, sinalizando, inclusive, a possibilidade de credenciar a Regional Leste como UPA.

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Transporte coletivo urbano

A candidata do Republicanos revelou ainda a intenção de rever o atual contrato de concessão pública para a exploração do transporte coletivo na cidade, considerando que a licitação realizada em 2016 não cumpriu seus objetivos. “Foi feita uma nova licitação para melhorar, e o contrário aconteceu: piorou.” Ione defendeu que a Prefeitura exerça maior controle de fiscalização e na exigência do cumprimento do contrato. “Nos dez primeiros meses, vamos rever essa licitação. O transporte é um serviço público. A Prefeitura precisa ter protagonismo para cobrar que o serviço seja prestado da forma que deveria. Já houve o descumprimento de várias cláusulas, o que permite a realização de uma nova licitação.”

Guarda comunitária

“Considero a Guarda Municipal como mais uma força de segurança. Não apenas como uma guarda cidadã, dizendo que pretende recompor o efetivo da corporação. “Hoje temos um efetivo pequeno. Quero aumentar esse efetivo e estruturar a guarda e fazer dela uma força comunitária”, disse, considerando a presença da corporação nas escolas municipais, por exemplo, para evitar a atuação de tráfico de drogas nestes espaços.

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Primeiros passos

“O primeiro passo é fazer um diagnóstico sobre a situação do Município. Já tenho alguns dados, mas nada como diagnosticar estando no Governo, para, aí sim, dar a terapia”, afirmou a candidata, ressaltando que a pandemia trouxe novos problemas para a cidade. “Ela gerou uma recessão e uma maior complexidade.” Ione disse ainda que a cidade vive uma sensação de abandono, fazendo referência à renúncia do ex-prefeito Bruno Siqueira (MDB), que, em abril de 2018, deixou o cargo para ser candidato a deputado estadual. Neste sentido, a delegada ressaltou que o atual prefeito Antônio Almas (PSDB) já assumiu uma cidade em dificuldades. “Ele herdou uma situação já complexa”. Ione ressaltou que, caso eleita, pretende cumprir seu mandato até o final.

Distanciamento

Apesar de reconhecer que Almas assumiu a Prefeitura já em dificuldades, Ione evitou ser rotulada como candidata da Administração, a despeito de ter o PSDB em sua chapa, partido de Almas e que, inclusive, indicou o economista Rodrigo Gherardi (PSDB) como candidato a vice-prefeito da coligação. O posicionamento se deu após Ione ser questionada sobre o atual déficit fiscal do Município, orçado em cerca de R$ 150 milhões e apontar a mudança do modelo de gestão como uma das soluções para o problema. “Tenho ideias próprias. A Administração que aderiu ao meu projeto. Não fui eu quem aderi ao projeto da Administração. Estou tranquila e tenho minha independência e autonomia. Quem bateu em minha porta foi o PSDB. Se o partido viu em mim uma boa candidata, fico feliz. É preciso compor”, disse. A candidata, todavia, afirmou que não houve qualquer tipo de troca, como acordo por participações em um possível Governo. “Tenho o compromisso de fazer um bom Governo.”

Recuperação econômica

Para resgatar a economia da cidade, Ione defendeu a ampliação do diálogo com os vários segmentos envolvidos. Citou a intenção de fomentar a cadeia produtiva. Neste sentido, considerou que o futuro prefeito ou prefeita deve atuar como líder. “Eu chamaria todos os setores para conversar”, pontuou. Assim, defendeu ainda a ampliação das conversas para afiançar recursos para a cidade, afirmando que deseja atuar como uma líder nesta interlocução. “Tenho pensado até em manter um escritório em Belo Horizonte para ter esse contato mais direto.” Neste sentido, voltou a ressaltar que terá autonomia para nomear um secretariado técnico.

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Enxugar a máquina

“Pretendo fazer um enxugamento da máquina já nos primeiros dias”, sinalizou, afirmando que pretende romper com a prática de indicações políticas para o preenchimento de cargos comissionados. A candidata afirmou ainda que poderá rever o funcionamento de empresas públicas, como a Empav. “Hoje, ela traz prejuízos para a Administração. Não digo que vou fechar, mas temos que rever essa situação com mais rapidez.” Ela admitiu ainda a possibilidade de rever o atual número de secretarias, além de readequar as funções destas pastas.

Início do projeto

“As pessoas vieram conversar comigo e resolvi colocar o meu nome à disposição, pois vejo que hoje a cidade precisa romper com a velha política, que é aquela em que as pessoas saem candidatas em prol de interesses pessoais. Este não é o meu caso.”Após a decisão de se lançar na disputa, Ione afirma que foi sondada para sair candidata por outros partidos, citando, por exemplo, o PDT. “Meu plano de Governo foi feito a várias mãos por pessoas qualificadas”, afirmou, destacando que trabalha com uma equipe de voluntários. “Isso nos dá força, coragem e determinação.”

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