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Em pronunciamento, Dilma promete diálogo

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A presidente Dilma Rousseff deu ontem sua primeira declaração pública após as manifestações de domingo. Durante discurso na solenidade de sanção do novo Código de Processo Civil, a presidente destacou o caráter democrático das manifestações, afirmou que o atual momento deve ser enfrentado com “humildade e firmeza”e voltou a defender a reforma política. No fim do discurso, Dilma ficou emocionada ao falar de sua luta pela democracia, lembrou das consequências de censura e da opressão e afirmou que os brasileiros nunca mais sofrerão as consequências por manifestarem sua opinião, até mesmo contra a Presidência da República. Após a solenidade no Palácio do Planalto, a presidente falou com os jornalistas.

Ao ser questionada sobre as declarações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que “a corrupção não está no Legislativo, está no Executivo”, a presidente disse que “a corrupção pode estar em qualquer lugar”. Argumentou ainda que a corrupção no Governo é anterior à chegada do PT ao poder. “A corrupção é uma senhora idosa e não poupa ninguém. Pode estar em todo lugar, inclusive no setor privado.”Na agenda interna, a presidente renovou uma promessa de campanha: lançar, possivelmente esta semana, um pacote anticorrupção com foco na redução da impunidade.

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Sobre o ajuste fiscal, afirmou que seu Governo tem compromisso com a estabilidade. Ela admitiu erros de dosagem na condução da economia, mas reiteirou que as medidas anticíclicas reduziram o impacto da crisde internacional no país, evitando o desemprego e a diminuição de renda. “Cometemos erro de dosagem? É possível que a gente tenha cometido algum”, afirmou ela a jornalistas para, em seguida, dizer não acreditar nessa hipótese.

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O Governo tem sido pressionado a fazer um mea culpa sobre a discrepância entre o tom otimista usado nas eleições e o discurso pessimista adotado após a reeleição com o agravamento da situação econômica. “Não estamos acabando com as políticas sociais, estamos corrigindo distorções.” Dilma também disse que está disposta a dialogar com todos os setores da sociedade, mas esclareceu que não pode obrigar ninguém a conversar com o Governo.

Antes do evento, pela manhã, Dilma teve sua primeira reunião com o núcleo político ampliado. Além do vice-presidente Michel Temer, participaram nove ministros. Coube aos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB), falar com a imprensa sobre o encontro.

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