Mobilizados a partir de uma convocação nas redes sociais, moradores de Juiz de Fora se juntaram ao panelaço contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que ocorreu em várias cidades do país nesta quarta-feira (18). Na cidade, as manifestações tiveram início às 20h, e foram registradas em diversos bairros, como Centro, Jardim Glória, Santa Helena e Granbery, na região Central; São Mateus, Santa Cecília, Bom Pastor, Cascatinha e Estrela Sul, na Zona Sul; São Pedro, na Zona Oeste; Democrata, na região Nordeste; e Bonfim, na Zona Leste.
Inicialmente, havia a previsão de realização de manifestações de rua contra o Governo federal para esta quarta, atos que acabaram cancelados por conta da pandemia pelo novo coronavírus (Covid-19). O ato foi chamado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúnem partidos políticos, movimentos sociais, sindicatos, entre outros.
As manifestações canceladas tinham como pautas centrais a defesa do serviço público, contra emenda constitucional aprovada em 2018 que instituiu o teto de gastos do governo e à MP 905 – que modifica a legislação trabalhista, com a criação do Contrato Verde e Amarelo – e a outros pontos. Na noite desta terça, o relatório da comissão mista que analisa a Medida Provisória foi aprovado no Senado.
A MP em questão foi editada por Bolsonaro em novembro do ano passado, sob o argumento de estimular a contratação de jovens entre 18 e 29 anos no primeiro emprego. No relatório, as prerrogativas previstas pelo programa foram estendidas a pessoas acima de 55 anos sem vínculo formal de emprego há mais de um ano. Nestas situações, o texto prevê que a empresa contratante receba alguns benefícios patronais, como redução de encargos.
A despeito da convocação chamar o ato para esta quarta-feira, cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Recife já registraram panelaços na noite desta terça. Os protestos, que também pediam a saída do presidente do comando do Governo federal, aconteceram após Bolsonaro voltar a tratar como histeria, medidas mitigatórias adotadas por governadores em esforço para barrar o avanço do coronavírus.
Outras cidades do país
(AE) Também foram registradas manifestações em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os protestos estavam marcados para às 20h30, mas começaram ao menos uma hora antes disso.
No Rio, o panelaço e os gritos de protesto começaram parte na tarde desta quarta-feira durante a entrevista coletiva, em Brasília, do presidente Bolsonaro e de alguns ministros sobre a pandemia da Covid-19. “Fora Bolsonaro” e “canalha” foram algumas das palavras gritadas pelos manifestantes, das janelas dos prédios. Os protestos na cidade foram retomados depois, quando Bolsonaro voltou a se pronunciar, à noite.
Em entrevista coletiva nesta quarta, Bolsonaro afirmou que encara qualquer movimento por parte da população como uma expressão da democracia. “Qualquer manifestação popular nas ruas ou dentro de casa, como o panelaço, nós, políticos, devemos entender como a pura manifestação da democracia.”
Em seguida, o presidente citou que seus apoiadores organizaram um panelaço a favor do governo para 30 minutos depois da oposição, mas que veículos da imprensa não falaram sobre o ato.