A Polícia Militar levou menos de meia hora para retirar os manifestantes que estavam acampados na Avenida Paulista e liberar a via para o trânsito de veículos. Com jatos de água e bombas de gás lacrimogêneo, a ação começou por volta das 9h e, no início, os manifestantes tentaram resistir e chegaram a jogar de volta um bomba de gás contra os blindados e a tropa que fazia a desobstrução da via.
Para hoje à tarde está previsto um ato na Avenida Paulista, já agendado com as forças de segurança, de apoio ao governo da presidenta Dilma Rousseff e, para evitar conflitos entre os dois grupos, a Secretaria de Segurança decidiu retirar os manifestantes contrários ao governo por meio da força.
Os manifestantes contrários ao governo federal ocupavam a avenida em frente à sede da Fiesp, desde o início da noite de quarta-feira (16). A entidade vem apoiando os atos contra o governo e, na noite de ontem, exibia uma faixa luminosa pedindo a renúncia da presidenta. Muitos manifestantes carregam bandeiras do Brasil e alguns vestem camisas da seleção brasileira.
Ontem (17), a Polícia Militar tentou negociar por diversas vezes com o grupo para que ao menos as faixas exclusivas de ônibus fossem liberadas. Os manifestantes se negaram a sair e chegaram a hostilizar o secretário de estado da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, que esteve no local para negociar uma saída ao impasse. Porém, ao contrário do procedimento adotado pela polícia em outras manifestações, até então não havia ocorrido qualquer ação para desobstruir a via.
Por meio de nota divulgada ontem, a Secretaria de Segurança Pública informou que o efetivo a ser utilizado na tarde de hoje, no protesto organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Partido dos Trabalhadores (PT), será o mesmo do protesto de domingo (13). “O efetivo policial será o mesmo da manifestação do dia 13, ainda que, segundo os organizadores, estejam sendo esperadas entre 100 e 200 mil pessoas”, informa a nota da secretaria.
No protesto do último domingo, contra o governo federal, a Polícia Militar estimou a presença de 1,4 milhão de pessoas na Avenida Paulista. “A prioridade máxima da polícia será garantir a paz e a segurança de todos. Se for necessário, adaptando-se a novas circunstâncias para evitar confrontos”, diz ainda a nota.