A Associação Municipal de Apoio Comunitário (Amac) segue com a paralisação das atividades até sexta-feira (22). Neste período, apenas os serviços das casas de acolhimento 24 horas e de pernoite no albergue serão realizados. A partir de segunda-feira (25), os funcionários irão retornar com todas as atividades em horário normal, mas em estado de greve, sinalizando que o movimento pode ser deflagrado a qualquer momento. A decisão foi tomada pelos trabalhadores durante assembleia realizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos (Sinserpu), na quarta-feira (20), em frente à Câmara Municipal de Juiz de Fora, onde o grupo solicitou o apoio do Legislativo nas negociações com a Prefeitura. A instituição corre o risco de perder 284 empregos a partir da assinatura dos novos contratos com a Administração, em julho, previstos pelo processo de chamamento público. De acordo com a Amac, o orçamento determinado nos documentos é 40% menor do que o recurso utilizado hoje para a prestação de serviços da assistência social na cidade. O dinheiro também não seria suficiente para o pagamento das verbas rescisórias dos empregados demitidos.
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A paralisação dos trabalhadores da Amac foi iniciada na última segunda-feira (18). Nesta quarta-feira, no terceiro dia da mobilização, o grupo realizou uma concentração na Praça da Estação, no Centro, e seguiu em passeata até o Parque Halfeld chamando a atenção da população para a causa. Paralelamente, a direção da instituição se reuniu na sede da Prefeitura com os titulares das secretarias de Administração e Recursos Humanos (SARH), Fazenda (SF), Educação (SE) e Desenvolvimento Social (SDS) para discutir a situação. De acordo com a assessoria da Amac, após o encontro, a direção da instituição “entendeu que a Prefeitura quer avançar para conseguir uma solução digna”.
Por meio de nota, a Prefeitura declarou que “contesta um movimento de paralisação de funcionários de uma entidade que presta serviços ao município e que deixa sem assistência cerca de 15 mil juiz-foranos que necessitam das unidades abertas. A administração reforça que mantém diálogo permanente com a Amac, assim como com todas as empresas privadas e instituições conveniadas ao município e que têm responsabilidades próprias com seus funcionários”. O texto afirma, ainda, que “os pagamentos também encontram-se dentro dos prazos legais. Não se justifica, portanto, um movimento grevista, que causa prejuízos à população. A Prefeitura reforça, assim, que tomará todas as medidas cabíveis para assegurar essa assistência, embasada no que determina os termos de cooperação assinados com a Amac”.
Legislativo confirma apoio à Amac
Após a manifestação em frente à Câmara Municipal, os trabalhadores da Amac conseguiram espaço na reunião ordinária dos vereadores. O presidente do Sinserpu, Amarildo Romanazzi, pediu apoio do Legislativo nas negociações com a Prefeitura. “Nós viemos fazer um apelo a esta Casa para que faça o elo nestas negociações. Queremos a participação do prefeito Antônio Almas (PSDB) neste diálogo. Nós estamos falando de quase 300 pais e mães de família que podem ficar sem emprego. É um prejuízo para a população e para o trabalhador.” Ele também solicitou que a comissão formada pelos vereadores Roberto Cupolillo (Betão – PT), Carlos Alberto Mello (Casal – PTB), Júlio Obama Júnior (PHS) e Marlon Siqueira (MDB) com a proposta de auxiliar em discussões anteriores sobre a Amac possa assumir esta causa.
O presidente da Casa, Rodrigo Mattos (PHS), confirmou que o Legislativo irá auxiliar no diálogo com a Prefeitura e propôs que o corpo jurídico da Amac elabore uma proposta sobre a questão do chamamento público para que comecem as negociações com o Executivo. Destacando que a perda de 284 empregos representa demissão em massa, Betão também afirmou que a comissão está aberta a intermediar o diálogo entre as partes.