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Polarização política desemboca em violência

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O acirramento da política em meio à disputa eleitoral tem desembocado em episódios de violência física e até um assassinato. Nos últimos dias, foram registrados no país diversos casos de agressão por motivação política, o que analistas veem como uma realidade das eleições de 2018. O caso mais extremo ocorreu na capital baiana, horas após a votação em primeiro turno. Depois de se envolver em uma discussão na qual defendia o candidato petista, o mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, de 63 anos, foi assassinado a facadas dentro de um bar. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, o autor das facadas tinha chegado ao local gritando o nome do candidato do PSL. O barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, de 36 anos, autor das 12 facadas, foi preso em flagrante.

Mestre de capoeira, Moa do Katendê levou 12 facadas em um bar em Salvador, na madrugada de segunda-feira (8), por eleitor de Bolsonaro (Foto: Divulgação/Facebook)

Bolsonaro foi questionado sobre o assassinato de Moa do Katendê. “A pergunta deveria ser invertida. Quem levou a facada fui eu. Se um cara lá que tem uma camisa minha comete um excesso, o que tem a ver comigo? Eu lamento, e peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle.” Ele voltou ao assunto em seu Twitter. “Dispensamos voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam em mim. A este tipo de gente peço que vote nulo ou na oposição por coerência, e que as autoridades tomem as medidas cabíveis, assim como contra caluniadores que tentam nos prejudicar.” Em uma segunda postagem, disse haver um “movimento orquestrado forjando agressões” para o prejudicar, “nos ligando ao nazismo, que, assim como o comunismo, repudiamos”.

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O cineasta Guilherme Daldin registrou boletim de ocorrência em Curitiba no domingo. Ele disse estar em frente a bar onde comemorava a eleição de um deputado quando foi atropelado. Vestia camiseta com o rosto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — condenado e preso na Lava Jato — e acusa o motorista de agir deliberadamente. “É intolerância, intransigência, falta de respeito por posicionamento. Mas é uma situação que foi criada pelos dois lados. Muita gente vem sendo hostilizada desde 2013, mas agora a situação está mais radical a partir do momento em que surge outra grande polarização, agora entre PT e Bolsonaro”, disse a cientista política Vera Chaia, da PUC-SP.

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Suástica
Em Porto Alegre, uma jovem de 19 anos relatou ter sido atacada na noite de segunda. A vítima, que não teve o nome revelado, disse que voltava para casa quando, aos descer do ônibus, foi seguida por três homens, agredida e teve a barriga marcada com traços semelhantes a uma suástica — símbolo do nazismo. Segundo o delegado Paulo César Jardim e a advogada da jovem, ela teria sido vítima de homofobia por usar adesivo com a bandeira do arco-íris e a inscrição #Elenão, referência ao movimento de mulheres contra Bolsonaro.

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