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Proposta de reajuste chega à Câmara

Olavo Prazeres
Servidores protestaram na manhã de ontem (Foto: Olavo Prazeres)
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A Câmara Municipal recebeu ontem a mensagem do Executivo que propõe o reajuste dos servidores municipais, considerando a inflação entre janeiro e junho. O texto foi lido na abertura do período legislativo, deixando indignados sindicalistas e os vereadores Roberto Cupolillo (Betão-PT), José Emanuel (PSC) e Wanderson Castelar (PT), que subiram à tribuna para se manifestar contra o texto. Ao encaminhar o parecer, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) levou em conta o término do prazo para conceder o reajuste aos servidores, 30 de junho, data-limite estipulada pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Para os sindicalistas, a medida, efetuada antes da realização das duas audiências públicas que foram aprovadas para a discussão da matéria, foi considerada um “golpe” no direito dos trabalhadores.

[Relaciondas_post] No início da reunião, com o plenário lotado de servidores, os parlamentares aprovaram a convocação de duas audiências públicas para discutir a situação. Uma delas, de autoria do vereador Roberto Cupolillo (Betão-PT), está prevista para hoje, às 14h. A outra, de autoria do novo líder do Governo, Julio Gasparette (PMDB), será realizada no dia 21. No encontro de hoje, o Fórum Unificado dos Servidores Públicos Municipais receberá o advogado João Fernando Lopes Carvalho, que irá defender a aplicação do reajuste com base no IPCA dos últimos doze meses, previsto na Constituição e que, segundo o parecer divulgado na semana passada, não afeta do disposto no artigo 73 da Lei das Eleições.

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Em seu discurso, o vereador Betão (PT) criticou a postura do Executivo de enviar a mensagem à Câmara, pedindo pela retirada do texto, já que ainda não houve discussão. “Como a Prefeitura afirma que quer debater e já envia a mensagem para a Câmara? É um absurdo, eu pediria à Prefeitura que retirasse a mensagem. É um desrespeito com os vereadores. Nunca vi isso em meus 32 anos de sindicalista.” José Emanuel falou para os trabalhadores que permaneçam mobilizados até o fim do prazo da LRF. “É preferível um reajuste zero, com dignidade, do que a esmola que a Prefeitura está oferecendo”, disse, sendo ovacionado pela plateia.

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Em manifestação
Pela manhã, os servidores em greve se concentraram na Praça da Estação e fizeram a simulação de um “velório” do prefeito Bruno Siqueira (PMDB). Eles seguiram em “cortejo fúnebre” até a sede do Legislativo. Os trabalhadores estão com as atividades paralisadas desde a última quarta. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos (Sinserpu), Amarildo Romanazzi, 70% dos servidores das unidades básicas de saúde (UBS), creches, curumins, Secretaria de Obras e Settra interromperam as atividades. Já na Empav, a adesão seria total. Entre os professores, o percentual seria de 65%. Não foi divulgada estimativa do número de trabalhadores que participaram do ato ontem.

Os médicos seguem parados até a próxima terça, quando será realizada uma nova assembleia para reavaliar a situação, podendo inclusive votar pela adesão à greve geral. Até a data, os atendimentos serão mantidos apenas nas unidades de urgência e emergência, com o quantitativo de 30% da equipe. A mobilização reúne também engenheiros e arquitetos.

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A Prefeitura informou que, salvo em casos pontuais, todos os atendimentos à população estavam normalizados, incluindo a área da saúde. Em relação às escolas, o levantamento da Secretaria de Educação indicou que cerca de 52% dos profissionais do magistério paralisaram as atividades. Já em relação aos médicos, afirmou que não foi comunicada sobre o resultado da assembleia de terça.

 

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