Na próxima semana, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) deverá anunciar flexibilizações nas restrições à realização de eventos no município. A informação foi revelada pela prefeita Margarida Salomão (PT), nesta quarta-feira (15), em entrevista à Rádio Transamérica Juiz de Fora (91,3 FM). A chefe do Executivo também comentou sobre a retomada das aulas presenciais na cidade, prevista para a partir do próximo dia 27, e fez um balanço dos primeiros nove meses de gestão à frente da Prefeitura.
Na visão da prefeita, o regramento atual dos eventos não corresponde à realidade do município, que passa por diminuição no número de contaminações e óbitos pela Covid-19. “Devemos ter, na semana que vem, notícias a este respeito (restrições dos eventos). Naturalmente, tornando as restrições menos duras, porque a situação da saúde melhorou muito e não faz sentido que você aplique as restrições que você tinha no ano passado”, argumenta Margarida, que lembrou a ampliação na cobertura vacinal do município.
Atualmente, na faixa amarela do “Juiz de Fora pela Vida”, a PJF permite a realização de encontros científicos, corporativos e outros de natureza comercial, mas com pistas de dança e shows vetados. A capacidade máxima é de 160 pessoas, além de 20% de staff. Há limitação de uma pessoa por quatro metros quadrados ou 60% da capacidade do espaço.
Ampliação de ônibus com retorno das escolas
Perguntada sobre a volta às aulas presenciais em Juiz de Fora, a prefeita analisou o impacto que a retomada tende a ter na mobilidade urbana. Segundo Margarida, o funcionamento presencial das escolas gera uma série de impactos no município que foram levados em conta quando da decisão pelo retorno. “Nós fizemos essa cautelosa retomada porque sabemos do efeito que isso tem na cidade como um todo, e particularmente na mobilidade urbana. (Com a volta) aumentam os contatos sociais, não é só das crianças com os trabalhadores das escolas”, conta.
Com a retomada, a Prefeitura planeja ampliar o número de veículos e de linhas de ônibus coletivos visando o retorno das atividades presenciais nas instituições de ensino. As alterações devem ser anunciadas ao longo dos próximos dias pela Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU), segundo a prefeita.
Nesta semana, a PJF anunciou, também, alteração nos protocolos para o funcionamento das instituições de ensino. Entre as principais mudanças, estão a redução do distanciamento dentro das escolas de 1,5 metro para 90 centímetros e o aumento da ocupação máxima para 50% da capacidade das salas. Margarida considera natural que as revisões das medidas ocorram de acordo com as “atualizações científicas”. “Mas é uma situação que nós vamos monitorar de uma forma muito meticulosa. Qualquer necessidade de mudança que sobrevenha, como uma incidência de contaminações, nós estaremos acompanhando o processo para que seja garantida a segurança”, pondera.
‘Estamos lidando com desafios de toda a parte’, diz prefeita
Passando pelo nono mês à frente da Prefeitura de Juiz de Fora, Margarida Salomão tratou os desafios da gestão municipal como “complexas”, sobretudo por conta da pandemia. “Nós, naturalmente, estamos lidando com desafios de toda parte, que vão desde o agravamento da pobreza, como da recuperação econômica”, afirma a prefeita, lembrando os desafios para criação de postos de trabalho e o agravamento da pobreza. “Mas o que eu considero que seja, neste momento, a nossa maior vitória é nós termos conseguido transpor o desafio das mortes, de adoecimentos (por Covid-19) que nós encontramos no primeiro semestre deste ano”, avalia.
Entre as questões a serem resolvidas durante os próximos meses de gestão, estão as obras de drenagem na várzea do Bairro Benfica, na Zona Norte, e a recuperação do asfaltamento do Distrito Industrial. Também está na pauta do Executivo as discussões sobre a revogação do artigo 9° da Lei Municipal nº 13.011/14, que autoriza à Prefeitura a concessão de reajustes diferenciados nas situações em que os salários dos professores municipais da base da carreira estiverem abaixo do piso nacional da categoria. O debate sobre o assunto se arrasta na Câmara Municipal ao menos desde 2015.
Perguntada sobre a licitação para as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) São Pedro, Santa Luzia e Norte, Margarida afirma fazer parte de um plano para licitar unidades que atualmente são geridas por meio de contratos emergenciais. “O município, na gestão anterior, foi acionado pelo Ministério Público porque todos os contratos que existiam eram em caráter emergencial. Não resultavam em uma chamada pública. Nós estamos regularizando isto”, afirma.
Escola de Samba Ladeira
Por fim, a prefeita comentou sobre o processo de regulamentação da sede do Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Ladeira (que teve a concessão revogada na última sexta-feira (10) “por exploração econômica por um particular”. A chefe do Executivo lembrou que outros terrenos passam pelo mesmo problema, como o da escola de samba Turunas do Riachuelo, e as discussões precisam ser realizadas para regulamentar os espaços. “Esse uso precisa ser repactuado, porque é muito bom que o terreno do Ladeira fique nas mãos de uma agremiação tão tradicional. Mas é importante que eles assinem um documento definindo o motivo da utilização do espaço, que é de interesse público”, reflete Margarida.