Funcionários dos Correios estão em greve em Juiz de Fora e região. A paralisação foi deflagrada na noite desta terça-feira (19), e a expectativa do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicação Postal, Telegráfica e Similares de Juiz de Fora e Região (Sintect/JFA) é que 100% dos trabalhadores deixassem de trabalhar durante a greve a partir desta quarta-feira (20). No entanto, conforme pronunciamento da empresa na tarde desta quarta, a paralisação não afetou o atendimento nas agências, que continuam funcionando normalmente.
A greve acontece em adesão ao chamamento de greve nacional feito pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect). O objetivo é pressionar os Correios a iniciar a negociação sobre a campanha salarial deste ano. Segundo o diretor de formação e relações sindicais do Sintect, Reginaldo de Souza Freitas, o movimento é contra a retirada de direitos dos trabalhadores. Ainda conforme o diretor, a empresa tem se recusado a iniciar a discussão sobre a campanha salarial deste ano.
“A empresa está retirando direitos e conquistas que conseguimos aos longos dos anos, como o plano de saúde e o direito de obter licenças para levar nossos filhos ao médico. Estamos em campanha salarial e ela não quer negociar, além de não divulgar o índice de aumento que pretende conceder. Estamos forçando a negociação para que a empresa apresente avanço nas conquistas e nos direitos”, pontua Freitas.
No fim da manhã desta quarta-feira (20), o sindicato ainda não tinha divulgado o percentual de trabalhadores que estariam de braços cruzados na cidade. A categoria espera que, conforme novas assembleias sejam realizadas em cada cidade, mais trabalhadores paralisem as atividades. Em Recreio e Mar de Espanha, já há funcionários paralisados, de acordo com o sindicato.
Por meio de nota, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos informou à Tribuna que, em Juiz de Fora, nove funcionários não registraram presença nas unidades. Em todo o Brasil, 93% dos trabalhadores trabalharam normalmente nesta quarta, conforme a empresa. Em Minas, o percentual é de 96%.
Sobre a acusação de que não estaria disposta a negociar, os Correios afirmaram que a negociação com os sindicatos que não aderiram à paralisação ainda estão sendo realizadas e que “continuam dispostos a negociar e dialogar com as representações dos trabalhadores na busca de soluções que o momento exige e considera a greve um ato precipitado que desqualifica o processo de negociação e prejudica todo o esforço realizado durante este ano para retomar a qualidade e os resultados financeiros da empresa.”
Ainda por meio de nota, a empresa afirmou que já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para “minimizar os impactos à população”, que envolve o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, contratação de mão de obra temporária e realização de mutirões nos fins de semana.