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Audiência pública debate empreendimento no Vale do Ipê

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Com o objetivo de debater os impactos ambientais, sociais e urbanísticos do empreendimento habitacional que está previsto para ser erguido no Vale do Ipê, moradores e representantes dos bairros da região e das possíveis áreas afetadas lotaram o plenário da Câmara, em audiência pública realizada na tarde desta terça-feira (21). A solicitação partiu dos vereadores José Márcio (Garotinho, PV) e Juraci Scheffer (PT). Os parlamentares corroboram as queixas dos moradores destas localidades a respeito das consequências imediatas das grandes construções. Eles alegam que empreendimentos, como o que está sendo previsto para o local, envolvem uma alta demanda nos serviços de infraestrutura – o que não é realidade nesta área.

Com faixas e cartazes, moradores manifestaram repúdio à ocupação desordenada do Vale do Ipê (Foto: Fernando Priamo)

O projeto, de acordo com a exposição dos moradores, prevê a edificação de seis torres com 63 metros de altura, 21 andares cada, com 1.440 unidades habitacionais. A estimativa do projeto é de que o residencial abrigue 5.760 pessoas em 12 apartamentos por andar. “A permissão deste tipo de construção vem trazendo um adensamento populacional, mudando a característica da nossa cidade, e isso é indesejado em todos os bairros da nossa cidade. Nós já temos construções que não tiveram um Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), com abordagem das questões sociais e projeção do caos que poderia viver aquela comunidade, com falta de vagas em escolas creches, unidades de saúde, e em toda a questão urbanística daquela região”, manifestou Scheffer.

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As unidades habitacionais estão previstas para serem construídas no terreno da extinta Fábrica de Tecidos Ferreira Guimarães, entre as Ruas Antônio Fellet e Benjamim Guimarães, no Vale do Ipê. Segundo a secretária da associação Sociedade Pró-melhoramento do bairro, Marilene Schelgshorn dos Santos Sansão, os moradores do local estão trabalhando para barrar a execução da obra. Ela defende que a proposta é incompatível com o projeto urbanístico do bairro. “Se os prédios forem construídos, vai ser um caos para a comunidade. Haverá prejuízo para o trânsito na região, comprometimento da circulação de pessoas. Também haverá impactos na coleta de esgoto. Também não temos condições de absorver essas milhares de pessoas: não há unidades de saúde e escolas em número suficientes e nem transporte público para atender essa população”.

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Embora a audiência tenha tido pauta específica, cidadãos de várias regiões da cidade também ocuparam a tribuna livre para manifestar, de forma geral, insatisfações com relação a projetos que têm afetado o espaço urbano da cidade. O representante do Bairro Parque das Águas, Luiz Carlos Barbosa, destacou, em seu discurso, que a preocupação com o ordenamento do município está na coletividade e que é preciso repensar os rumos que as intervenções têm causado para o bem-estar da população. “Nesse contexto, é preciso que estas questões cheguem ao Executivo. É preciso discutir o Plano Diretor e garantir, além da questão ambiental, a vida dessa cidade. Nós precisamos de um compromisso político para além da formalidade de uma audiência pública.”

Além de parlamentares, representantes dos bairros e moradores, também participaram da audiência o secretário de Governo, Bebeto Faria, o titular da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), Lúcio Fortes, o representante da Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra), Marcelo Valente, e o secretário de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaur), Luís Cláudio Santos Pinto.

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