A greve dos técnico-administrativos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que já dura 20 dias, deve afetar a matrícula dos alunos aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e no Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism). Em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (17), os grevistas, por meio do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (Sintufejuf), decidiram que não realizarão a matrícula dos novos alunos dos campi de Juiz de Fora e Governador Valadares.
O procedimento para os ingressantes pelo Sisu estava marcado para os dias 22 e 23 de junho, no Anfiteatro da Reitoria, no campus Juiz de Fora, e no Colégio Pitágoras, em Governadores Valadares. Dentre as vagas oferecidas pela UFJF, 1.005 são destinadas ao campus de Juiz de Fora, distribuídas entre 31 cursos, e 245 para campus de Governador Valadares, com oito cursos disponíveis.
A Tribuna entrou em contato com a UFJF e aguarda posicionamento da universidade sobre a decisão dos grevistas. Diversos serviços da universidade estão prejudicados pela greve dos técnico-administrativos. O Restaurante Universitário (RU) e o Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) se mantêm fechados, assim como a Biblioteca Central, bibliotecas setoriais, infocentros e almoxarifado. A Central de Atendimento segue parcialmente paralisada, realizando atendimentos em apenas dois dias na semana, mediante autorização do comando de greve local.
Quanto ao setor de protocolo, somente serão entregues materiais perecíveis e demandas emergenciais. A Coordenadoria de Assuntos e Registros Acadêmicos (Cdara) também está fechada, mas atende, em regime de plantão, casos encaminhados pelo Sintufejuf. O Hospital Universitário também tem sua rotina alterada, assim como o Gerência de Transportes da UFJF e o programa Inglês sem Fronteiras. Os demais setores estão negociando o funcionamento emergencial com o comando de greve.
Ato no HU
Após assembleia realizada no RU Centro na manhã desta quarta-feira (17), os técnicos-administrativos da UFJF seguiram para a unidade Santa Catarina do Hospital Universitário (HU) para realizarem um ato de protesto contra a implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A ação fez parte da agenda de greve dos servidores. De acordo com o presidente do Sintufejuf, Paulo Dimas, este manifesto também está ocorrendo em outros hospitais universitários do Brasil. “Desde o começo não concordamos com a implantação da Ebserh, pois temos conhecimento de que a administração dela em outros hospitais não tem dado certo, inclusive, alguns trabalhadores aderiram ao movimento de greve.”
Paulo Dimas ainda destaca que não há avanços nas negociações junto ao Governo federal, mas que a categoria em Brasília aguarda pelo agendamento de uma reunião para a próxima semana. “Na última sexta, o ministro relator do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Napoleão Nunes Maia Filho, julgou a greve dos servidores como legal e emitiu liminar estabelecendo prazo de dez dias para o Governo receber o comando nacional”.
O funcionamento no HU Santa Catarina segue comprometido, pois, segundo Dimas, não está havendo novas internações. “Na unidade Dom Bosco, as consultas vêm sendo reduzidas. Não corre o risco das unidades pararem de vez, pois temos que o mínimo de 30% em funcionamento.”