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PDT de Juiz de Fora racha por apoio a Ione Barbosa

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(Foto: Fernando Priamo)

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Um dos últimos partidos a realizar sua convenção em Juiz de Fora – quiçá, o último -, O PDT vive um cenário um tanto conturbado, que pode ter desdobramentos no âmbito da Justiça Eleitoral. Isto porque, a despeito da orientação da direção nacional do partido, que indicou uma aliança com o PSB em várias cidades do país, inclusive Juiz de Fora, a comissão provisória da sigla na cidade deliberou por uma composição com o Republicanos. Assim, no âmbito municipal, a decisão de momento é de apoiar a candidatura à Prefeitura da delegada licenciada da Polícia Civil, Ione Barbosa (Republicanos). Por outro lado, há dissidentes que defendem o apoio ao empresário Wilson Rezende, candidato pelo PSB.

De certa forma, pode se dizer que o partido vive um racha interno. Durante convenção de quarta-feira (16), realizada no último dia para a incidência de debates partidários sobre candidaturas para as eleições de novembro, segundo Jorge Ramos, presidente da provisória, diante da manifesta insatisfação de alguns convencionais sobre o posicionamento do comando nacional, a questão foi colocada em votação. Dos sete convencionais aptos a opinar, quatro se manifestaram contrários à determinação externa e sinalizaram pelo apoio à Ione; enquanto três defenderam a aliança com o PSB de Wilson.

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Também segundo Jorge Ramos, a aproximação com o projeto de Ione teve início ainda em abril. Quando a composição já dava mostras de consolidação, o braço local do PDT foi comunicado por integrantes do diretório estadual sobre a determinação do comando nacional para a composição com PSB, a exemplo do que vem acontecendo em outras cidades. As duas siglas têm agido de forma conjunta em várias ocasiões e farão, por exemplo, dobradinha em oito capitais. No caso de Juiz de Fora, a aliança esbarra no racha interno dos pedetistas.

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O próprio presidente da comissão provisória do PDT de Juiz de Fora reconhece que regras internas do partido preveem que decisões eleitorais em cidades com mais de 200 mil eleitores devem passar pelo crivo do diretório nacional. Contudo, considera que há outros casos de municípios em que a composição com o PSB não teria sido compulsória. A despeito disso, reconhece que existe a possibilidade de a divergência resultar em questionamentos no âmbito da Justiça Eleitoral, a fim de rever a decisão tomada em âmbito municipal.

“A decisão municipal é que o PDT de Juiz de Fora vai caminhar com a Ione. Mas podemos ter uma judicialização de alguma das partes. Vamos aguardar o que será feito, reforçando que há precedentes que resguardam nossa decisão”, afirmou Jorge Ramos. De acordo com o presidente municipal do PDT, a aproximação de Ione se dá pela vontade de romper com um ciclo político estabelecido na cidade há alguns anos. “Temos um planejamento exequível que pode ser cumprido nos próximos quatro anos. É uma proposta nova, e a o Ione é uma pessoa muito preparada.”

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Compasso de espera

A Tribuna tentou ouvir um posicionamento do diretório estadual do PDT sobre o imbróglio instalado em Juiz de Fora. Buscou, inclusive, contato telefônico com o presidente estadual da sigla, o deputado federal Mário Heringer (PDT). Não houve retorno, todavia. Da parte do PSB em Juiz, interlocutores próximos à campanha de Wilson aguardam a reversão do cenário e um alinhamento com a definição do comando nacional.

Principal liderança do PSB na cidade e um dos principais quadros da legenda em Minas Gerais, o deputado federal juiz-forano Júlio Delgado (PSB) chegou a classificar a decisão do PDT juiz-forano como um risco para acordos mais amplos firmados pelos partidos.

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Segundo Júlio, o impasse já está nas mãos de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT. Para o deputado, um rompimento de um acordo entre as duas legendas em Juiz de Fora pode comprometer um projeto nacional firmado entre as siglas, que se apoiam mutuamente em vários municípios.

“Essa reciprocidade é uma construção nacional. Se tiver que existir uma intervenção do diretório nacional do PDT em Juiz de Fora, que tenha. Juiz de Fora não é uma ilha e não pode ficar à margem do cenário nacional, sob o risco de causar uma cizânia no projeto”, considerou.

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