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Urutu Sankofa: barbearia abre espaço para debater sociedade e história

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PRIMEIRO ENCONTRO do Urutu Sankofa aconteceu no mês passado (Foto: Divulgação)
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“Aprender com o passado para construir o futuro” é o que diz o provérbio africano Sankofa, que dá nome ao projeto que leva política, história e debates importantes para entender a sociedade para dentro de uma barbearia no Centro de Juiz de Fora. O Urutu Sankofa, com programação até dezembro, acontece a cada segunda sexta-feira de cada mês, às 19h. Neste mês de outubro, o encontro acontece no dia 13 e vai receber os pesquisadores Mayara Balestro e Douglas Gomes para falar sobre as novas direitas e suas ferramentas ideológicas.

De acordo com Jonathan Pereira de Carvalho, proprietário da barbearia Urutu, a ideia do projeto surgiu de uma conversa com os professores Leandro Gonçalves (coordenador do Programa de Pós-Graduação em História da UFJF) e Odilon Caldeira (coordenador do Laboratório de História Política e Social da UFJF). “A ideia era que a barbearia, enquanto um ambiente que funciona como ponte entre mundos diferentes – por aqui transitam diferentes culturas, cores, credos, classes sociais – pudesse receber e intermediar um projeto de extensão do departamento, a fim de comunicar a pesquisa acadêmica com o grande público”. O empreendimento já incentiva ações culturais dentro do próprio espaço, como saraus, e conta com uma biblioteca.

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Em mais uma empreitada para “fazer a cabeça da galera” – além do corte de cabelo -, Jonathan, que é mestrando em filosofia na UFJF, afirma que o debate pode gerar oportunidades, revidar a privação e romper limites que distanciam algumas realidades. “Temos amigos que nem pensavam em frequentar a universidade ou foram ensinados que era ambiente para `playboy’, mas estão na barbearia com frequência, então trouxemos essa experiência até eles.”

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As novas direitas e suas ferramentas em debate no Urutu Sankofa

Para Douglas Gomes, pesquisador da UFJF e um dos convidados para conduzir a conversa desta sexta-feira, apresentar sua investigação em um ambiente não acadêmico significa “perceber mais de perto as relações entre pesquisa e a sociedade, além de trocar ideias e observar novos pontos de vista em uma relação mútua de troca de saberes e vivências”.

Na conversa desta sexta-feira, o pesquisador vai falar sobre o surgimento do projeto Escola Sem Partido, que, segundo ele, “acabou evoluindo para um projeto de lei que encontrou representatividade em vários meios políticos e em parte da sociedade civil”. A partir disso, ele pretende mostrar como bancadas de extrema direita no Legislativo brasileiro tentam impor projetos conservadores à educação. “Essa prática não é uma característica única, e muito menos do atual contexto histórico. Uma das características da extrema direita ao longo dos anos foi se valer do uso da educação como ferramenta de controle”, completa.

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O evento é aberto a todo o público. A Barbearia Urutu fica na Rua Santo Antônio 1194, atrás da Catedral.

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