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Debate vira ‘pancadaria verbal’

mediados por carlos nascimento aecio e dilma se enfrentam em tres blocos

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Mediados por Carlos Nascimento, Aécio e Dilma se enfrentam em três blocos
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Mediados por Carlos Nascimento, Aécio e Dilma se enfrentam em três blocos

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Dilma passa mal durante entrevista e é amparada por repórter do SBT

A presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) que disputam à Presidência da República, fizeram ontem um debate nervoso e de ataques sucessivos, o segundo confronto deste segundo turno. Durante uma hora e vinte minutos os adversários trocaram acusações e sem apresentar quase nenhuma proposta de Governo. Entre os temas em pauta, estiveram, novamente, o escândalo de corrupção na Petrobras, o aeroporto de Cláudio, a acusação do PSDB de leniência do PT com a inflação e a acusação petista de descaso dos tucanos com problemas sociais. Repetindo o tom do debate anterior, Aécio voltou a reivindicar para o PSDB a responsabilidade por criar o “Bolsa família”. Dilma, por sua vez, lembrou o episódio em que o tucano foi flagrado dirigindo alcoolizado, tendo se recusado a soprar bafômetro. Após o debate, a presidente Dilma passou mal enquanto falava à TV UOL. Teve uma queda de pressão e sentou-se para beber água, finalizando a rodada de entrevistas.

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O embate começou com trocas de acusações sobre os supostos desvios de dinheiro da Petrobras para os cofres de partidos da base do Governo, delatados pelo ex-diretor da empresa, Paulo Roberto Costa. Aécio questionou a presidente sobre quem é o responsável pelas supostas irregularidades, insinuando que o Governo foi “incompetente ou leniente com a corrupção”. Em resposta, a presidente voltou a argumentar que o PT permite a investigação e punição de políticos corruptos, independente de quem são os acusados e partidos envolvidos. Noutro momento, Dilma lembrou a construção do aeroporto em terras da família de Aécio. O tucano disse que as terras foram expropriadas para a obra e que ela favorece a economia do município.

Tema já levantado no debate da TV Bandeirantes, na última terça-feira, o nepotismo foi discutido pelos candidatos quando Dilma voltou a falar na irmã, no tio e nos três primos e três primas empregados por Aécio no Governo de Minas. O concorrente pelo PSDB defendeu a situação da irmã, que faria o trabalho voluntariamente, e devolveu na mesma moeda, afirmando que um irmão de Dilma teria sido empregado na gestão de Fernando Pimentel (PT, 2001-2008) à frente da Prefeitura de Belo Horizonte. Dilma disse que Aécio deve explicar a situação de todos os seus parentes, não apenas a da irmã, e argumentou que seu irmão foi empregado na gestão de outro governante, sendo o nepotismo caracterizado apenas pelo emprego de parentes por um gestor em seu Governo.

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A candidata do PT e seu adversário disputaram a “paternidade” de diversos programas sociais do Governo. Segundo Aécio, o Pronatec é fruto de iniciativa do Governo de Marconi Perillo (PSDB), governador de Goiás, e o “Bolsa família” foi criado a partir da união de programas sociais do Governo Fernando Henrique (PSDB, 1995-2002). Dilma disse que o PSDB não pode se apropriar dos programas sociais, porque havia muito menos pessoas atendidas pelo Governo durante a gestão tucana. “Eram cinco milhões de pessoas no Governo do PSDB, hoje são 50 milhões de beneficiados.” Aécio retrucou dizendo que eram cinco milhões de famílias, e a presidente bateu o pé quanto aos números que apresentou.

A inflação se tornou tema quando Aécio criticou as taxas atuais de aumento nos preços, afirmando que no preço dos alimentos o aumento é ainda maior. “Um membro do seu Governo sugeriu que o cidadão substitua carne por ovo. Mas o próprio ovo teve alta de 50% este ano.” Dilma disse que não vai combater a inflação com os métodos tucanos, que, segundo a candidata, terão por consequência o aumento no desemprego. A petista disse que o PSDB tenta criar clima de pessimismo, ao que o tucano respondeu que o PT tenta “mascarar a realidade”.

Bafômetro

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Um momento polêmico do debate foi suscitado pela presidente, quando ela perguntou a Aécio o que ele pensa da Lei Seca, que proíbe a condução de automóveis por pessoas sob efeito de qualquer quantidade de álcool no sangue, e pediu ao adversário para tomar posição quanto ao teste de alcoolemia feito com o bafômetro. A pergunta foi compreendida pelo próprio oponente como uma referência a um episódio de 2011 em que, dirigindo no Rio com a carteira de habilitação vencida, Aécio foi parado por uma blitz policial e, com sinais de embriaguez, recusou-se a soprar o bafômetro. “Eu tive um episódio sim, e reconheci. Tenho uma capacidade que a senhora não tem. Eu tive um episódio que parei numa Lei Seca porque minha carteira estava vencida e ali naquele momento inadvertidamente não fiz o exame e me desculpei disso”, replicou.

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