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Juiz-foranos protestam contra Reforma da Previdência

protesto marcelo ribeiro
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Juiz de Fora sediou, na manhã desta sexta-feira (22), um protesto contra a proposta de reforma da Previdência defendida pelo Governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). A mobilização iniciou sua concentração às 9h, na Praça da Estação, região central da cidade, e atingiu seu ápice por volta do meio-dia, quando os manifestantes iniciaram uma caminhada pela Rua Halfeld e interrompeu o trânsito em vias como a Getúlio Vargas e a Rio Branco. A passeata teve por intuito abrir diálogo com a população. Segundo os organizadores da ação, 30 mil pessoas estiveram presentes, mas a Polícia Militar não divulgou estimativas.

Por volta das 11h30, trânsito foi fechado na Av. Getúlio Vargas para passagem dos manifestantes (Foto: Marcelo Ribeiro)

Além do protesto contra a proposta de emenda constitucional (PEC) que trata da mudança das regras para aposentadoria, o ato apresentou também outros viestes políticos. Além das bandeiras de centrais sindicais e de sindicatos que representam categorias de trabalhadores distintas da cidade, estandartes de partidos com alinhamento à esquerda no espectro político nacional também se fizeram presentes.

Por vezes, pessoas presentes no ato puxaram palavras de ordem em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Críticas à política colocada em prática pelo presidente Jair Bolsonaro foram recorrentes.

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Concentração ocorreu na Praça da Estação (Foto: Marcelo Ribeiro)

Ao longo de todo o protesto, representantes de centrais sindicatos e movimentos sociais diversos se revezam nos microfones de um caminhão de som que capitaneou o ato. Coordenadora-geral do Sindicatos dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro) e representante local da direção nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Cida Oliveira defendeu a presença dos manifestantes nas ruas para que os detratores consigam repetir os protestos de 2017. Na época, uma reforma da Previdência apresentada pelo então presidente Michel Temer (MDB) acabou naufragando, arquivada no Congresso Nacional.

Protesto causa impactos no trânsito da área central (Foto: Marcelo Ribeiro)

Ato reúne movimentos sociais

Além das representações sindicais, o ato também teve a participação de movimentos sociais variados. Diretor do Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu), Paulo Azarias falou em nome do Movimento Negro Unificado. “São os trabalhadores e as trabalhadoras negras que não conseguirão se aposentar”, discursou, em tom crítico à reforma costurada pelo ministro da Economia Paulo Guedes. Azarias lembrou ainda que o protesto segue agenda nacional que convocou, para esta sexta-feira, mobilizações em várias cidades do país e trabalha para a construção de uma greve geral.

Dirigente da Federação Estadual Única e Democrática dos Sindicatos de Servidores, Cosme Nogueira destacou a presença de manifestantes de outras cidades da região no ato local. “Temos aqui presentes trabalhadores de Matias Barbosa, Além Paraíba e Goianá. Nossa vitória é a unidade da classe trabalhadora.”

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Os microfones também foram abertos para detentores de mandatos eletivos com domicílio eleitoral em Juiz de Fora. O vereador Juraci Scheffer (PT) parabenizou os juiz-foranos pela resistência à reforma da Previdência e lembrou que, durante a semana, a Câmara Municipal aprovou repúdio à proposta governista “de forma unânime”. “Esta reforma não atende aos trabalhadores, mas ao mercado financeiro. Temos que lutar para que a população mais pobre tenha todos os seus direitos garantidos”, pontuou o parlamentar.

O deputado estadual Roberto Cupolillo (Betão, PT) afirmou que uma comissão parlamentar de inquérito (CPI), instalada no Congresso Nacional, quando o Poder Legislativo discutia a reforma da Previdência, apresentada pelo ex-presidente Michel Temer, refutou as argumentações de que o sistema previdenciário brasileiro seja deficitário. “Uma das prioridades de nosso mandato será levar esta discussão para todas as cidades mineiras.”

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Betão ainda criticou o aceno do ministro Paulo Guedes de fomentar um regime previdenciário de capitalização, em detrimento do atual modelo de repartição, em que o trabalhador, o empregador e o poder público contribuem para o caixa que financia o pagamento de benefícios como aposentadorias e pensões. “Querem entregar nossa Previdência para os bancos”, argumentou o petista. Ao longo do ato, também foram recolhidas assinaturas da população para abaixo-assinado contrário à proposta de reforma da Previdência.

No encerramento da mobilização, já no Parque Halfeld, o vereador Wagner França (PTB) se ausentou brevemente da sessão legislativa e também falou no caminhão de som de forma contrária à reforma da Previdência e reforçou o tom crítico ao Governo federal. “Este Governo quer acabar com a Justiça do Trabalho e aprovar uma proposta previdenciária que só traz prejuízos para os trabalhadores.”

Juraci Scheffer voltou a usar os microfones para afirmar que os demais parlamentares municipais, que participavam de reunião ordinária na casa legislativa, eram solidários à luta dos manifestantes contra a proposta governista. Por fim, os organizadores deixaram agendado para a próxima segunda-feira (25) um balanço da mobilização, bem como as discussões de futuros protestos.

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