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Candidatos arrecadaram R$ 15 por eleitor em Juiz de Fora

urna by fernando priamo
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Ao fim do primeiro turno das eleições municipais que vai definir o futuro prefeito ou a futura prefeita de Juiz de Fora, em pleito realizado no último domingo (15), os 11 candidatos à Prefeitura já haviam informado à Justiça Eleitoral arrecadação de recursos que totaliza a marca de quase R$ 6,3 milhões. A maior parte destes recursos, 77%, vêm de fundos mantidos com dinheiro público, como os fundos eleitoral e partidário. Quando considerados o universo de eleitores de 410.339, os candidatos arrecadaram cerca de R$ 15 para cada pessoa apta a votar na cidade. Do montante arrecadado por todos os candidatos, os recursos provenientes de verbas públicas destinadas ao financiamento das campanhas chega a quase R$ 4,9 milhões – quase R$ 12 por votante.

Quem mais contribuiu para as cifras milionárias que atingiu as arrecadações das campanhas que correram pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) foi a campanha da deputada estadual Sheila Oliveira (PSL). Sozinha, a campanha de Sheila declarou mais do que seus dez adversários somados e informou arrecadação de recursos da ordem de R$ 3,4 milhões. Quase em sua totalidade, tal montante diz respeito a repasses feitos pelos diretórios estadual e nacional do PSL, em dinheiro originário do fundo especial de financiamento público de campanha, portanto, vindos de recursos públicos.

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Quarta colocada na disputa, ela obteve pouco mais de 26 mil votos. Assim, além de ter uma arrecadação considerada recorde, Sheila também teve uma alta relação entre os valores arrecadados e a votação recebida. Para cada eleitor que manifestou apoio ao projeto da deputada estadual, a arrecadação declarada até aqui corresponde a R$ 130. Tal relação é, muito de longe, a mais alta entre todos os candidatos.

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Cabe destacar, porém, que os candidatos ainda não fizeram suas prestações de contas finais e os valores podem ser revistos. Tanto que, a despeito da arrecadação total de R$ 6,3 milhões, as despesas já declarada pelos 11 concorrentes corresponde a R$ 2,2 milhões, apenas 35% do montante arrecadado. Tais dispêndios, todavia, tendem a aumentar até a declaração final de gastos que precisa ser feita pelos candidatos até 15 dezembro.

Wilson tem voto mais ‘caro’ que o de Margarida

Outras duas candidaturas também tiveram uma arrecadação de recursos mais vultosa, superando a marca de R$ 1 milhão. Desta maneira, o segundo projeto que conseguiu arrecadar mais fundos foi o do empresário Wilson Rezato (PSB). Com cerca de 59 mil votos, Wilson avançou para o segundo turno da disputa. Com base nos números declarados durante o primeiro turno da corrida eleitoral, a arrecadação do candidato foi de cerca de R$ 1,3 milhão.

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A outra candidatura romper a marca de R$ 1 milhão foi exatamente a da deputada federal Margarida Salomão (PT), que disputa o segundo turno com o Wilson, após garantir o apoio de aproximadamente 102 mil eleitores. Margarida arrecadou pouco mais de R$ 1,1 milhão. Com cerca de 42 mil votos a mais que Wilson no primeiro turno, a relação arrecadação de Margarida por voto recebido foi mais baixa que a de seu adversário e correspondeu a cerca de R$ 11. No caso de Wilson, a mesma relação foi praticamente o dobro R$ 22

Deputada tem apoio financeiro do partido; empresário, conta com recursos próprios e doações
As diferenças entre os perfis arrecadatórios de Wilson e Margarida não param por aí. De um lado, a candidatura da deputada federal se apoia no aporte de transferências partidárias vindas do PT, a partir do fundo especial e do fundo partidário. Dos pouco mais de R$ 1,1 milhão arrecadado pela deputada, 91%, cerca de um R$ 1 milhão, têm como origem exatamente recursos relacionados ao financiamento público de campanha.

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Já no caso da candidatura de Wilson Rezato, também existiu aporte de verbas que tiveram como origem dinheiro público do fundo eleitoral. Tais valores, porém, são mais tímidos e corresponde a R$ 110 mil. Menos de 10% do total arrecadado pelo candidato. Se o poderio financeiro do seu partido não é, até aqui, sua maior fonte de recursos para o financiamento de campanha, Wilson conta com o apoio financeiro de pessoas próximas e ligadas a sua empresa do ramo da área da construção civil.

Dessa maneira, já recebeu R$ 881 mil por meio de doações feitas por pessoas físicas. Contribuíram para o montante, por exemplo, Vinícius Banhato, que, assim como o Wilson, é um dos sócios-proprietários do Grupo Rezato e doou com R$ 250 mil para campanha do candidato do PSB. Outra contribuição de maior vulto foi feita pela esposa de Wilson, com doação de R$ 180 mil. Ainda cabe destacar que o próprio candidato aportou R$ 320 mil do próprio bolso para o financiamento de sua campanha até a realização do primeiro turno.

Entre mais votados, Ione teve o voto ‘mais barato’

Entre os candidatos que obtiveram os melhores desempenhos eleitorais, ultrapassando a marca de dezenas de milhares de votos, a menor relação entre arrecadação de recursos e votantes foi a obtida pela delegada licenciada da Polícia Civil Ione Barbosa (Republicanos). Ao todo, Ione arrecadou recursos da ordem de R$ 205 mil. Como a candidata estreante no cenário eleitoral obteve quase 57 mil votos, a relação entre verba disponível para campanha e votantes foi de R$ 3,13.

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Entre os demais sete candidatos com votação abaixo dos cinco mil votos, o único que obteve uma arrecadação acima dos R$ 100 mil foi Fernando Elioterio (PCdoB). Até aqui, ele já informou à Justiça Eleitoral o recebimento de R$ 117 mil, valor que foi repassado pelo PCdoB e tem como origem o fundo de financiamento público de campanha. Com uma votação de pouco mais de 1.800 eleitores, Elioterio também teve uma relação entre arrecadação e voto obtido nas urnas mais alta, a segunda maior de todos os candidatos à Prefeitura, na casa dos R$ 65. O valor, todavia é praticamente a metade do número obtido pela candidatura da deputada estadual Sheila Oliveira.

 

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