O primeiro debate televisivo com os candidatos ao Governo de Minas, exibido na quinta-feira (16) pela TV Bandeirantes, foi marcado pela troca de farpas entre os principais adversários no pleito, o senador Antonio Anastasia (PSDB) e o atual governador Fernando Pimentel (PT), que aparecem em primeiro e segundo lugar, respectivamente, nas últimas pesquisas de intenção de votos do eleitorado mineiro. Durante o programa, eles apontaram erros um do outro e defenderam as gestões de seus partidos nos últimos anos. Desde 2003, há alternância entre tucanos e petistas na liderança estadual.
Anastasia atacou a gestão do petista dizendo que se solidariza “com todas as pessoas que estão sofrendo em razão desse desgoverno reclamão que existe hoje em Minas Gerais”. Já Pimentel se defendeu sobre o parcelamento do pagamento dos servidores estaduais, uma das principais críticas recebidas durante o seu governo, disparando diretamente contra o tucano. “Escalonar salários não é uma decisão, é uma imposição da herança deixada pelas gestões passadas.”
Enquanto o embate entre Anastasia e Pimentel ocorria de forma direta, os demais candidatos aproveitaram para se apresentar como terceira via na disputa. “Quem é que implementou o sistema de castas de privilegiados em Minas Gerais? Anastasia e Pimentel! São os defensores das castas, pagam qualquer salário, qualquer vantagem, qualquer remuneração. O povo é quem paga a conta”, disparou João Batista Mares Guia (REDE). Destacando que é a representante das mulheres na corrida pelo Governo de Minas, a candidata do PSOL, Dirlene Marques, afirmou que é preciso “construir soluções para os problemas que a população enfrenta”.
Ainda convivendo com a possibilidade de ter sua candidatura inviabilizada, Marcio Lacerda (PSB) compareceu ao programa e também seguiu a linha de se mostrar como alternativa ante o duelo PT e PSDB. “O buraco é muito mais embaixo do que a gente pensa. Temos que renovar nossa esperança e nossa capacidade para resolver problemas.” Discurso parecido foi ressaltado por Claudiney Dulim (AVANTE). “Precisamos renovar e, para isso, precisamos de uma liderança, e eu posso ser esse líder.”
O programa foi dividido em cinco blocos. Os candidatos responderam as perguntas dos concorrentes, dos eleitores e dos jornalistas do Grupo Band. No último bloco, realizaram as considerações finais. Segundo a legislação eleitoral, é obrigatório que os organizadores de debates convidem os candidatos de partidos ou coligações que tenham, pelo menos, cinco parlamentares entre os 513 deputados federais e 81 senadores. Nestas eleições, seis dos nove candidatos atendem ao requisito.