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Mulher relata restrição à manifestação em vacinação no Círculo Militar de JF

juiz forana impedida de vacinar
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Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal
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Manifestações diversas de cunho político e também em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) têm sido uma constante nas campanhas de vacinação contra a Covid-19 Brasil afora. Vez ou outra, porém, expressões populares e pacíficas são alvo de questionamentos. Foi o que aconteceu com Vanessa Rosa, 34 anos, nesta quarta-feira (21), quando ela recebeu o imunizante no posto de vacinação montado pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) no Círculo Militar, no Centro.

Segundo relatado por Vanessa à reportagem, no momento em que compareceu ao local para receber o imunizante, foi informada de que não poderia ser vacinada utilizando uma máscara com os dizeres “Viva o SUS” e “Fora Bozo”. Ainda de acordo com o relato, a imunização só ocorreu quando ela trocou o equipamento de proteção individual. “Saí dali envergonhada e desiludida, uma vez que não pude exercer a democracia, ainda que de forma silenciosa”, afirmou à Tribuna.

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De acordo com o relato de Vanessa, a situação ocorreu por volta das 14h30. “Chegando minha vez de vacinar, retirei uma das máscaras, deixando a de baixo à mostra. Esta, possuía uma mensagem de apoio ao SUS e de descontentamento com o atual presidente (Jair Bolsonaro, sem partido)”, afirma.

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No momento da vacinação, porém, segundo ela, a agente de saúde informou o impedimento de proceder a imunização por conta das mensagens expostas. “Ao ver minha máscara, (a agente de saúde) informou que, com aquela máscara, não poderia me vacinar e que já tinha ocorrido outro caso no dia”, contou. Vanessa afirma ainda que a agente de saúde questionou se ela não gostaria de comunicar a situação à coordenação dos trabalhos de vacinação.

“Ela disse que lhe foi informado que era uma regra, pois o Círculo Militar estava sendo emprestado, e a ordem era de não vacinar aqueles que estavam com mensagens políticas. Vendo o desconforto da agente em me repreender, e diante de uma situação extremamente constrangedora frente aos populares que estavam na fila me observando, disse que não era necessário falar com sua coordenadora e coloquei minha máscara branca sobre a que estava com os dizeres.”

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A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) nega que a reprimenda tenha partido de profissionais da equipe da Secretaria de Saúde. Já a 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha afirmou que tanto a operação quanto o controle do posto de vacinação é de responsabilidade da Prefeitura de Juiz de Fora após a cessão do espaço para utilização na campanha de imunização contra a Covid-19.

Segunda dose

Ao relatar constrangimento e desilusão com a situação, Vanessa afirmou que espera um tratamento diferente ao retornar para a aplicação da segunda dose da vacina. “Espero voltar ao mesmo local para aplicar a segunda dose, trajando algo sem que isso seja ditado a mim. Mas também espero, principalmente, que outras pessoas que ali irão não sejam reprimidas e ameaçadas por possuírem acessórios ou vestimentas que possam incomodar politicamente”, considerou.

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PJF orienta que manifestações sejam respeitadas

Instada pela reportagem, a Prefeitura afirmou que os profissionais que atuam na campanha de vacinação contra a Covid-19 na cidade são orientados a “respeitar todas as manifestações em um momento tão importante para as pessoas”. “Milhares de pessoas, das mais variadas formas, se manifestaram politicamente em todos os nossos postos de vacinação ao longo destes seis meses da campanha de imunização contra a Covid-19 realizada pela Secretaria de Saúde (SS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Muitas, inclusive, registraram esse momento em suas redes sociais. No Círculo Militar, bem como em todos os outros mais de 50 postos de vacinação utilizados ao longo deste ano”, diz o Município.

Assim, a PJF lamenta a situação, considerada isolada. “Informamos que a reclamação pelo uso da máscara com a mensagem política não partiu de trabalhadores da vacinação. Reforçamos que a SS orienta todos os envolvidos na imunização sobre o direito democrático da livre manifestação e trabalhamos para que ele seja sempre garantido. A própria Secretária de Saúde, Ana Pimentel, se manifestou com camisa e cartazes a favor do SUS na ocasião de sua vacinação, por faixa etária”, afirma nota encaminhada à reportagem.

‘Aberta’ e ‘Diversa’

A Prefeitura pontua ainda que trabalha para manter a campanha de imunização na cidade o “mais aberta e diversa possível, buscando atender às peculiaridades de cada público e, através das UBSs, levar as vacinas para perto das pessoas”.

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“Cerca de 70% da população elegível do município recebeu ao menos uma dose, sendo que a imensa maioria das pessoas o fez sem ter problemas algum. Seguiremos nos esforçando para oferecer o melhor atendimento possível aos juiz-foranos e juiz-foranas, sempre abertos a melhorar e mantendo nosso compromisso firme com a saúde pública e com a democracia.

Cessão de espaço

Por fim, com relação ao fato relatado, a 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, afirmou à reportagem que “em atendimento à uma solicitação da Prefeitura de Juiz de Fora, disponibilizou as instalações do Círculo Militar para a abertura de mais um local para a vacinação da população, visando melhores condições de atendimento à sociedade no combate à pandemia do Covid-19. Assim, a nota ressalta que “o posto de vacinação é operado e controlado pela Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, por meio de agentes e voluntários selecionados e designados pela Secretaria Municipal de Saúde.

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