Representantes de policiais e bombeiros militares se reuniram na tarde desta segunda-feira (19) com o governador Fernando Pimentel (PT), buscando um posicionamento com relação ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 257, que prevê regras para a renegociação da dívida dos estados com a União. As categorias são contrárias à proposição por considerarem que a validação da proposta significaria o congelamento das carreiras, de salários, de promoções e do recrutamento de novos integrantes para as corporações. Ao final da conversa com o governador, um vídeo com o posicionamento do comando da PM e do Corpo de Bombeiros foi divulgado nas redes sociais. Comandante-geral da PM, o coronel Marco Antônio Badaró Bianchini classificou a conversa com Pimentel como produtiva.
“O governador do estado, de forma corajosa, se comprometeu a buscar junto aos demais governadores um projeto alternativo que atenda aos interesses dos estados, mas que atenda também aos interesses dos servidores. Disse ainda mais: que se for aprovado da maneira como está, o Estado de Minas Gerais não vai aderir”, afirmou o coronel. O comandante-geral da PM afirmou ainda que amanhã os policiais e bombeiros militares deverão realizar protestos em todo o estado. “Manifestação que espero que seja pacífica e ordeira.” Bianchini ressaltou ainda a necessidade de mostrar ao Governo federal que as categorias militares não irão aceitar imposições.
Greve branca
De acordo com publicação da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG) no Facebook, policiais e bombeiros “decidiram pela paralisação a partir das 10h de amanhã (terça-feira), dia 20 de dezembro”. A decisão teria sido tomada em assembleia realizada entre a manhã e o início da tarde desta segunda. A reportagem da Tribuna tentou contato com o comando da Aspra e de outras entidades ligada aos militares estaduais, sem contudo obter sucesso até a publicação desta matéria.
Informações extraoficiais dão conta de que a paralisação, que pode ser deflagrada a partir de amanhã, consistirá em uma espécie de aquartelamento, com os efetivos atendendo às chamadas de dentro dos quartéis, sem saírem para a rua. A adoção de tal prática poderia comprometer ações ostensivas. Segundo matéria veiculada hoje à tarde pelo jornal “O Tempo”, o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), que mantém laços e atuação parlamentar relacionados aos militares, confirmou o movimento. “Essa PLP simplesmente acaba com a carreira da Polícia, e não vamos aceitar isso”, afirmou.
Ao jornal “Estado de Minas”, o chefe da sala de imprensa da PM, Flávio Santiago, admitiu que a possibilidade de paralisação ou até mesmo de greve chegou a ser discutida por militares. Contudo, sinalizou que uma posição mais definitiva ainda precisaria ser tomada. “Foi falado da paralisação durante a manifestação. Mas foi deliberado que será aguardada a votação de hoje à noite para deliberar sobre os próximos passos do movimento.”